2015
Independente
Nacional
Nota: 9,1/10,0
Tracklist:
1. Drown
2. Rattlesnakes
3. Giant’s Dream
4. What I Lost
Banda:
Jonas Araújo - Vocais, baixo
Julio Latorraca - Guitarras
Igor Fabri - Guitarras
Denys Melo - Bateria
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/kahbra/
Twitter:
Youtube:
Instagram:
Bandcamp: https://kahbra.bandcamp.com/
Assessoria:
Texto:
Marcos “Big Daddy” Garcia
Muitas vezes, músicos cansam um pouco do formato musical ao
qual se adaptaram e têm a necessidade de fazer algo diferente, livre de
fronteiras, apenas para expressar suas outras influências musicais. E o
quarteto carioca KAHBRA é uma banda ótima, que se encaixa nesse modelo, e se
percebe em seu EP “Kahbra” que eles vão longe.
Diferentemente dos trabalhos anteriores de seus membros (que
sempre tocaram em bandas de Death e Thrash Metal), o KAHBRA segue uma linha
mais visceral e crua do bom e velho Stoner Rock, mas bem arranjada e com enorme
dose de acessibilidade musical. Ou seja, é sujo, bem tocado e capaz de cativar
o ouvinte logo nas primeiras ouvidas. Algo de primeira!
Em termos de qualidade sonora, o grupo procurou fazer algo
que soasse orgânico e cru, sem que a definição dos instrumentos seja perdida.
Ou seja, a produção musical do próprio quarteto, mais a gravação, mixagem e masterização
do guitarrista Igor Fabri ficaram em bom nível. E a arte da capa resgata um
pouco dos elementos visuais dos antigos discos de vinil, mais a arte da capa de
Denys Melo ficaram irresistivelmente bem antenadas com a proposta musical do
quarteto (até o selo do CD lembra um compacto de vinil).
Musicalmente, o KAHBRA não foge dos padrões do Stoner Rock,
mas nem precisa. O quarteto sabe extrair de um estilo já bem erodido pelo uso
algo diferente, intenso e agradável. Talvez a necessidade de se expressarem de
uma forma não extrema tenha feito com que as canções do EP soem tão boas. E se
não vieram para inovar, vieram para somar e trazer algo com frescor e vida,
além de uma energia irresistível.
Em “Drown”, já somos surpreendidos por uma sonoridade
melodiosa e crua, com um jeitão mezzo LED ZEPPELIN, mezzo Blues Rock com toques
à lá BLACK SABBATH que nos envolve, mostrando riffs de primeira e vocais
inspirados (à lá Robert Plant). Já “Rattlesnakes” nos trás uma canção de início
mais acessível, com levadas ganchudas e refrão empolgante, para depois ganhar
tons mais introspectivos e certo ar de Jazz “noir”, e então retomar seu lado
mais energético e grudento. No que seria o lado B (lembrem: na arte, há citação
à época áurea dos discos de vinil), vem “Giant’s Dream”, uma canção com
andamento já não tão veloz, cheia de belas passagens rítmicas e muito peso, e
fecham o disco com “What I Lost”, com seu jeito mais azedo, soturno e
cadenciado como os mestres do BLACK SABBATH, onde o baixo pulsa com intensidade
e é cheia de arranjos muito bons de guitarras.
A banda promete um álbum para breve, e esperemos, já que “Kahbra”
é um daqueles aperitivos que só aumentam a vontade de digerir o prato
principal!