12 de out. de 2015

MAVERICK - The Motor Becomes My Voice (CD)

2015
Nacional

Nota 8,5/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Muitos headbangers tem o costume de elogiar apenas bandas de Metal dos anos 80, esquecendo (ou querendo ignorar) a importância de vultos nos 90. Sinto muito, mas contra fatos não há argumentos, logo, bandas como PANTERA, FEAR FACTORY e tantos outros ajudaram a criar novas sonoridades. Não que o velho seja ruim, longe disso, mas o novo também é excelente. E provando o valor das novas gerações, eis que se São José do Rio Pardo (SP), vem o ótimo quarteto MAVERICK, cuspindo sua fúria em "The Motor Becomes My Voice", seu primeiro álbum, saindo do forno agora pela Shinigami Records.

Aqui, temos a fúria explosiva do Thrash Metal anos 80 associada ao Groove renovador dos anos 90, muito bem misturado e personalizado. E digamos de passagem: a música da banda é intensa, transpirando fúria, mas muito bem arranjada e bem feita. Reparem que os vocais urrados possuem uma influência clara de bandas como PANTERA e MACHINE HEAD, sem soarem como uma cópia; as guitarras são pesadas e agressivas em riffs bem trabalhados e cheios de Groove, e solos melodiosos; e a cozinha rítmica da banda mostra peso e energia, guiando os tempos da banda de forma coerente e com bom nível técnico. É algo pesado, intenso e ótimo aos ouvidos.

Gravado e produzido nos estúdios Atthena's, em Poços de Caldas (MG), a qualidade sonora da banda é bem feita e limpa, com cada instrumento em seu devido lugar e com timbres bem escolhidos. E é até mais limpa que a maioria das bandas do gênero preferem fazer, mas isso lhes deu um toque a mais de personalidade. E a arte feita por Gabriel Sernaglia (guitarrista/vocalista do quarteto) é simples, mas direta e reta ao ponto.

Ótimas variações rítmicas, riffs com boa técnica e sempre com muita energia, arranjos bem feitos (mas sem deixar que as músicas soem mecânicas), podemos dizer que o MAVERICK realmente sabe o que faz e onde quer chegar com sua música.

Nas sete faixas do CD (já que "V8" é uma introdução), a banda se sai muito bem, criando um trabalho que, embora não seja inovador, é ótimo e tem personalidade.

Maverick
Upsidown - Pesada e brutal, possui mudanças de andamento ótimas, fora um trabalho muito bom de guitarras (são riffs e mais riffs intensos e raçudos).

Motor Becomes My Voice - Outra em que a massa sonora é intensa e furiosa, guiada por guitarras insanas e vocais urrados que chegam a causar incômodo nos ouvidos dos menos acostumados. E que boa participação dos backing vocals.

Shadows Inc. - Um pouco mais melodiosa e cheia de grooves, com mudanças rítmicas, mas o andamento no geral é mais cadenciado, deixando aquela sensação opressiva em nossa mente. Destaque para a cozinha rítmica, que se mostra forte e precisa mais uma vez.

Disorder - Outra com belas passagens cadenciadas e ótima participação da bateria (reparem o trabalho de pratos e bumbos), mas sem deixar para trás o ótimo trabalho das guitarras ou dos vocais (que realmente estão insanos e cheios de fúria aqui).

Karma Extinction - O estoque de ótimos riffs do quarteto parece não ter fim mesmo, pois nessa canção onde o andamento é bem dinâmico e a canção é repleta de grooves, as guitarras mostram mais uma vez um trabalho muito bom. 

Dehumanized - Uma das melhores faixas do disco. A fórmula é a mesma das outras faixas, mas vemos uma coleção de riffs ótima, além dos vocais estarem muito bem postados. E observem como as mudanças de andamento se encaixam perfeitamente, sem destoar.

Scarecrow - A pancadaria rola solta nesta faixa que encerra o CD, onde a banda como um todo está muito homogênea, e onde mais uma vez, temos uma excelente coletânea de riffs que transitam entre o velho e o novo sem pudores.

Enfim, o MAVERICK realmente mostra um ótimo trabalho em "The Motor Becomes My Voice", mas pelo visto, ainda tem potencial neles para irem mais longe ainda.

Eu acredito.






Músicas:

01. V8
02. Upsidown
03. Motor Becomes My Voice
04. Shadows Inc.
05. Disorder
06. Karma Extinction
07. Dehumanized
08. Scarecrow


Banda:

Gabriel Sernaglia - Vocais, guitarras
Caio Henrique - Guitarras
Lucas Silva - Baixo
Gustavo Polississo - Bateria


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