2015
Independente
Nacional
Nota 7,5/10,0
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
O Rock é mesmo uma linguagem universal.
É diversificado, mutante, sempre se atualizando (para animar os pesadelos dos mais conservadores e puritanos), e assim, ele segue desde seu surgimento lá nos anos 50. E é interessante ver que, mesmo em cidades improváveis, ele surge do nada. E é este o caso do quinteto OPALA DE PRATA, vindos de Magé (interior do RJ), e que estréiam com o EP "Filho Feio".
Podemos perceber que o grupo aposta suas fichas em um Rock cru, sujo e visceral, que possui certa dose de peso, muita melodia e espontaneidade. É quase que um AC/DC um pouco mais metalizado, com uma música feita na garra e na coragem. E soa bem pegajoso, um deleite para os ouvidos cansados das músicas pasteurizadas dos dias de hoje. Aqui, tudo está soando cheio de vida e energia.
Opala de Prata |
Em termos musicais, o OPALA DE PRATA é uma banda que tende a evoluir, mas essa mistura de influências que a banda mostra em sua música que foge de complexidades desnecessárias, e aposta em algo mais direto e sem muitas firulas. Mas os arranjos são muito bons, a dinâmica instrumental é muito boa.
Nada que Valha a Pena - Há uma dose de energia que mixa muito de Hard clássico com boas doses de peso. E se não fosse a gravação, se perceberia o poder de fogo das duas guitarras (os riffs são muito bons).
Ego Divino - Uma baladinha bem acessível e preenchida por uma atmosfera completamente "bluesy", onde os vocais se encaixam muito bem.
Meretriz - Curta e direta, é uma faixa divertida, onde o baixo se mostra bem no início. E uma ouvida na canção mostra que a base rítmica é boa, mesmo no meio desta simplicidade.
Vulgar Picture - Aqui, a banda pega um pouco mais pesado, mostrando riffs que lembram um pouco o Hard'n'Heavy da NWOBHM. E o uso do idioma bretão deixou a música um pouco mais solta que as anteriores.
Pai das Ilusões - A fórmula de peso cadenciado dá as caras no início, mas logo o andamento ganha um pouco mais de velocidade. Apesar da espontaneidade, ouvimos claramente um bom trabalho nos riffs e nos vocais (que podem dar uma melhorada dos timbres no futuro).
Oficina do Caos - Por ser uma canção bônus, a gravação aparenta ter vindo de um ensaio, abafada e ainda mais crua. Mas se percebe que o quinteto, como um todo, está muito bem, e sabendo o que quer de sua música. É uma canção grudenta e azeda nas mesmas medidas, e a base rítmica os vocais se mostram muito bem.
O OPALA DE PRATA tende a crescer e evoluir, pois o potencial deles é muito bom. E eu os saúdo com palmas, pela coragem de fazer um trabalho desse nível.
Músicas:
01. Nada que Valha a Pena
02. Ego Divino
03. Meretriz
04. Vulgar Picture
05. Pai das Ilusões
06. Oficina do Caos
Banda:
Thiago Millôres - Vocais
Vitor - Guitarras
João Victor - Guitarras, backing vocals
Rodrigo "Kobé" - Baixo
Rique - Bateria, backing vocals
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