12 de fev. de 2017

TORTURIZER - Faceless (EP)


2016
Independente
Nacional

Nota: 8,0/10,0

Tracklist:

1. Bloodthirsty
2. Faceless  
3. Human Collector
4. Torture Machine
5. Carnivore
6. Death Emperor
7. Death Lights


Banda:


Willian Vieira - Baixo, vocais
Luís Baldez - Guitarras, backing vocals
Wilton Vieira - Bateria


Contatos:

Sangue Frio Produções (Assessoria de Imprensa)

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O mundo atual nos trouxe muitos benefícios em termos de Metal. Hoje, em dia, temos maior acesso a bandas de estados ou regiões que antes nos eram quase impossíveis. Hoje, com a internet, conhecemos bandas dos pontos mais extremos do mundo, e mesmo do Brasil. E de São Luís do Maranhão, cidade que tem se mostrado cada vez mais prolífica em termos de Metal, temos o prazer de ouvir “Faceless”, primeiro EP do trio TORTURIZER.

Esses caras não brincam em serviço, e detonam um Thrash Metal bruto e pesado, algo na linha da escola germânica do estilo. Mas o grupo não é lá muito puritano, pois se percebe que elementos do Death Metal dos anos 90 são presentes e bem evidentes em sua música (especialmente nos vocais). Ou seja, o trio não é muito obediente a regras ou fórmulas de como fazer sua música. Eles fazem e pronto. E justamente por isso o trabalho deles merece aplausos, por ser um híbrido, por ter personalidade e fugir de padrões.

Gravado, mixado e masterizado pelo guitarrista Luís Baldez, percebe-se uma necessidade de manter o som mais cru e bruto possível, mas tentando buscar uma qualidade sonora que nos permita compreender o que o grupo toca. E apesar das dificuldades, eles conseguiram algo de bom nível, embora um pouco mais cru do que o necessário. A arte da capa é bem simples, toda em preto e branco, e assim, o foco da atenção do ouvinte é apenas na música deles.

O grupo mostra uma música que sangra vitalidade e energia bruta, com canções explosivas e bem arranjadas, sem que a espontaneidade de suas canções seja perdida. Riffs simples e eficientes, solos à lá Kerry King e Jeff Hanneman, baixo e bateria em uma base rítmica bem trabalhada e pesada, e vocais urrados fazem com que a música do grupo seja muito boa, embora não apresentem nada inovador.

“Bloodthirsty” é uma introdução climática, precedendo o massacre sonoro da bruta “Faceless” (que alterna momentos velozes e outros nem tanto, onde percebe-se a força de baixo e bateria), da massacrante “Human Collector” (outra em que momentos rápidos e outros mais cadenciados se alternam, apenas mostrando riffs de guitarra de primeira e um aspecto geral mais trabalhado), seguidas do peso denso de “Torture Machine” (o andamento ainda é veloz como nas anteriores, mas mesmo assim é mais diversificada, com vocais bem postados). Em “Carnivore”, a velocidade diminui um pouco, focando em arranjos mais trampados da guitarra. A velocidade do início aparece novamente em “Death Emperor”, onde baixo e bateria mais uma vez se destacam em belas passagens mais climáticas. “Death Lights” fecha o EP em uma canção com andamento um pouco mais simples, bons tempos e riffs cortantes.

Óbvio que o trio ainda pode evoluir mais. É claro que eles têm potencial para tanto. Mas “Faceless” já nos mostra que o futuro pode ser de primeira, se mantiverem a honestidade e pegada.

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