2017
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Tracklist:
1. Heavy Fire
2. When the Night Comes In
3. Dancing With the Wrong Girl
4. Who Rides the Tiger
5. Cold War Love
6. Testify or Say Goodbye
7. Thinking About You Could Get Me Killed
8. True Blue Kid
9. Ticket to Rise
10. Letting Go Of Me
11. Fade
Banda:
Ricky Warwick - Vocais, guitarras
Scott Gorham - Guitarra solo
Damon Johnson - Guitarra solo, guitarra havaiana, mellotron, backing vocals
Robbie Crane - Baixo
Jimmy DeGrasso - Bateria, percussão
Contatos:
Site Oficial: http://blackstarriders.com/
Twitter: http://twitter.com/BlackStarRiders
Bandcamp:
Assessoria:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Incrível podermos observar, em muitas ocasiões, como algumas espertezas podem render frutos maravilhosos.
No caso, a reunião do THIN LIZZY sem Phill Lynott não poderia gravar algo novo, em respeito ao trabalho de Phill. Mas com canções prontas, o grupo resolveu usar o nome BLACK STAR RIDERS, que herda muito do trabalho do velho THIN LIZZY, mas com personalidade bem própria, que já rendeu dois álbuns excelentes. E “Heavy Fire” é o terceiro disco do grupo, que ganhou versão brasileira pela colaboração entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil.
Óbvio que o Hard Rock clássico com toques bluesy do THIN LIZZY é uma influência enorme para o grupo, uma vez que Scott Goham é um dos membros que mais tempo ficou na banda (de 1974 até que a banda se dissolveu no início dos anos 80). Mas não pensem que o BLACK STAR RIDERS é uma imitação, longe disso. Mesmo porque existem músicos diferentes com backgrounds diferentes, e muito do peso do Metal e mesmo algumas influências de Hard/Glam pontuais (como algumas melodias mais acessíveis e um ou outro refrão empolgante). No fundo, o que o quinteto faz não chega a ser inovador, mas é maravilhoso da mesma forma.
Hora da diversão!
Assim como “The Killer Instinct”, disco anterior do quinteto, “Heavy Fire” foi produzido por Nick Raskulinecz. O disco foi gravado sob a tutela de Nick no Rock Falcon Studio, em Franklin, Tennessee. A mixagem é de Joe Huston, e a masterização foi feita por Paul Logus. Óbvio que querer algo moderno do BSR é algo infantil, já que a sonoridade do quinteto é gordurosa e pesada, mas com a clareza necessária para que sua música seja compreendida e assimilada. A sonoridade ficou bem orgânica, algo bem próximo do que se faz em aparelhos analógicos.
Já a arte tem aquele toque setentista de primeira, e até bem humorado. E isso é bom, já que a seriedade excessiva no meio anda sendo algo frustrante.
Setentista, mas atual, o trabalho do BSR é absolutamente incrível, cheio de energia e vitalidade. E graças ás melodias de fácil assimilação, as músicas grudam nos ouvidos e não saem mais. Mas ao mesmo tempo, o peso é evidente, mostrando que o grupo veio para ser grande, e mesmo ensinar a muitos como fazer som típico dos anos 70, mas sem copiar o que já foi feito. E para melhorar ainda mais o que se ouve em “Heavy Fire”, temos as participações de Wendy Moten, Gale Mayes e Polly Rhenee nos backing vocals em “When the Night Comes In” e “Ticket to Rise”; Pearl Aday nos backing vocal em “Testify or Say Goodbye”, Fred Mandel no velho Hammond em “Testify or Say Goodbye”, e Nick Raskulinecz no mellotron em “Letting Go Of Me”.
“Heavy Fire” e seu peso avassalador misturado a ótimas melodias e um andamento variado, as acessíveis e maravilhosas “When the Night Comes In” (excelente refrão e vocais de primeira, fora backing vocals muito bem postados) e “Dancing With the Wrong Girl” (esta aqui mostrando duetos de guitarras excelentes, uma das especialidades do finado THIN LIZZY), “Cold War Love” com seu jeito intimista e deliciosamente melodioso (repare como baixo e bateria são peças fundamentais mesmo nos momentos mais amenos), a sedutora “Testify or Say Goodbye” e seus belos arranjos de guitarras (fora os belos backing vocals femininos e presença de um órgão Hammond), o peso do Hard clássico na base rítmica de “Thinking About You Could Get Me Killed” (embora certa influência moderna seja evidente), a sinuosa e com toque de Blues “Ticket to Rise”, e o porradão Hard de “Letting Go Of Me” podem ser considerados os grandes momentos do CD. E a versão nacional ainda conta com um bônus de primeira em “Fade”, uma power ballad com com toques de Country e Southern Rock, mas com ótimos crescendo no refrão (e belos backing vocals mais uma vez).
Falar do BLACK STAR RIDERS é algo sempre prazeroso, logo, comprem suas cópias de “Heavy Fire” e se divirtam!