2016
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Músicas:
1. The Moth
2. Cause for Alarm
3. Lost
4. Father of Lies
5. Hell to Pay
6. It Can't Be This
7. Hatred United/United Hate
8. Breakaway
9. The Electric Cell
10. Let the Pieces Fall
Banda:
Mark Osegueda - Vocais
Rob Cavestany - Guitarras
Ted Aguilar - Guitarras
Damien Sisson - Baixo
Will Carroll - Bateria
|
Convidados:
Jason Suecof -
Solo de guitarra em "Cause for
Alarm"
Andreas Kisser -
Solo de guitarra em "Hatred
United/United Hate"
Contatos:
Facebook (Oficial)
Facebook (Brasil)
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
O DEATH ANGEL é, sem sombra de dúvidas,
um dos nomes mais conhecidos no Thrash Metal mundial.
Apesar do surgimento
arrasador no underground com "The Ultra-Violence", do
sucesso como emergente com "Frolic Through the Park"
e "Act
III", infelizmente parou em 1991, devido à falta de maior sucesso
comercial e a um acidente que deixou o ex-batera Andy Galeon mais de um
ano parado. Mas após o retorno em 2001, a banda está se mantendo na ativa,
sempre sob a tutela de Mark e Rob. E após o excelente "The
Dream Calls for Blood", de 2013, lá vem o quinteto com outra
pedrada de altíssimo nível, "The Evil Divide", que a dobradinha Shinigami Records/Nuclear Blast Records colocou no mercado nacional.
O ponto mais
interessante é: como o quinteto de San Francisco consegue evoluir e manter sua
identidade. Sim, "The Evil Divide" carrega todos os elementos mais
fortes do Thrash Metal azedo e trabalhado que o quinteto sempre fez, mas apenas
com uma sonoridade mais modernizada. É veloz, agressivo, tecnicamente muito bem
feito, com melodias preciosas, a crueza que temos em "The Ultra-Violence"
e "Frolic
Through the Park", apenas com uma gravação limpa.
É bom preparem
o pescoço!
A produção é
de Jason
Suecof (que já havia feito a produção de "The Dream Calls for
Blood") em conjunto com Rob Cavestany (guitarrista da
banda), e a masterização é de Ted Jensen. Sim, a sonoridade do
disco é de alto nível, limpa e moderna, mas sem querer mudar a orientação
musical do Thrash furioso do quinteto. E em termo de peso e agressividade,
ficou ótima, verdade seja dita.
A arte é um
trabalho de Bob Tyrrell (capa) e Mike Pracale (layout), que é bem
simples e soturna, privilegiando apenas tons de branco, preto e cinza, e de
certa forma, a apresentação ficou soturna. E verdade seja dita: essa arte deixou
muitos com os pés atrás em relação ao que o disco poderia conter em termos
musicais, mas encaixou bem.
A fórmula do DEATH ANGEL não tem segredos: Vocais
furiosos e bem colocados (mas sabendo usar bem dos timbres mais limpos quando
necessário, e isso comprova que a atual fase de Mark é esplendorosa), um
dueto de guitarras sensacional tanto nos riffs como nos solos (Rob
e Ted
estão muito bem entrosados, sem contar que a criatividade é enorme), e a
cozinha de Damien e Will é pesada e apresenta uma ótima
técnica, sem deixar de ter peso. E isso resulta em uma música furiosa, bem
arranjada, com belas mudanças de ritmo, e muito peso e bom gosto.
E podem
colocar ainda como pontos a serem ressaltados as participações especiais de Jason
(o produtor do disco) no solo de guitarra em "Cause for Alarm",
e de Andreas Kisser no solo em "Hatred United/United
Hate".
No fundo, "The
Evil Divide" é um dos melhores discos da banda em todos os pontos.
Melhores
momentos do disco, apenas para referência, pois ele é excelente.
