2016
Nacional
Músicas:
1. Bleeding in Silence
2. Unmasked Files (Revisited)
3. 231
4. Move On
5. Mistakes and Scars
6. No More Lies
7. Holy Journey
8. Victorious
9. Payback Time
Banda:
Cleber Krichinak – Vocais
Ricardo Oliveira – Guitarras
Guilherme Momesso – Baixo
Humberto Zambrin – Bateria
Contatos:
https://www.facebook.com/DunnaRecords (Assessoria de Imprensa)
Nota:
Originalidade: 9
Composição: 10
Produção: 10
10/10
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
É fato conhecido que a saída e consequente entrada de novos integrantes pode não alterar a identidade musical uma banda ou seu estilo. Mas toda a dinâmica muda, já que músicos costumam possuir personalidades e técnicas musicais bem pessoais. Não, não é uma questão do que é melhor ou pior, mas de simplesmente ser diferente.
E esta diferença é a tônica que faz com que “No Fear to Face What’s Buried Inside You”, primeiro álbum do quarteto paulista ATTRACTHA seja tão bom, e esteja credenciando a banda a brigar por um lugar entre os grandes discos do ano.
O grupo continua fazendo o bom e velho Heavy Metal com muita personalidade e sem se prender a este ou aquele subgênero. Mas o que podemos perceber é que entre o EP “Engraved” e esse álbum, a maior diferença é que as entradas de Cleber Krichinak nos vocais e de Guilherme Momesso no baixo, juntando com os veteranos Ricardo Oliveira (guitarras) e Humberto Zambrin (bateria) fizeram o ATTRACTHA soar mais pesado, agressivo e moderno. Óbvio que o lado mais melodioso da banda continua intacto, mas a agressividade é de saltar os olhos.
Produzido pelas mãos de Edu Falaschi em conjunto com o próprio ATTRACTHA, mais a mixagem e masterização de Damian Rainaud (na Califórnia, EUA), podemos afirmar que o quarteto deu um salto qualitativo em termos de qualidade sonora. Está muito pesado, com timbres bem escolhidos, mas sem que a clareza instrumental fique comprometida, ou as melodias sejam prejudicadas.
Sob o conceito do baterista Humberto, o designer João Duarte criou uma arte gráfica muito bonita, e fugindo do batido padrão de predominância de tons de vermelho ou preto.
Musicalmente, o quarteto não está nem aí para rótulos, características, ou seja lá o que for. A música do ATTRACTHA só admite um rótulo: Metal, e pronto!
Peso, agressividade, energia fluindo aos borbotões, boa técnica musical de cada um dos integrantes. E tudo isso se funde e cria uma música com muita personalidade, com ótimos arranjos, pegadas envolventes e uma dinâmica fantástica entre a parte instrumental e os vocais.
“No Fear to Face What’s Buried Inside You” é ótimo do início ao fim, desafiando-nos a cada ouvida, para que descubramos seus segredos. Mas destacam-se as seguintes canções:
“Bleeding in Silence” – Uma pancada agressiva e seca, com muita força e técnica, e um andamento daqueles que nos envolvem na primeira ouvida. É impossível não destacar o ótimo trabalho de Humberto e de Guilherme na base rítmica do grupo (como é pesada e com ótima técnica).
“231” – Outra em que a banda está soando moderna e cheia de vida, com ótimas partes de guitarras, boas mudanças de ritmo, e um trabalho excelente de Cleber (que sabe usar muito bem sua voz e a diversidade dos timbres dela).
“Move On” – O refrão dessa aqui é um dos melhores de todo o disco. Mas é preciso atentar ao ótimo trabalho de Ricardo nas guitarras, com riffs muito pesados e cheios de feeling (e interessantemente, não se percebe bases de guitarra sob os solos, o que confere um toque “live” muito bom).
“Mistakes and Scars” – Agressiva de doer os ouvidos dos mais sensíveis e não iniciados, mas com melodias modernas impecáveis. E Mais uma vez, a ferocidade das guitarras está evidente. Mas o trabalho de baixo e bateria é fortíssimo (muitos ritmos quebrados e com peso absurdo). Mas como o refrão gruda nos ouvidos e essa canção nos empolga!
“No More Lies” – Uma canção mais amena, onde a emoção se faz presente com uma bela interpretação por parte dos vocais e timbres limpos das guitarras. E a agressividade vai crescendo parte a parte, mas ela não quebra o lado mais introspectivo da música. E que trabalho caprichado e técnico do baixo.
“Victorious” – Aqui, a modernidade sonora e a melodia natural do grupo se combinam, criando momentos muito intensos, sob todo o alinhavo mais Hard’n’Heavy oitentista que surge de forma natural. E a bateria arrasa em belas conduções, com boa técnica e bumbos perfeitos, além dos vocais estarem muito bem mais uma vez.
“Payback Time” – A dose de energia oferecida pela banda aqui é enorme, intensa e muito bruta. A velocidade de riffs quase Thrash de algumas partes é contrastada pela melodia dos vocais. É uma faixa um pouco mais simples, mas altamente ganchuda e empolgante.
“No Fear to Face What’s Buried Inside You” é uma jóia rara, uma pérola brilhante e muito bonita, e o ATTRACTHA mostra um nível musical que já não cabe no Brasil.
Parabéns, rapazes!