Mais uma vez, no coração da Lapa, o Teatro Odisseia recebeu mais um dos eventos do Garage, e este foi dedicado ao Punk Rock/Hardcore.
A primeira a subir ao palco foi o veterano quarteto carioca CHAOS, que após mais de uma década de hiato, retornou aos palcos.
Energia em doses generosas, boa postura de palco, ótimas canções como 'Realidade', 'Crianças Perdidas', 'Fome', 'O Mundo à Beira do Caos', e um tributo mais que justo a Rédson Pozzi, finado guitarrista-vocalista do CÓLERA, banda lendária e seminal da cena Punk Rock nacional, tocando 'X.O.T.', em uma homenagem mais que justa.
Após um breve intervalo, sobe ao palco o SERIAL KILLER, outra banda veterana da cena Punk/HC carioca, com riffs de guitarra remetendo bastante ao Crossover.
O quarteto mostrou ótima postura de palco, especialmente da parte do vocalista Catinha, que segue uma linha performática insana bem próxima à de Jello Biafra em seus áureos tempos no DEAD KENNEDYS, bem como músicas fortes, vindas de seu disco 'Linha de Frente', especialmente na ótima 'H.C.R.J', e a banda ainda promoveu a 'invasão' do palco pelo público e saíram aplaudidos.
A terceira banda da noite foi o lendário quarteto Punk OLHO SECO, de São Paulo.
Capitaneados pelo vocalista Fábio, remanescente da formação original da banda, o que se pode dizer de uma banda com mais de 30 anos de atividade (estão por aí desde 1980), que participou da primeira coletânea do estilo feita no Brasil ('Grito Suburbano', de 1982, junto com INOCENTES e CÓLERA), que lutou contra tantas dificuldades, se não for apenas elogios e menções honrosas?
Fábio parecia um garoto no palco, agitando, se movimentando bastante, e cantando com muita garra e fúria Punk para dar e vender, deixando muito garoto no chinelo, junto com a energia de Marcos (guitarras), Jeferson (baixo) e André (bateria), o show não poderia ser melhor, levando a platéia presenta ao delírio em músicas como 'Nada', 'Castidade', 'Eu Não Sei', 'Botas, Fuzis, Capacetes', 'Haverá Futuro', 'Lutar, Matar' e o hino 'Olho Seco', mostrando o motivo da banda ser tão respeitada, não só pelo seu passado, mas pelo presente, pois estão firmes. Um dos pontos altos foi o discurso de Fábio em outra homenagem a Rédson, falando do passado dele na banda. Saíram do palco merecidamente aplaudidos.
Fechando a noite, veio o PACTO SOCIAL, mais um conhecido veterano da cena Punk/HC do RJ.
Boa banda, que sabe fazer bonito no palco (em que pese que o vocalista Wlad estava meio paradão no palco), e solta energia em forma de música de maneira generosa, se destacando músicas como 'Vaticano', 'Fim do Mês', 'Bombas' e 'Vírus do Sistema', com bons riffs, cozinha segura (especialmente porque o baixista Raul não fica quieto um instante sequer, agitando o tempo todo) e ótimos vocais.
Um ótimo evento, sem sombra de dúvidas, e uma aula para muitos de onde vem a energia do Metal extremo.
Mas fica um pedido a cada uma das bandas: por favor, continuem na luta e lancem material novo em breve, pois nós, os fãs, agradecemos.