2016
Independente
Nacional
Nota: 9,0/10,0
Músicas:
1. Peace at Last
2. Werther's Fate
3. Ultimate Meeting
4. Eminent Fall
5. My Dearest Scar
6. Jail of Solitude
7. In a Sea of Sadness
8. Still in Tears
Texto:
Marcos "Big Daddy" Garcia
O mix de Metal com influências do Gothic Rock já foi um
gênero bem popular dentro da cena. Mas de uns 7 ou 8 anos para cá, parece ter
caído em desuso. Mas isso no fundo é bom, pois apenas as bandas que fazem este
tipo de linha porque querem e gostam do que fazem continuam. E são essas que
fazem a diferença.
Mas é tão bom ver uma banda com essa vocação aqui no Brasil,
como é o ótimo trabalho do BLOOD TEARS, de Caxias do Sul (RS), que após Demo
CDs e splits, chega com seu primeiro álbum, "Three Wishes".
Pesado, belo e elegante, "Three Wishes" é uma
belíssima amostra do que poderíamos chamar de Gothic Doom Metal, onde o peso
deve estar aliado a uma estética musical mais refinada. Percebe-se a influência
de nomes como o MY DYING BRIDE e THEATRE OF TRAGEDY em suas fases mais seminais
e criativas, mas o grupo tem personalidade. E muita, para ser sincero.
A banda não se furta do uso de vocais rasgados e guturais
quando lhe convém, nos momentos mais agressivos. Mas ao mesmo tempo, existem
momentos mais climáticos, onde o vocal limpo domina, outros em que são mais
sussurrados, e ainda temos a presença de vozes femininas aqui e ali. Óbvio que
as guitarras são de alto nível, baixo e bateria são bem entrosados na base
rítmica, e os teclados estão muito bem encaixados, mas não sendo meros
coadjuvantes, mas parte importante do todo.
Produzido por Roger Fingle, o disco possui uma sonoridade
mais seca, priorizando alguns timbres mais azedos nas guitarras, mas ao mesmo
tempo, todos os instrumentos estão claros e audíveis. A clareza está em bom
nível, e a crueza faz parte do trabalho em si.
Basicamente, Earth cantou e tocou quase tudo em "Three
Wishes", mas há a participação de vários músicos em algumas faixas, como Malthus
na bateria, Rodrigo Boz na guitarras, Arntor nos teclados, Daniehl Tears no
baixo e vocais, Fernanda Ishida nas guitarras e vozes faladas, e Myth nos
vocais extremos e guitarras.
E em termos musicais, a criatividade impera, trazendo aquela
aura melancólica sombria que envolve o ouvinte a cada segundo, mantendo-o preso
à banda. Cada arranjo é belo, cada segundo é precioso.
Melhores momentos em um disco desses seria algo leviano de
ser falado. Mas apenas para referência, a bela e introspectiva "Werther's
Fate" (com seu jeitão meio Doom e meio Goth de ser, com belos vocais
limpos); a força do lado mais agressivo dos vocais em "Ultimate Meeting"
(mesmo com a beleza dos teclados atmosféricos aqui e ali, e o peso de riffs
excelentes); a criatividade agressiva e soturna de "Eminent Fall"
(belo trabalho de guitarras); a beleza instrumental contrastada por vocais
rasgados e outros normais em "My Dearest Scar", que tem uma beleza
triste e deliciosa; e o peso mais agressivo que a soturna e climática "In
a Sea of Sadness" carrega, com um trabalho bem legal de baixo e bateria.
No mais, o BLOOD TEARS é uma excelente banda, merece
aplausos, e que continue este trabalho tão bom que ouvimos em "Three Wishes".
Banda:
Earth - Vocais, vocais limpos, guitarras, baixo, teclados
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