27 de ago. de 2015

Bloodwork - Just Let Me Rot (CD)

2015 - Eternal Hatred Records - Nacional
Nota 8,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia



Falar do Metal do Rio Grande do Sul é fazer chover no molhado. Ainda mais se falamos de Metal extremo, já que os Pampas deram ao Brasil nomes como KRISIUN, REBAELLIUN, IN TORMENT e outros. Mas poucas vezes vimos as terra do Sul produzirem algo tão bruto, doentio e opressivo como "Just Let Me Rot", primeiro disco do quinteto BLOODWORK.

Aqui, a proposta da banda é investir em um Splatter Death Metal bruto, azedo e realmente nojento, mas recheado de qualidade instrumental. Mesmo tão ríspido, não é desprovido de boa técnica e personalidade. É como se fizéssemos uma fusão do velho BOLT THROWER de sua época clássica (de álbuns como "Realm of Chaos" e "Warmaster") com algo do AUTOPSY e do CARCASS (da fase "Symphony of Sickness"), mas com uma personalidade forte. Não procurem um clone aqui, pois podem sair sem alguns dedos, e mesmo o braço todo! A música deles não é para brincadeiras!

Sebastian Carsin e o quinteto dividiram a responsabilidade de produzir o disco. E verdade seja dita: conseguiram algo realmente doentio em termos sonoros. Mas doentio não significa imundo ou sem qualidade, longe disso, por favor. A qualidade é aquilo que este gênero degenerado precisa, mas com boa qualidade, onde podemos compreender o que a banda toca (mesmo algumas intervenções mais melodiosas que não mutilam o resultado final). E a arte de Marcos Miller, preferindo uma apresentação mais próxima a HQs, é ótima e não tão danosa aos mais sensíveis, quase uma referência à capa de "Acts of the Unspeakable", do AUTOSY, mas não sendo uma cópia.

Bloodwork
E se preparem: meso sendo uma banda de Splatter Death Metal, o grupo sabe usar muito bem de diversas influências sonoras para criar sua música. É insano, duro, bruto, mas com boa qualidade instrumental, e bons arranjos, mesmo dentro de relativa simplicidade.

Temos oito faixas de puro amassa-crânios de qualidade, se destacando pesadelos sonoros como "Defecating Broken Glass" (que apesar do vocal "From the Depths", aquele gutural em tons muito baixos, mostra uma levada bem próxima ao Grindcore, usando de riffs absurdamente insanos), a mais variada e opressiva "Asphyxiant Cum Load" (tempos bem cadenciados no início, mostrando o quanto baixo e bateria possuem de boa técnica, usando em seu favor esses tempos lentos. Mas depois alguns momentos mais velozes se fazem sentir. E que belíssimos duelos de solos guitarra, onde se percebe que os caras não são simplórios nas seis cordas), a bruta e explosiva "Human Slaughterhouse" (rápida e bem agressiva, com boas mudanças rítmicas, mas os vocais capricham em suas partes, oscilando entre guturais extremos e urros rasgados), e a bem trabalhada "Necro Sex Club".

Se as pessoas ainda tem dúvidas que fazer Splatter Death Metal tem suas exigências em termos de qualidade, é bom que conheçam este quinteto de São Leopoldo. Mas me perdoem, mas depois de ler as letras, preciso correr até o banheiro e pôr o estômago para fora de tanto vomitar...





Músicas:

01. Defecating Broken Glass
02. Cunt Suffocation
03. Asphyxiant Cum Load
04. Suck my Cut Finger
05. Human Slaughterhouse
06. Rotten 69
07. Necro Sex Club
08. Toothed Vagina


Banda:

Fabiano Werle - Vocais
Deleon Vith - Guitarras
Rafael Lubini - Guitarras
Henrique Joner - Baixo
Felipe Nienow - Bateria


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