27 de ago. de 2015

Individual - Worst Case Scenario (EP)

2015 - Independente - Nacional
Nota 9,0/10,0

Texto: Marcos Garcia





Uma das características mais interessantes do Metal praticado em SP como um todo é a fidelidade à sonoridade mais costumeira dos gêneros. O que quero dizer é: grande parte das bandas de uma vertente do Metal respeita as características mais seminais da mesma. Mas não confundam isso com falta de criatividade, por favor, e bem longe disso: as bandas paulistas muitas vezes dão aulas. E mais uma excelente banda vem dar lições à muitos: o quarteto INDIVIDUAL, de Osasco, que acaba de soltar seu EP "Worst Case Scenario ".

A banda é adepta do Death Metal. Mas é bom tomar cuidado extremo (sem trocadilhos), pois eles não são conservadores. No meio da massa sonora bruta e agressiva da banda, vemos surgir melodias interessantes nas guitarras (especialmente nos solos), alguns vocais mais rasgados se alternando com os guturais, tempos não muito convencionais. Sim, é Death Metal, mas criativo e pronto para encarar desafios, nem que seja na marra, com coragem e muito sangue nos olhos!

A produção ficou nas mãos de Rafael Augusto Lopes (sim, ele mesmo, o guitarrista do IMMINENT ATTACK e FANTTASMA). E como sempre, ele soube captar aquilo que a banda queria e precisava de sua sonoridade, ou seja, aquele som bruto, abrasivo, mas claro e compreensível para todos. Pode não ser excelente, mas é muito boa. E a arte de Gustavo Sazes (da Abstrata) é perfeita para o que a banda faz musicalmente e aborda em seus temas. E a apresentação em um papersleeve ficou ótima, ainda mais que souberam aproveitar a parte interna como encarte (um recurso muito usado nos antigos LPs).

Individual
O material que "Worst Case Scenario" apresenta é muito bom, mostrando que tem um potencial enorme para o futuro. Mas mesmo agora, é surpreendente ver uma banda desse quilate por aqui, ousando ser técnica, bruta e agressiva ao mesmo tempo, com arranjos musicais que, na visão dos mais puritanos, não se encaixaria no Death Metal. Mas ele encaixaram, e ficou excelente.

"Every Man for Himself" é brutal e técnica na mesma medida, quase nos fazendo acreditar que estamos diante de uma banda de Brutal Death Metal, mas logo o andamento se torna mais cadenciado e abrasivo, com bases de guitarra com riffs bem feitos e azedos. Mas quando "Worst Case Scenario" começa é que vemos bem a que eles vem, com um ritmo quebrado e levadas criativas, usando guitarras sujas, baixo e bateria com um trabalho muito bom, mas nos solos mais melodiosos (inclusive com o uso de duetos) vemos a vocação da banda para quebrar barreiras. Em "Blindfold", mais uma vez a banda lança mão de tempos não muito convencionais, além de timbres vocais oscilando entre o rasgado e o gutural sem pudor algum, e se preparem para a diversidade de tempos. "Dissonant Affliction" é mais agressiva e rápida em seu começo, mas logo elementos diferentes surgem, como algumas estruturas melodiosas que esbarram bastante no Black Metal, mostrando uma riqueza na base rítmica ótima. E "The Synthetic Joy" já é mais agressiva e um pouquinho (só um pouquinho!) mais direta que as anteriores, mas mesmo assim, ostenta um trabalho vocal muito bom e guitarras insanas.

Se já estão assim agora, o que o futuro lhes reserva pode ser surpreendente!





Músicas:

01. Every Man For Himself
02. Worst Case Scenario
03. Blindfold
04. Dissonant Affliction
05. The Synthetic Joy


Banda:

Marco Aurélio - Vocais, baixo
Carlos Deloss - Guitarras
Vinícius Dias Babeto - Guitarras
Tex Anderson - Bateria


Contatos:

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário.
Liberaremos assim que for analisado.

OM SHANTI!

Comentário(s):