2016
Nacional
Nota: 9,5/10,0
Músicas:
Disco 1 (CD):
1. Innocence
2. Demons in You
3. No Bitter End
4. Love to Hate
5. Supremacy
6. The Living End
7. Diva
8. Eagle Eye
9. Undertaker
10. Calling from the Wild
11. Too Many
12. Hit Song (Hidden Track)
Disco 2 (DVD ):
1. Shadow Talk (entrevista)
2. No Bitter End (vídeo)
3. Innocence (vídeo)
Banda:
Tarja Turunen - Vocais, Piano (faixas 4, 6), teclados (faixa 2)
Alex Scholpp - Guitarras (faixas 1, 3, 4, 6, 7, 9, 10, 12), Baixo (faixas 10, 12), violão (faixas 1, 3, 4, 6, 7, 9, 10, 12)
Doug Wimbish - Baixo (faixas 4, 7, 8, 9, 11)
Christian Kretschmar - Teclados (faixas 3, 4, 5, 8, 11), Programação (faixa 11)
Mike Terrana - Bateria (faixas 4, 6, 8, 9, 10, 11, 12)
Max Lilja - Cello (faixa 3)
Contatos:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
E eis que mais uma vez, uma das vozes femininas mais consagradas do Metal nos chega com um trabalho inédito, pelos quais os fãs tupiniquins estavam aguardando ansiosamente.
Sim, após o lançamento no Brasil de “The Brightest Void”, eis que chega até nós, por meio da parceria entre a Shinigami Records e a earMUSIC, a também versão nacional de “The Shadow Self”, trabalho mais recente da cantora finlandesa TARJA.
Verdade seja dita: podemos associar sem medo o nome de Tarja Turunem a trabalhos de qualidade inquestionável, embora vez por outra ela venha a testar os fãs devido ao amplo espectro musical que possui e no qual gostar de trabalhar.
“The Shadow Self” realmente soa complementar a “The Brightest Void”, algo bem natural (já que foram gravados na mesma época). A distinção entre ambos se faz no aspecto de este álbum soar mais pesado e introspectivo, mas mesmo assim, com belos momentos. Óbvio que ela, como chefe, se destaca, usando muito bem sua voz bela e com muitos recursos, já que há tempos ela usa pouco do aspecto lírico, e ganhou em troca diversidade. Mas não se pode negar que o instrumental do disco como um todo é riquíssimo, acompanhando cada composição de forma maravilhosa.
Ou seja: é um disco bom demais da conta!
A produção é de Tarja e de MIC (que é ninguém menos que Marcelo Isaac Cabuli, marido dela), mais a mixagem de Tim Palmer, e a masterização é de Justin Shturtz. Óbvio que o resultado final é uma gravação que prima pela limpeza, mas sem deixar a sonoridade sem peso. Os timbres instrumentais estão muito bons, e em tudo, a sensação é de um cuidado estético bem minimalista com cada aspecto da qualidade sonora.
Trazendo uma gama de arranjos orquestrais e de corais ótimos (feitos por James Dooley), um trabalho instrumental de primeira, além dos vocais inspirados de Tarja, nós podemos dizer que “The Shadow Self” é um ótimo disco, que merece aplausos.
Melhores momentos:
“Innocence” – Aliando belas orquestrações com bons momentos distorcidos (e com um “outfit” moderno), esta é uma faixa envolvente, que nos embala perfeitamente, graças aos vocais muito bem postados, mais os arranjos de piano e cellos.
“Demons in You” – Moderna e vibrante, é focada em um lado mais pesado e azedo, apesar dos momentos mais melodiosos em que a voz de Tarja vai ganhando cada vez mais espaço (especialmente no refrão). É daquelas que vai levantar os fãs nos shows. E essa ainda tem a participação providencial de Alissa White-Gluz (do ARCH ENEMY) nos vocais.
“No Bitter End” – Aqui, temos a versão completa e oficial da canção, uma vez que em “The Brightest Void” é a editada para o vídeo. Óbvio que se destaca, um dos momentos mais envolventes do disco, especialmente pelo contraste dado pelo peso moderno das guitarras com a voz melodiosa de Tarja.
“Love to Hate” – Momentos grandiosos e cheios de belos arranjos orquestrais e pianos se alternam com outros mais intimistas (onde prevalecem os vocais). A estética da música é excelente, onde realmente o foco é o lado mais melodioso, e assim, mais acessível da musicalidade do grupo. E se repararem nas orquestrações, perceberão elementos orientais em alguns pontos.
“Supremacy” – É um cover do MUSE, e aqui, a versão ficou com certo toque “noir” de primeira, mas apresentando uma dose enorme de peso. Óbvio que baixo e bateria estão excelentes, criando uma base densa e pesada para o trabalho dos teclados.
“The Living End” – Uma linda balada mais climática, com pianos e teclados, onde a voz de Tarja se agiganta de forma melodiosa e perfeita.
“Undertaker” – Ao mesmo tempo em que é cheia de momentos belos e muito melodiosos, existem outros mais cheios de efeitos eletrônicos, dando aquele toque de Pop antigo que faz bem e é saudável. Óbvio que o trabalho de teclados se destaca junto ao dos vocais.
Ainda existe uma música escondida com forte conotação eletrônica, mas depois com uma pegada mais pesada e azeda após “Too Many”, logo, tenha paciência, pois valerá a pena.
“The Shadow Self” é disponibilizado em dois formatos para o Brasil: o primeiro, com apenas o CD, é um belo Digipack, enquanto a versão Jewelcase (a famosa caixinha de acrílico) tem um DVD de bônus.
No DVD, temos:
“Shadow Talk” – É uma entrevista sobre todos os aspectos relacionados a “The Shadow Self”, e com legendas em português, o que representa uma ótima iniciativa da Shinigami Records para os fãs que não dominam o idioma bretão. E em meia hora, vemos como Tarja é simpática e atenciosa, explicando tudo com muita calma, e sem deixar dúvidas.
E ainda temos os videos de divulgação para as faixas “No Bitter End” e “Innocence”, tornando o DVD ainda mais musical e agradável.
Cara ou coroa, a escolha é de vocês, mas não deixem passar esse ótimo lançamento, que vale o investimento!