30 de jul. de 2015

Wild Child - Seven (CD)

2015 – MS Metal Records – Nacional 

Nota 9,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


O ecleticismo musical tem se tornado mais e mais usado dentro do Rock e Metal aqui no Brasil. É uma maneira de fugir dos clichês, de criar algo mais pessoal, que não seja copiado do trabalho alheio. E é interessante ver uma banda como o WILD CHILD, que vem de Curitiba (PR), que mostra um estilo bem pessoal em "Seven", seu segundo álbum.

Não pretendo definir o estilo musical deles com um rótulo musical. Digo-lhes apenas que a banda consegue fundir a força do Heavy Metal em seu instrumental com uma técnica muito boa (que esbarra no Rock Progressivo em muitos momentos, sem ser extremamente minimalista ou deixar o peso de lado), com vocais que lembram bastante nomes como o de Chris Cornell (SOUNDGARDEN) e Scott Weiland (ex-STONE TEMPLE PILOTS), ou seja, um vocal forte e melodioso, com timbres ótimos e carregado de emoção. E se não chega a ser algo extremamente inovador, tem personalidade bem distinta.

A produção ficou nas mãos do trio Marcelo Gelbcke, Thiago Forbeci e Felipe Souzza (ou seja, guitarrista, baixista e baterista do grupo), e está intensa e pesada, mas o nível de clareza é absurdo. Nos é possível compreender cada acorde e nota separadamente sem grandes esforços. E a arte de Carlos Fides do ArtSide Digital Studio encaixa perfeitamente na música do quarteto.

Wild Child
Belos arranjos, músicas que esbanjam feeling e bons arranjos, nada de repetitivo e sempre agradável aos ouvidos, a música do WILD CHILD nos envolve bastante. E isso mesmo tendo uma canção longa como "Church Bells" no álbum. E não, nenhuma das sete faixas é descartável. 

Never Let Yourself Down - Uma canção bem cheia de melodia e introspecção, com um jogo de vocais muito bom (alguns guturais surgem contra cantando com os limpos cheios de emoção), fora o ótimo approach técnico em alguns momentos.

Myself in Pieces - Bem trabalhada, com um andamento instigante, muitas mudanças de ritmo, o que deixa em evidência o ótimo trabalho de baixo e bateria, fora uns backing vocals muito bem encaixados, além de vozes femininas e alguns poucos efeitos eletrônicos aqui e ali.

All I Want, All I Need - Mais técnica e com um toque refinado vindo do Rock Progressivo, o baixo se destaca bastante nesta canção com ótimas melodias, andamento firme que oscila entre o etéreo e o pesado. Mas lembre-se que é uma música cheia de variações de tempo e mudanças de enfoque rítmico.

Find Your Way - Esta foi a faixa do Single que precedeu o álbum, e é incrível como o grupo consegue mudar do agressivo para o suave com maestria e sem soar díspar em momento algum. E que belos vocais mais uma vez.

The Circle of Hate - Aqui, o andamento é um pouco mais arrastado em seus momentos agressivos, mas mesmo assim, os momentos mais melodiosos se fazem presentes mais uma vez, enriquecendo a agressividade moderada da banda. E outra vez, belos backing vocals surgem no refrão.

Church Bells - Com mais de 15 minutos de duração, ela se divide em três momentos distintos: "Reflections" (onde o lado mais Progressivo fica bem evidenciado, com belas guitarras e baixo), "In the Heat of the Night" (mais pesado e intenso, além de muito bem trabalhado em termos técnicos, sem perder a melodia, e novamente, um trabalho fascinantes das guitarras) e "The Endless Cycle" (também pesado, mas bem introspectivo e carregado na emoção. E como os vocais nos embalam mais uma vez, em conjunto com ótimo solo de guitarra). E mesmo tão longa, não nos deixa entediados em momento algum. Mas acreditem: apesar das diferenças entre as três partes, o alinhavo usado pelo grupo transforma a canção em algo único.

Don't Turn Off The Lights - Um pouco mais melancólica, ela se alterna entre momentos limpos e introspectivos, e outros com peso. E novamente, os vocais dão uma aula de interpretação e sentimento.

"Seven" é um disco ótimo, que merece nossa ouvida com carinho. Se torna um vício com certeza.





Músicas:

01. Never Let Yourself Down
02. Myself in Pieces
03. All I Want, All I Need
04. Find Your Way
05. The Circle Of Hate
06. Church Bells
    I - Reflections
    II - In the Heat of the Night
    III - The Endless Cycle
07. Don't Turn Off the Lights


Banda:

Erik Fillies - Vocais 
Marcelo Gelbcke - Guitarras 
Thiago Forbeci - Baixo 
Felipe Souzza - Bateria 


Contatos:

MS Metal Agency Brasil (Assessoria de Imprensa)
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