24 de jun. de 2015

Violent – Violent World (EP)


2015 – Independente – Nacional

Nota 8,5/10,0


Músicas:

01. Die For Thrash
02. Chemical Death 
03. Violent World
04. Christian Genocide
05. Zombie Apocalypse


Banda:

Lucas Mesquita – Vocais 
Felipe Moura – Guitarras 
Júnior Vieira – Guitarras
John Myke – Baixo 
Red – Bateria


Contatos:



Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O número de bandas de Thrash Metal em nosso país cresceu muito, seja nas vertentes mais voltadas à velha guarda, seja nas bandas mais recentes e experimentais. E isso é bom, pois a diversidade ajuda demais ao gênero a se manter vivo. O Brasil, devido a sua extensão territorial, nos permite ter bandas de lugares onde não imaginaríamos ter um cenário ativo. E é surpreendente ver que a cena de Teresina (PI) nos cede bandas do quilate do VIOLENT, um quinteto destruidor de pescoços, que chega com seu primeiro lançamento, o EP “Violent World”.

Seguidores ferrenhos da velha escola do Thrash Metal, usando uma aproximação veloz e agressiva, com claras influências do Crossover, esses sujeitos criam uma música empolgante e forte, e mesmo com algumas influências que surgem de forma espontânea em seu trabalho (como a da NWOBHM nos duetos de guitarras em “Violent World”). E o melhor de tudo: apesar da banda ainda ter muito que mostrar, nós já podemos perceber que possuem uma personalidade forte, e que se diferenciam de muitas bandas que infestam a cena. A música deles, baseada em vocais em timbres agressivos de uma voz normal, uma dupla de guitarras ferozes (com riffs sólidos e bem feitos, e alguns solos muito bons), e em uma cozinha rítmica de peso e com boa diversidade técnica (o baterista é muito bom) mostra que estão dispostos a deixarem todos empolgados com sua música. E, de certa forma, por estarem longe dos grandes centros, isso lhes permitiu evoluir sem algum dos headbuchas que teimam em catequizar os outros. Não, a música do VIOLENT flui de forma espontânea.

Violent
Produção sonora de bom nível, seca e pesada, nos permitindo ouvir não só cada instrumento separadamente (e com bons timbres), mas também aqueles famosos arranjos que fazem a diferença. E a arte é bem simples, quase que uma referência explícita aos primórdios do gênero.

Com dito acima, o conjunto sabe o que faz, e mesmo com clara influência da escola norte americana de Thrash Metal (em especial da Bay Area de San Francisco), eles são capazes de pôr vida no que fazem. A coisa está no coração deles, soa espontânea e bruta, mas bem feita.

A empolgante “Die For Thrash” começa o EP, alternando momentos velozes e outros não tão rápidos, ótimos backing vocals, e uma exibição feroz da dupla de guitarras (riffs muito ganchudos e solos melodiosos eficientes), seguida da bruta e explosiva “Chemical Death”, uma golfada agressiva, novamente com boas mudanças de andamento, e uma exibição de técnica absurda da bateria, e o baixo se mostra ótimo, pois a base rítmica está perfeita. Outra mostra de técnica da bateria dá início à pesada e azeda “Violent World”, com vocais urrados perfeitos, novamente ótimos corais, e uma exibição de gala das guitarras (mais riffs massivos e solos melodiosos). Em “Christian Genocide”, a bateria mostra um controle absurdo no uso dois bumbos (o que é bem diferente da maioria dos bateristas de Old School Thrash Metal), fora riffs empolgantes. E fechando, temos “Zombie Apocalypse”, que começa macia, para então virar um apocalipse feroz, onde mais uma vez a cozinha rítmica mostra sua força.

Começaram com o pé direito, e se souberem dar suas cartas, fechar os ouvidos aos caveiras velhas da cena Metal metidos a impor regras, e continuarem evoluindo, o futuro é promissor. E sim, o EP está disponível no perfil da banda no Soundcloud, mas vale a aquisição da cópia física.

Ponho fé.


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