Um dos grupos mais interessantes que podemos ouvir nestes tempos é o quarteto carioca DREADNOX. Peguem o Metal tradicional moderno da escola de bandas como ICED EARTH e JUDAS PRIEST, ponham um pouco da adrenalina do Thrash Metal e mais uns toques pessoais, e pronto: você tem a idéia clara do que a banda faz, e que pode ser conferido em “The Hero Inside”, seu mais recente trabalho. E como ninguém dorme no plantão no Metal Samsara, aproveitando o lançamento do CD e com a ajuda da BMU/ASE Press, fomos bater um papo com eles.
BD: Primeiro de tudo, obrigado demais pela entrevista. De cara, a primeira é: o que os levou a ter um tempo de quatro anos entre o CD anterior, “Dance of Ignorance”, e “The Hero Inside”? Para ser sincero, nem cheguei a ver muita coisa de lá para cá sobre vocês, e até pensei que a banda havia parado...
Dead Montana (baixo): Salve, Marcão, amigos e leitores! Beleza? Nós do DREADNOX é que agradecemos a oportunidade de contar um pouco sobre o lançamento do nosso 3º álbum, “The Hero Inside”, e nossa carreira. Bom, vamos lá! Na verdade, nosso último show antes de começarmos a compor o novo CD, foi no final de setembro de 2012. Passamos praticamente 1 ano compondo, desde novembro de 2012 a setembro de 2013. No mês seguinte, começamos as gravações que foram até março de 2014. Foi um processo meticuloso para garantir sempre a qualidade que o DX preza.
BD: Em “The Hero Inside”, parece existir um contexto bem positivo nas letras do disco, e de certa forma, chega a ser algo ótimo em um mundo onde, todos os dias, somos bombardeados por notícias ruins. No fundo, qual é a grande mensagem do DREADNOX para os seus fãs?
DM: De que todos podemos melhorar, ajudar o próximo e alertamos sobre os problemas que atingem nossas vidas de uma forma prática e bem humorada. É uma homenagem aos verdadeiros heróis que todos nós somos!!!
BD: Ainda falando do lado musical, “The Hero Inside” mostra uma banda madura e segura do que quer de sua música. Sim, pois é um disco em que as composições transpiram não só modernidade, mas uma incrível maturidade. A que atribuem isso? Experiência, novas influências musicais que se aglutinaram, ou mesmo um dedinho do (Renato) Tribuzy e do Roy Z na produção?
Felipe Curi (bateria): Tudo isso, sem dúvida! Nesses quase 22 anos de banda, há toda uma vida dedicada à música! As experiências individuais e conjuntas dos músicos, o talento e toda a equipe envolvida no projeto fazem a diferença!
BD: E por falar nisso, como foi trabalhar com essas duas feras na produção e mixagem do disco? Sério, já que tudo que esses dois colocam a mão, sempre sai um trabalho de saltar os olhos em termos de qualidade.
Dead Montana: Na verdade foram 4 feras: Marcelo Moreira, baterista do Almah, Renato Tribuzy, Roy Z e Maor Appelbaum, responsável pela masterização.
O Marcelo Moreira esteve presente durante todas as sessões de gravação da bateria. Ele deu excelentes sugestões junto com o Tribuzy para serem somadas as ideias que o Felipe tinha das músicas. O Tribuzy contribuiu imensamente com ideias durante as gravações de guitarra, baixo e voz. Já tínhamos trabalhado com ele no álbum anterior e, além de ser um grande amigo de longa data, sabemos o quanto é competente.
BD: E já que falamos deles dois, como foi que escolheram essa dupla de peso?
FC: O contato com o Roy Z veio através do Tribuzy. Já conhecíamos o trabalho dele como produtor de excelentes álbuns como o "Resurrection" do Rob Halford e "Accident of Birth" do Bruce Dickinson. Não tinha como escolher outra pessoa para mixar nosso CD já que tantos artistas que ele produziu e mixou são referências para nós. Antes de escolher quem iria masterizar nosso álbum, ouvimos muitos CDs e chegamos ao trabalho fantástico do Maor Appelbaum. Responsável por trabalhar com grandes nomes como Yes, Faith No More, Rob Halford, Fates Warning, Sepultura, entre outros, percebemos que ele se encaixaria perfeitamente a sonoridade do nosso álbum. O resultado de tudo isso é o que vocês podem ouvir em “The Hero Inside”.
