6 de mar. de 2016

LUVART - Rites of the Ancient Cults (álbum)


2015
Nacional

Nota: 9,5/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Talvez não seja domínio de muitos dos atuais Metalheads no Brasil o que vou dizer, mas é um fato: o Brasil sempre foi extremamente antenado com as tendências do Metal fora daqui. E em termos de Metal extremo, a relação é quase em tempo real, mas com uma imensa vantagem: as bandas do Brasil evoluem, mas nunca deixam de lado suas raízes. E isso se constata claramente em "Rites of the Ancient Cults", novo disco do veterano LUVART, de Juiz de Fora (MG).

Detentor e defensor do Black Metal nos moldes da velha escola, com clara influência da escola grega do gênero, o trio ainda possui aquela mesma essência: um som mais cadenciado, soturno, denso, feito com vocais guturais e alguns teclados mais climáticos. Algo que era muito usual entre 1992 e 1995, mas que acabou sumindo um pouco. E como é bom ouvir esse tipo de música brutal e mórbida...

Luvart
A produção sonora é de Rodrigo Itaboray (que também fez a mixagem e masterização do álbum, e ainda tocou algumas guitarras acústicas). O resultado é uma sonoridade intensa, mórbida e pesada, mas bem límpida, sendo algo que chega a ser estranho para o gênero. Mas o LUVART nunca foi uma banda de se prender à regras, e a clareza deixou o trabalho ainda mais soturno. Ou seja: aliaram o peso e agressividade de sua música à uma qualidade sonora muito boa e se saíram muito bem. E a arte como um todo é de Marcelo Vasco, da PR2Design, e ficou excelente, dando corpo à música do trio.

Um dos pontos que mais contribuem para a música do LUVART soar tão boa aos nossos ouvidos é a capacidade de seus membros saberem equilibrar a espontaneidade requerida com uma dinâmica de arranjos bem feita. Embora as músicas de "Rites of the Ancient Cults" sejam bem simples, há certo refinamento e brilhantismo nelas. E quanto mais se ouve o disco, mais ele nos cativa.

Primordial Incantation - Esta é uma introdução feita com teclados sinistros e vocais sussurrados, com algo de fúnebre e bem opressivo.

Thy Draconian Majesty - Aqui, vemos uma faixa sinuosa, com boas variações de ritmo, guiada por vocais urrados próximos ao gutural, mas com boa dicção. E que belo trabalho pesado de baixo e bateria, diga-se de passagem.

At the Gloomy Sky - Outra pedrada infernal, que começa mais rápida, mas logo se torna lenta e intensa, com riffs de guitarra que reforçam aquela aura depressiva e densa. É uma canção envolvente, que por conta da longa duração possui momentos sublimes onde os vocais dão uma caprichada na interpretação.

The Path of Serpent - Como é bom ouvir uma canção dessas, em que o peso da cozinha rítmica em andamentos cadenciados cria aquela opressiva sensação de agonia, e ainda mais com alguns teclados sinistros que dão as caras.

Summoning the Black Light - A levada lenta de opressiva nos lembra bastante trabalhos de bandas como VARATHRON, onde o foco é soar pesado e azedo, terrorozo e sem muitas firulas. E mais uma vez, as guitarras se impõem com um peso absurdo nos riffs.

Wrathful Tyrant - Fúnebre e bem mais lenta que as anteriores, com belas melodias intensas surgindo dos riffs, mas reparem bem como os vocais se mostram muito bem.

Beyond the Gates of Realms - Os bumbos duplos dão um toque mais acelerado, embora aquela atmosfera intensa e azeda da música do trio continue presente. E mesmo sendo a mais curta das canções do disco, é um festival de ótimos riffs.

Tenebris Mater - Novamente, o grupo lança mão de uma canção com o andamento extremamente refreado. Mas não se preocupem, pois ela não se parece com as outras, e aglutina valor ao trabalho graças aos vocais bem postados e trabalho ótimo de baixo e bateria.

O LUVART é daquelas bandas que merecem aplausos, verdade seja dita, pois como focam suas forças em sua música, e não em polêmicas, só tendem a crescer mais e mais.



Músicas:

1. Primordial Incantation 
2. Thy Draconian Majesty 
3. At the Gloomy Sky 
4. The Path of Serpent 
5. Summoning the Black Light 
6. Wrathful Tyrant 
7. Beyond the Gates of Realms 
8. Tenebris Mater 


Banda:

Brucolaques - Guitarras, vocais
Marbas - Baixo, teclados 
Blood Devastator - Bateria


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