"The Moth" - É uma música dinâmica, violenta e com
belas intervenções dos vocais limpos em meio aos esganiçados. E as mudanças de
ritmo são de primeira, privilegiando bastante o trabalho de baixo e bateria. E
isso com um belo Groove permeando a canção.
"Cause for Alarm"
- Um Thrashão
moderno em muitos aspectos, mas sempre mantendo a personalidade forte do
quinteto, inclusive com muitos momentos mais Crossover aqui e ali, devido à
simplicidade. Mas como as guitarras são ótimas, bastando reparar na força dos
riffs e solos de primeira.
"Lost" - A agressividade cede espaço à
introspecção, mostrando como o quinteto é versátil e criativo. Os vocais estão
de primeira, mostrando uma interpretação de primeira, algo difícil de ser
ouvido no Thrash Metal. E alguns momentos bem técnicos e mais limpos das
guitarras são excelentes.
"Father of Lies"
- Sabe aquele
jeito de se fazer Thrash Metal com os andamentos mais cadenciados, mas com aquele
peso absurdo e aquela pegada ganchuda? Pois é, é o que temos aqui, onde baixo e
bateria se destacam mais uma vez, fora o trabalho mais técnico das guitarras.
"Hell to Pay"
- E então, a
velocidade torna a dar as cartas, e esta canção chega a esbarrar bastante na
forma de se fazer Thrash Metal à lá anos 80. Como o trabalho das guitarras está
de alto nível.
"It Can't Be This"
- Um belo
dedilhado do baixo dá início a uma música mais arrastada e muito pesada, mas
voraz e azeda. A complexidade dos vocais é surpreendente em certos momentos.
"Hatred
United/United Hate"- Mais
uma vez, a banda lança mão de um andamento que transita entre o lento e o
veloz, criando riffs memoráveis, fora os vocais estarem de primeira.
"Breakaway" - Uma introdução bem trabalhada e cheia
de Groove, e então, uma faixa mais veloz surge, deixando o fã preso na cadeira
devido ao impacto e peso dessa canção. Podemos dizer que mais uma vez é uma
música em que o quinteto resgata suas raízes, com belos backing vocals e belas
conduções feitas pela bateria (especialmente nos dois bumbos).
"The Electric Cell"
- Mais uma vez o
baixo mostra seu valor, criando dedilhados ótimos para a evolução das guitarras
em seu início, antes de um ataque feroz de guitarras muito bem trabalhadas, que
nos leva a agitar a cabeça freneticamente. Mas é bom repararem que existem
momentos em que a banda transcende o Thrash Metal, esbarrando com muita força
no Thrash Metal moderno (devido ao Groove intenso) e no Metal tradicional
(reparem na técnica usada nos solos de guitarra, especialmente nos duetos).
"Let the Pieces
Fall" - Outra
em que a técnica é bem apurada, e vemos como o grupo consegue atualizar sua
forma de fazer música sem perder suas raízes. O trabalho de baixo e bateria é
de primeira, sem mencionar que os vocais mudam de timbre de forma majestosa.
Se a sua
versão é a importada, termina por aqui. Mas a Shinigami Records nos concede um
presente: uma faixa bônus.
"Wasteland" - Aqui, vemos um cover do THE
MISSION, banda de Gothic Rock. E a versão do quinteto ficou ótima, com
uma maior quantidade de guitarras, e com mais peso, embora Mark tenha optado por
vozes mais limpas, mas que encaixaram muito bem (e mostram o quanto ele é
versátil nos vocais).
Se repararem,
não destaquei faixa alguma. O disco todo é de primeira, não dá para dizer que a
banda não caprichou. E merece aplausos por isso.
E nessas
horas em que me pergunto: não seria melhor deixar de lado o Big Four e prestar
mais atenção nas bandas fora dele?
O Thrash
Metal agradece.
Ouçam sem
moderação alguma, pois o DEATH ANGEL nos brinda com mais um álbum de primeira!