4 de mai. de 2015

Matanza – Pior Cenário Possível (CD)

Deckdisc
9,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


O Rock’n’Roll direto e raçudo, e algumas misturas, deram muito certo. Mesmo depois que algumas bandas saem da evidência do grande público, elas continuam criando trabalhos contundentes, firmes e dignos de nota. E quem se encaixa perfeitamente nessa descrição é o quinteto carioca MATANZA, que depois de “Thunder Dope” de 2012, e mesmo de sua evidência com discos como “Músicas Para Beber e Brigar” e “A Arte do Insulto”, retorna à carga com “Pior Cenário Possível”.

A fórmula da banda, o famoso Countrycore, ou seja, uma mistura da fúria do HC, de aspectos do Metal e muito das melodias do Country americano, continua a mesma de sempre, embora um pouco mais requintada. Sim, continuam tendo refrões que não saem de nossas cabeças, músicas bem estruturadas, e na simplicidade instrumental do estilo que eles criaram para si, são imbatíveis, mas a banda trouxe um pouco mais de esmero em termos de arranjos musicais. Vocais agressivos e irônicos muito bem encaixados, ótimos riffs de guitarras (Donida continua sendo um mago nas seis cordas, e tendo em Maurício um companheiro à altura), baixo e bateria estão firmes na marcação rítmica e aparecendo nas justas medidas. Sim, tudo na mais perfeita ordem, já que o quinteto não é dado à firulas.

A produção do disco é bem seca, “in your face”, direta e não parece ter muitas edições ou mesmo overdubs. E acreditem: isso enriqueceu ainda mais a sonoridade que vem do disco. O MATANZA não é uma banda dada à sofisticações em estúdio, e sua música ganha vida dessa forma mais espontânea. A capa é irônica, pois foca antigas máquinas de ler a sorte que vemos em velhos filmes, algo que o grupo sempre usa como referência em seus trabalhos.

Matanza
Óbvio que o grupo está com arranjos musicais mais bem acabados. Mas de forma alguma isso afetou a fúria de suas canções, muito menos deixou de ter a velha energia. Elas estão ali, e talvez esse seja o disco em que o grupo se mostra em sua melhor forma.

Não há muito espaço para saudosismos, já que faixas como “A Sua Assinatura” (um andamento não tão veloz, mas bem grudento e bem feito, com intervenções ótimas das guitarras), a mezzo Country e mezzo Rock “O Que Está Feito, Está Feito” (Os vocais criam uma sinergia ótima com o ouvinte, fora riffs ótimos), a rápida, pesada e empolgante “Matadouro 18” (veja como a simplicidade da cozinha rítmica dá um sabor especial à canção, fora um refrão excelente), a força agressiva e densa de “Sob a Mira”, a furiosa e mai acessível “Chance pro Azar” (graças aos arranjos de guitarra, mais voltados ao Rock’n’Roll), a puramente Punk Rock “Orgulho e Cinismo”, e o encerramento com chave de ouro na variada “Conversa de Assassino Serial” (boas variações de andamento, vocais bem assentados na base rítmica e mais uma boa exibição de baixo e bateria).

De volta à carga, o MATANZA se mostra firme e forte, disposto a ficar no lugar que conquistaram com suor. Nem que seja na base do tapa!



Músicas:

01. A Sua Assinatura
02. O Que Está Feito, Está Feito
03. Matadouro 18 
04. A Casa em Frente ao Cemitério
05. Sob a Mira 
06. Pior Cenário Possível 
07. O Pessimista
08. Chance pro Azar
09. Orgulho e Cinismo
10. Conversa de Assassino Serial


Banda:

Jimmy London - Vocais
Donida - Guitarras 
Maurício Nogueira - Guitarras
Don Escobar - Baixo
Jonas - Bateria


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