22 de abr. de 2016

WITH THE DEAD - With The Dead (Álbum)


2016
Importado

Nota: 10,0/10,0

Músicas:

1. Crown of Burning Stars 
2. The Cross 
3. Nephthys 
4. Living With the Dead 
5. I Am Your Virus 
6. Screams from My Own Grave


É muito interessante notar que músicos, mesmo após aposentarem suas bandas, parecem ter o bom e velho "bicho carpinteiro" em si de tal forma que eles se recusam a ficar parados. Morre uma banda, e logo eles voltam com outra.

E esse é o caso do trio inglês WITH THE DEAD, que se levantou do túmulo e concedeu ao mundo o seu primeiro disco, o ótimo "With The Dead".

Para quem não sabe, este é o novo trabalho de Lee Dorrian (conhecido amplamente por seus trabalhos com o NAPALM DEATH e CATHEDRAL), que se uniu a Tim Bagshaw (ex-baixista do ELECTRIC WIZARD) e ao batera do RAMASSES, Mark Greening. Creio que fica óbvio qual o estilo do grupo: Doom Metal na sua mais azeda e bruta forma de ser. Sim, é sinistro, azedo e melancólico nas medidas certas, com uma sujeira instrumental que é proposital, mas sem que a qualidade do grupo fique oculta. E digamos de passagem, o resultado é excelente.

A produção é de Jaime Gomez Arellano, que já trabalhou com nomes como o próprio CATHEDRAL, além de GHOST e ANGEL WITCH. O som é ríspido, cru e abrasivo, mas orgânico, mas ao mesmo tempo, conseguimos compreender o que a banda está tocando sem problemas. Ou seja, eles conseguem equacionar a crueza instrumental com uma qualidade sonora ótima de forma bem satisfatória.

Mas o que esses músicos tão tarimbados podem oferecer aos fãs do gênero?

O WITH THE DEAD não é uma banda com pretensões de revolucionar nada em termos musicais, e talvez por isso seja tão bom. A espontaneidade é sensível em cada segundo de música, nada é forçado.

A fusão da voz crua e azeda de Lee, mais os riffs sujos e criativos de Tim (bem como seus solos melodiosos), mais o peso da base constante de Tim (sim ele tocou baixo no disco) e Mark é capaz de dar aquele sopro de vida ao gênero, já desgastado pela overdose de bandas que nada possuem a dizer, aquelas que ficam na linha entre o bom e o regular. E aproveitando-se de sua liberdade de criação, o grupo criou seis músicas ótimas, todas com excelentes melodias, e que duram em média entre seis e sete minutos (sem cansar nossos ouvidos).

O disco abre com a ótima "Crown of Burning Stars", azeda e cheia de um feeling melódico denso, recheado de belas guitarras. Em "The Cross", o andamento ganha um pouquinho (só um pouquinho!) de dinâmica e groove, mas o peso é avassalador, mostrando que mesmo na simplicidade, baixo e bateria podem mostrar um toque de refinamento técnico que nos permite não ficarmos empanzinados. As lições do BLACK SABBATH ficam mais evidentes em "Nephthys", com aqueles riffs de guitarra pesados e cheios do feeling criado por Mr. Iommi, embora o contraste entre a voz forte de Lee e as guitarras de Tim seja muito interessante. E tais elementos tornam a aparecer muito bem em "Living With the Dead", que é soturna, mas recheadas de melodias sinistras no meio da base peso pesada de Tim e Mark, que mostra algumas variações muito interessantes. "I Am Your Virus" mostra alguns toques um pouco mais experimentais pela presença de efeitos sonoros sinistros, contribuindo para que a aura sinistra que permeia o disco continue constante, mais uma vez com Lee mostrando excelente forma. E em "Screams from My Own Grave", vemos que o trio é capaz de criar aquela mesma atmosfera sinistra e densa que os filmes da Hammer Film Productions fazia, devido ao andamento lento e aos riffs abusivamente climáticos e aos vocais bem trabalhados.

E merece uma versão nacional, nem que seja por um crowdfunding apenas para os interessados.

Excelente banda!

Em tempo: depois da gravação, se juntaram a banda o baixista Leo Smee e o baterista Alex Thomas.


Banda:

Lee Dorrian - Vocais
Mark Greening - Bateria, Hammond 
Tim Bagshaw - Guitarras, baixo


Contatos:






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