2017
Nacional
Nota: 8,0/10,0
Tracklist:
1. Império de Sangue
2. Dissertação Sobre Crimes & Bruxarias
3. Eterno Reino
4. Malditas Noites Profanas
5. A Dança da Morte
6. Espíritos Dançam no Meu Funeral
7. Crucifixion 1969
Banda:
V0cifer - Vocais, todos os instrumentos
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Assessoria:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Fazer Black Metal na linha do Inner Circle norueguês ou da LLN francesa ainda é uma forma de se fazer o estilo que rende bons frutos. O grande segredo é: fazer aquilo que está em seu coração. Se a banda assim o faz, um trabalho diferente e que vem para somar virá. E a força do DNA musical do Brasileiro contribui muito nesse aspecto. Que o diga o EP “A Face do Mal”, da “one man band” RITUAIS PROFANOS, de São Paulo.
Antes de tudo, se percebe que o grupo faz um amálgama entre as escolas norueguesa, grega e francesa do Black Metal de raiz, mais uma forte dose do Black Metal mais cru possível que já foi feito no Brasil. E por isso, se percebe que existe uma mente pensante por trás do que ouvimos. A crueza e rispidez do grupo, bem como sua aura soturna, não são despropositadas, elas realmente fazem parte do trabalho em si. É a mais pura expressão do Black Metal que se possa pensar.
É bom pacas, entenderam?
O próprio V0cifer cuidou da gravação, mixagem, masterização e gravação. E apesar de alguns percalços, ela está de bom tamanho para a proposta musical. Lembrando que uma qualidade sonora demanda dinheiro, e no país em meio a esta crise econômica nos faz ter que buscar alternativas. Mas creio que essa crueza e timbres crus irão seduzir fãs da SWOBM, especialmente aqueles que sentem saudades da sonoridade do início dos anos 90.
Em sete músicas, se percebe que o RITUAIS PROFANOS tem muito a oferecer musicalmente ao Black Metal. O grupo nos oferece uma música mórbida e intensa, crua e que cheira à morte, sempre com arranjos simples, mas como já citado acima, essa fórmula nas mãos de quem tira a música da própria alma, não tem erro: sempre vem coisa boa.
A morbidez sortuna de “Império de Sangue” e seus riffs atmosféricos, a nova versão de “Eterno Reino” e seu andamento cadenciado e fúnebre (reparem como o ritmo é envolvente e sedutor), a opressão malevolamente hipnótica de “Malditas Noites Profanas” e sua aura à lá MAYHEM antigo, os vocais insanos de “A Dança da Morte” entremeados por guitarras marcantes, e a versão Demo da veloz “Crucifixion 1969” irão dar água na boca de qualquer fã de Black metal que se preze.
Se você sente saudades da época em que a LLN, o Inner Circle e a cena grega e outros estavam lançando seus primeiros trabalhos, garanto: o RITUAIS PROFANOS é para você!