24 de jun. de 2015

Melyra – Catch Me If You Can (EP)


2015 – Independente – Nacional

Nota 9,5/10,0

Músicas:

1. Beyond Good and Evil 
2. Nightmare # 1 
3. Silence 
4. Catch Me if You Can 
5. Fly 
6. Trip to Hell


Banda:

Mariana Figueiredo – Vocais 
Fernanda Schenker Pieri – Guitarras, backing vocals 
Maria Fernanda Cals – Guitarras, backing vocals 
Helena Accioly – Baixo, backing vocals 
Ana de Ferreira – Bateria


Contatos:

Instagram @melyraband


Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Uma das coisas mais interessantes que está ocorrendo no Metal atualmente é o crescimento do número de bandas exclusivamente femininas ou que possuem mulheres em sua formação. Sim, as nossas queridas “Metal Dames” estão mostrando a cara, fazendo trabalhos excelentes e relevantes, e muitas vezes, melhores que marmanjos barbados que apenas ou fazem mais do mesmo, ou que copiam descaradamente o trabalho alheio. INDISCIPLINE, NERVOSA, HELLARISE, INNOCENCE LOST, NO WAY, a lista é enorme e cresce mais e mais, para desespero dos mais conservadores e machistas. E um murro certeiro no fígado dos preconceituosos é o ótimo trabalho que ouvimos em “Catch Me If You Can”, EP de estréia do quinteto MELYRA, da cidade do Rio de Janeiro.

O quinteto foca suas energias na criação de um Metal tradicional melodioso e cheio de energia, nos moldes da NWOBHM, tendo como inspiração o trabalho mais clássico do JUDAS PRIEST e IRON MAIDEN, ou seja, refrões de fácil assimilação, backing vocals fortes (e alguns guturais, vez por outra), composições com técnica individual não tão exacerbada, mas sempre certeiras. Até podemos dizer que não é nada de novo, mas não soa datado e é cheio de personalidade. Vocais de alto nível, sabendo explorar bem todas as nuances dos tons usados, uma dupla de guitarras excelente com riffs raçudos e solos melodiosos, baixo e bateria muito firmes na marcação (mas como bom nível técnico), e jogando isso no caldeirão junto com as personalidades delas, e surge algo de bom gosto, requinte e peso.

Melyra
A produção de Celo Oliveira é de primeira, pois ele soube dar ao quinteto aquilo que é necessário para sua música, ou seja, é crua na medida certa, com peso e clareza nas devidas proporções, sem exagerar em nenhum aspecto. É óbvio que poderia ser melhor, mas já está em um nível ótimo.

O MELYRA tem uma forma de compor em que o exagero técnico não tem vez, o que é uma aposta certa para se criar algo ótimo. E elas acertam a mão nos arranjos de cada canção, no encaixe de cada letra, tudo está muito bem feito, mas sem soar artificial. Aliás, a naturalidade com que as músicas fluem pelos falantes e nos conquistam é enorme.

Depois da instrumental “Beyond Good and Evil”, que serve de aperitivo, o EP começa com “Nightmare #1”, uma música forte e envolvente que apresenta vocais ótimos (inclusive com alguns backing vocals guturais que caíram muito bem), e uma interpretação muito boa. “Silence” é uma faixa contagiante, com riffs certeiros (que empurram qualquer tipo de preconceito goela abaixo), enquanto “Fly” é uma balada pesada e acessível, mostrando um trabalho vocal ótimo, mais a base baixo/bateria sólida e com peso. E em “Trip to Hell”, a banda opta por uma abordagem musical mais próxima do jeito mais moderno e agressivo de se fazer Metal tradicional, com guitarras cortantes em riffs. Mas a melhor música de todo EP é, sem sombra de dúvidas, a excelente e ganchuda “Catch Me If You Can”, com um refrão de fácil assimilação, belo trabalho de guitarras (que lembram bastante o trabalho de bandas como MAIDEN e PRIEST), e vocais mais uma vez roubando a cena. 

Um ótimo cartão de visitas da banda, que merece não só uma ouvida carinhosa de cada um de nós, mas a aquisição do EP físico. E em tempo: a guitarrista Alyne Carloto entrou na banda, uma vez que Maria Fernanda saiu do quinteto após o lançamento do EP.

GO, MELYRA, GO!




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