17 de ago. de 2016

LIFE IN BLACK - Broken Ego (CD)


2016

Independente
Nacional

Nota: 8,5/10,0

Músicas:

1. Inside my Mind
2. Thunder Hell
3. Spirit of the Ruins
4. Suffering Souls
5. Useless Gold
6. Blood
7. Solitary
8. A Life in Black
9. Walking


Banda:


Daniel Monfil - Vocais 
Ricardo Oliveira - Guitarras
Marco Alexandre - Guitarras
Belmilson Santos - Baixo 
Maycon Avelino - Bateria


Contatos:



Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


A cena brasileira do Metal nem sempre é justa. É preciso ralar muito, lutar dentro do underground para se sobressair. E essa luta envolve fatores fora dos palcos e shows que muitos desconhecem.

Mas ao mesmo tempo, é interessante ver como o Brasil não pára de produzir bandas muito boas. E em termos de Thrash Metal, o estado de São Paulo parece pé de pimenta malagueta: quanto mais arranca, mais dá. E bem mais ardido e ótimo é o trabalho do quinteto LIFE IN BLACK, da cidade de São Paulo, que chega com seu primeiro CD, o ótimo "Broken Ego".

As diferenças já surgem logo nas primeiras audições: ao invés de fazerem algo mais bruto e agressivo como muitos, e nem ao menos querer ser rotulado como Classic Thrash Metal, o quinteto faz algo que está na linha de bandas como ANTHRAX e, principalmente, FLOTSAM & JETSAM, já que existe preocupação não só em soar pesado e agressivo, mas também em trabalhar as melodias, além do vocal buscando usar tons de voz mais normais e mesmo melodiosos em muitos pontos (onde percebemos a influência de Erick A. K. e Joey Belladonna). Se prestarem bem atenção, perceberão estas diferenças sutis, e assim, nos permitem perceber que existe personalidade no trabalho deles.

Tendo produção e mixagem do guitarrista Marco Alexandre. Assim, vemos que a banda prefere algo mais direto e agressivo, mas sem deixar de ter aquela boa dose de clareza que é necessária para a compreensão do que o grupo está tocando. Óbvio que alguns timbres dos instrumentos musicais poderiam ter ficado um pouco melhores, mas estão longe de serem ruins.

A arte, também feita por Marco Alexandre, é muito boa, apesar de buscar uma subjetividade bem simples. Mas mesmo assim, ficou muito boa.

No aspecto musical, o grupo realmente soube polir suas composições, sem deixar que elas soassem mecânicas. Tudo está bem encaixado, inclusive os backing vocals (reparem os trechos em português em "Spirit of the Ruins") e mesmo os solos. OS arranjos são ótimos, bem como cada canção possui sua própria dinâmica e identidade.

Os melhores momentos de "Broken Ego" são:

"Inside my Mind" - Sinuosa e intensa, com arranjos muito bem feitos, trazendo boas variações rítmicas, riffs quebrados e muito peso. É empolgante, e recheada de riffs de guitarras de primeira.

"Thunder Hell" - Aqui, temos aquele cheiro forte o Thrash Metal nova-iorquino, ou seja, não é nem veloz e nem cadenciada, mais focada no peso e na melodia dos vocais, mas é impossível não falar como baixo e bateria estão excelentes. E reparem nas melodias vocais no refrão.

"Spirit of the Ruins" - Novamente, o Thrash Metal New York entra em cena, com riffs muito bons, com uma dose ótima de velocidade. Mas a banda evita ficar presa a um único tempo, ou seja, temos muitas mudanças de andamento, fora o refrão soturno e cantado em português.

"Useless Gold" - Há certo toque de modernidade em algumas passagens, além de peso e agressividade desmedidos. Reparem como as guitarras esbanjam riffs azedo e solos bem legais. E não se assustem, já que as melodias aqui estão um pouco mais subentendidas.

"Blood" - Outra vez a banda cria uma canção pesada e intensa, mas com um refrão melodioso de primeira. E os vocais capricharam bastante nos timbres mais limpos (embora os mais agressivos estejam muito bons também).

"A Life in Black" - Aqui, temos uma velocidade mais evidenciada, e novamente, as melodias dão às caras nas guitarras e nos vocais. A banda capricha nas mudanças de ritmo, e se sai muito bem.

Se eles acertarem algumas arestas, e aliarem essa energia e qualidade da música com uma produção de ponta, ninguém segura o LIFE IN BLACK.

E tenho dito!

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