11 de out. de 2015

FÚRIA LOUCA - On the Croup of the Sinners (Part II) [CD]

2015
Voice Music
Nacional

Nota 10,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Existem dois aspectos que andam em alta no Metal nacional que andam ótimos: primeiro de tudo, o Hard/Sleaze Rock anda aparecendo cada vez mais em nosso país, como ótimos trabalhos. E o segundo é que São Luís, terra que nos trás à mente lembranças tristes do M.O.A., cada vez mais está mostrando bandas excelentes. JACKDEVIL, BRUTALLIAN, PÚRPURA INK, e agora, o Metal Samsara tem o enormes prazer de receber mais uma vez o excelente quinteto FÚRIA LOUCA. Sim, dois anos após "On the Croup of the Sinners", eles retornam à carga com "On the Croup of the Sinners (Part II)", que é tão bom como a primeira parte.

A banda continua fazendo aquele Sleaze/Hard Glam de primeira, sempre com energia e boa dose de agressividade, que lembra aquela fórmula usadas pelas bandas californianas do gênero nos anos 80: uma dose enorme de energia, melodias muito bem encaixadas, refrões de fácil assimilação pelo ouvinte. Mas dessa vez, a banda volta um pouco mais polida, com alguns toques de AOR em alguns momentos. Ou seja: continua com o mesmo jeitão, só um pouco mais refinado. E assim o disco é algo de maravilhoso e envolvente.

Gravado, mixado e masterizado no estúdio Base 17, com produção do próprio quinteto, o resultado final é uma qualidade sonora melhor que no "On the Croup of the Sinners", com melhor definição sonora, mais clara, mas sem limpar demais aquele som sujo necessário ao gênero. E assim, a equação peso X melodia ficou em um ótimo equilíbrio, além de conseguirmos entender cada instrumento separadamente.

A arte da capa, mais uma vez, é de Ronílson Freire, e novamente temos Ella, o mascote-símbolo do grupo, presente e disposta a causar terror nos mais desavisados. E a arte, ficou realmente bem legal, assim como o layout, usando simplicidade muito interessante nas letras, e uma colagem de fotos de shows ao vivo ótima.

Fúria Louca
Como dito acima, o FÚRIA LOUCA mostra-se mais polido que antes, mas não se enganem, pois a energia continua intocada. Basta repararem que os arranjos do grupo estão em alto nível, nada espalhafatosos em termos técnicos (o que eles nem precisam), fazendo com que as canções soem como uma unidade. Mas se preparem, pois o disco é viciante.

Novamente, a banda capricha nas músicas (sem que deixem de soar espontâneas), e fica difícil de escolher uma favorita aqui. É por o disco para tocar na função "repeat all" e se divertir.

The Criminal Novel - O disco já começa empolgante, com um andamento levado em tempo mediano, com belos riffs e vocalizações caprichadas, além de backing vocals e refrão grudentos. É uma das melhores do CD, além de ser bem acessível.

Love You at Pieces - alternando momentos mais lentos e calmos com outros mais cheios de energia, é outra bicuda Hard, com um refrão excelente e bem grudento (mais uma vez belo jogo entre vocais principais e backing vocals), com a base rítmica mostrando excelente trabalho (veja os arranjos de baixo, que estão fugindo da marcação pura e simples).

Rock Fever - Mais dura e pesada, com algumas contribuições de teclados logo no início, é um dos pontos altos do disco. E que refrão excelente e ganchudo, e novamente, baixo e bateria mostram a que vieram, com peso e boa condução da base. E se essa não grudar em você, meu caro, melhor ver se seu coração ainda bate...

Heart Mind and Soul - É uma belíssima balada. Adornada com belos vocais, cordas limpas, temos uma canção muito bem composta, com a presença de belos arranjos de pianos.

On the Croup the Sinner - As guitarras e baixo já entram em plena potência. Temos riffs pesados e agressivos, mas que não estragam o lado mais acessível da canção. E os solos são eficientes, melodiosos e na medida certa.

Cohatrac City - Cantada em nosso idioma natal, a canção mostra um lado mais Rock'n'Roll descompromissado, mesmo com a alta velocidade dos andamentos. E mais uma vez, as guitarras se destacam, inclusive com o uso de duetos à lá MAIDEN. Outro ponto alto do disco

Wild Horse Sittin Bull - A banda pega mais pesado aqui, mais agressivo, sem deixar de ser acessível. E veja como as guitarras usam sobriamente o pedal "wah-wah", mas que encaixam como uma luva na música. E reparem como os vocais estão em grande forma.

Junkie to the Noise - Como esses caras sabem compor riffs e refrões que grudam em nossas mentes! E novamente, aquelas guitarras típicas de Rock and Roll, que se agarram a nós e não largam mais.

Smiling Cat - Um pouco mais cadenciada e com toques mais modernos, e com muito peso aliado às melodias, algo que o SKID ROW fazia com maestria em seus tempos áureos. Outra vez, baixo e bateria se destacam, pois a base está bem pesada, mas inteligente.

Back to the Outerspace - Fecha o disco com chave de ouro, uma canção bem mais calma e acessível que as outras, beirando o Rock'n'Roll mais comercial. Belo trabalho, mais uma vez dos vocais e backing vocals, sem falar que a estética musical é ditada toda pelo trabalho ótimo das guitarras.

O FÚRIA LOUCA mostra mais uma vez que sabe o que faz, o que quer de sua música, e quem sai ganhando somos nós, os fãs e ouvintes.

Tem cara de ser um dos melhores discos nacionais do ano.



Músicas:

1. The Criminal Novel
2. Love You at Pieces
3. Rock Fever
4. Heart Mind and Soul
5. On the Croup the Sinner
6. Cohatral City
7. Wild Horse Sittin Bull
8. Junkie to the Noise
9. Smiling Cat
10. Back to the Outerspace


Banda:

Henrique Sugmyama - Vocais
Hugão Away - Guitarras
Allex Kyel - Guitarras
Tiago Guinevere - Baixo
Ronaldo "The Truck" Lisboa - Bateria


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