2016
Nacional
Nota: 8,5/10,0
Músicas:
1. DIVAK
2. Weight of the World
3. FreakShow
4. Paranoia
5. Unblame
6. Cyber Masquerade
7. In My Darkest Hour
8. Forgotten
9. SuckerPunch
10. Time
11. Misfired
12. The Fall from Grace
13. Awakened
Banda:
Jeff Scott Soto - Vocais
Jorge Salan - Guitarras
BJ - Guitarras, teclados
David Z - Baixo
Edu Cominato - Bateria
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Contatos:
Existem artistas
que parecem picados pelo bicho-carpinteiro, como dizem os mais velhos.
A referência
vale para aqueles sujeitos extremamente "workaholic", os viciados em
trabalho, e alguns chegam a ser extremos. Mas se de um lado, o músico produz
muito, em alguns casos, a qualidade de cada trabalho é em alto nível, onde tudo
soa de primeira.
É justamente
o caso do vocalista Jeff Scott Soto, conhecido por suas passagens marcantes por YNGWIE MALMSTEEN'S RISING FORCE, AXEL RUDY
PELL, TALYSMAN, PANTHER, M.A.R.S., além de empreitadas solo ótimas. Mas
sempre se pode esperar o inesperado dele, já que o gosto pessoal de Jeff é bem
eclético em termos musicais. E no SOTO,
não é diferente, que o diga "Divak", novo disco da
banda.
Em termos de
música, "Divak" soa como uma continuação de "Inside
the Vertigo", de 2015, ou seja, ainda é aquele Metal tradicional
moderno, cheio de peso e intensidade. Mas está bem mais eclético em termos de
influência, sem contar que o lado técnico também está mais evidente. Sim, já
que há certo swing, um groove musical diferente que permeia cada uma das
músicas, mas sem deixar que o estilo já delineado pelo disco anterior se perca.
E um ponto a ser ressaltado: o quinteto é extremamente talentoso.
Na produção,
o próprio Jeff se alia a Edu Cominato (baterista do grupo,
brasileiro que chegou a tocar no TEMPESTT)
para criar uma sonoridade sólida, pesada e bem gordurosa. Mas ao mesmo tempo, o
resultado em termos de clareza é de primeira, logo, fica claro que muito da
modernidade sentida é vinda dos timbres modernos e ferozes dos instrumentos.
Em termos de
arte, ela ficou muito boa, com um toque que mistura o clássico e o moderno. Ou
seja, é um trabalho muito bem feito de Gustavo Sazes (que anda se tornando
cada vez mais solicitado por artistas do exterior).
Ótimos
refrões, arranjos muito bem feitos, guitarras com bases ricas e solos de
primeira, baixo e bateria formando uma base rítmica sólida e bem variada, tudo
isso de primeira para que JSS possa mostrar outra faceta
belíssima de sua voz única. Ou seja: os vocais não são a único ponto forte de "Divak".
Melhores
momentos:
"Weight of the
World" -
Moderna, cheia de energia, com uma pegada moderna e riffs de primeira linha. E
ouçam como o refrão é ótimo, bem como o baixo mostra momentos brilhantes.
"FreakShow" - Sinuosa, ganchuda e empolgante, é rica
em arranjos de primeira e com uma bateria de primeira. E novamente o refrão é
algo de primeira, isso sem falar nesse groove que nos envolve de cara, sem
cartão de visitas.
"Paranoia" - Outra cheia de um perfeito swing, um
jeitão bem intenso e guitarras com riffs azedos e intervenções precisas. E como
sempre, o refrão mostra aquela capacidade de nos conquistas nas primeiras
audições.
"In My Darkest Hour"
- Uma linda
balada, feita com violões e teclados, fora a bateria estar muito bem.
Introspectiva e melodiosa, ela passa longe de ser uma baba, pois é de uma
beleza incomum.
"Forgotten" - Outra pauladaça de primeira, que
começa como uma balada, ganha peso e possui um refrão excelente, melodioso e
que preserva os traços mais introspectivos do início. Mas como é bom ouvir quão
bom é o trabalho dessa dupla de guitarras.
"Time" - Mais uma vez, o peso se alia à melodia
e a um Groove intenso e provocante, com um andamento um pouco mais cadenciado,
o que privilegia o desempenho de baixo e bateria. Mas logo as guitarras dão
mais peso, já que a canção ganha uma dose de velocidade e adrenalina.
"The Fall from
Grace" - Peso
e energia brotam dessa faixa ganchuda e cheia de arranjos modernos e pesados.
"Awakened" - Essa já busca ter mais peso e
agressividade, mas sem deixa de lado as melodias, algo precioso para Sir JSS.
Mas é muito interessante poder ouvir mais uma vez as incursões bem feitas de
teclados e o trabalho caprichado de baixo e bateria.
Ah, vão
reclamar que não falei do trabalho de Jeff nos vocais em "Divak". Mas
respondo com uma pergunta: se faz necessário, com esse que é um dos grandes
vocalistas do Metal da atualidade?
Não, chegaria
a ser repetitivo ficar citando a interpretação, dicção, forma de postar a voz ou mesmo como ele canta.
Um grande
disco, sem sombra de dúvidas!
Texto: Marcos
"Big Daddy" Garcia