BD: Existiu um problema com “The Hero Inside” sair, não é? É que o disco tinha uma previsão inicial de lançamento, mas acabou saindo bem depois... Poderiam nos dizer o que houve?
DM: Houve um pequeno atraso na mixagem, pois o Roy Z estava trabalhando simultaneamente com outros artistas e, nesse tempo, ainda sofreu uma picada de aranha. Era pro CD sair em julho, época em que lançamos nosso single "Dreamcatcher", mas acabou ficando pronto em setembro.
BD: Há algum tempo, o Fábio deu algumas declarações na imprensa sobre o valor de bandas como SEPULTURA e ANGRA, mostrando completa ausência de radicalismo musical. Ou seja, isso acontece com toda a banda? Mesmo porque em “The Hero Inside”, temos a clara impressão que vocês não são lá muito adeptos de rótulos...
Fábio Schneider (vocal): Temos gostos e influências distintas, apesar de o Heavy Metal ser o nosso foco, e cada um as coloca livremente durante as composições. Essa diversidade faz com que o som do DREADNOX soe tão peculiar e, claro, acabe fugindo dos rótulos.
BD: “The Hero Inside” saiu em uma época um pouco difícil em que todos vivendo, já que os famosos downloads ilegais andam causando estragos a todos. O que vocês acham disso? Acreditam que exista uma saída para tal problema?
FS: Uma cena fortalecida, profissional e de qualidade não se abala tanto por download ilegal. Os fãs compram CDs, camisas ou qualquer artigo de merchandising, principalmente nos shows. Não se vendem tantos CDs como antes. O problema é a banda aparecer. Esse é o grande desafio!
BD: Bem, vemos que a banda fez alguns shows bem legais nos últimos meses, como abrir para o Almah no RJ e para o Angra em SP. O que podem comentar de ambos? E como anda sendo a recepção dos fãs a “The Hero Inside”?
Kiko Dittert (guitarra): Começamos a tour com dois shows ao lado dos amigos do Almah. Um show no Teatro Odisséia (RJ) e outro no Teatro Gacemss (Volta Redonda/RJ). Foi uma experiência e tanto tocar ao lado de músicos tão talentosos como eles. Sem contar que ficar ao lado Almah é garantia de boas risadas !
O show de SP com o Angra foi o lançamento oficial do novo álbum e demandou um planejamento elaborado, sentimos o “peso” de fazer um evento grande finalizando a tour do Angra e com a responsabilidade de apresentar o novo trabalho para o público de SP que nos recebeu muito bem! O DREADNOX fez uma excelente apresentação e os fãs deram um show de interação com a banda. Nota 10 !
Estamos recebendo mensagens motivadoras sobre o novo álbum, tanto pelo facebook como nos e-mails. É notável o impacto que as novas músicas estão causando nos fãs em todo o mundo. Já temos fãs nos EUA, Canadá, Rússia, Espanha, Inglaterra e Alemanha.
Outro ponto importante foi o relatório de vendas digitais que mostrou um aumento de mais de 100% das vendas logo nos primeiros dois meses de lançamento do álbum “The Hero Inside”.
BD: E quais os próximos shows em vista? Existem planos para shows fora do Brasil?
KD: Estamos em fase final de um projeto que logo anunciaremos para o público. Faremos algumas datas ao lado de uma banda excelente. Não posso falar muita coisa, mas adianto que é uma banda brazuka ! (rs)
Já recebemos algumas propostas para tocar fora do Brasil, mas não aceitamos por motivos técnicos (agenda dos músicos, logística, família etc). Sabemos da importância de levar o som brazuka para outros países e isso certamente está nos planos do DX.
BD: Agradecemos demais, e deixamos o espaço para sua mensagem aos seus fãs.
KD: Obrigado pelo espaço e pelo apoio ao nosso trabalho! 2015 já está sendo um ano produtivo para o DX e para o cenário brasileiro de Metal. Começamos com o projeto METAL INC FEST ao lado das bandas SYREN e STATIK MAJIK e vamos apresentar o novo álbum para os fãs de outros estados. Aguardem muitos shows! DX GO!
DREADNOX:
Fabio Schneider - vocais
Kiko Dittert - guitarras
Dead Montana - baixo
Felipe Curi - bateria
Discografia:
Divine Act (1998)
Dance of Ignorance (2010)
Jogo Justo (2011)
The Hero Inside (2014)
Sites relacionados:
Contato para shows e merchandising: dreadnox@dreadnox.com