Nota 10,0/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
As sagradas terras do Reino Unido em termos de Metal é
maravilhosa, e nunca decepciona. É naquelas terras que surgiram o os três
dinossauros do Metal, BLACK SABBATH, LED ZEPPELIN e DEEP PUPLE, que viu surgir
bandas como JUDAS PRIEST e MOTORHEAD, e ainda deu origem à NWOBHM, de onde
surgiram nomes eternos como o IRON MAIDEN, o DIAMOND HEAD, e também ao pai do
Black Metal, o VENOM. Obviamente este país tão fértil deu ao mundo bandas maravilhosas
também no tocante ao Metal extremo, como ONSLAUGHT, SABBAT, CRADLE OF FILTH, HECATE
ENTHRONED. E temos no excelente quinteto ETHEREAL uma grande revelação, já que
seu primeiro álbum, “Opus Aethereum”, é uma obra-prima do Black Metal sinfônico.
Imaginem uma banda que funde Black Metal com melodias
soturnas, elementos do Death e do Thrash Metal. Dá para perceber que o trabalho
deles é ótimo por esta simples descrição. Mas ao ouvir os vocais do grupo, que
oscilam entre timbres rasgados não muito comuns e outros mais guturais, riffs e
solos de guitarra que transbordam agressividade e melodias soturnas (mas
mantendo boa dose de requinte), baixo e bateria em uma base rítmica variada e
bem brutal, além de teclados sinistros dando aquele toque atmosférico mais
sinistro. Sim, vocês estão diante de um diamante em forma de música, com
múltiplas e ótimas facetas. E cada ouvida em “Opus Aethereum” é uma nova
descoberta, já que a personalidade do quinteto é única.
Ethereal |
Em termos musicais, o ETHEREAL arrasa em arranjos dinâmicos,
mudanças de tempo excelentes, sempre cativante e elegante, mas ao mesmo tempo
furioso e bruto. É uma perfeita fusão entre o soturno, o opressivo, o ríspido
com a elegância, e se preparem, que uma vez ouvidos, não se consegue mais
largar da banda!
Oito faixas maravilhosas compõem o CD.
A climática e bem trabalhada “Nomicon” abre o disco, com um
jeito mais tradicional em termos de Black Metal sinfônico, mas trazendo uma
alternância de andamentos fascinante, com belo trabalho de baixo e bateria, enquanto
“Overwrite the Archetype” já mostra, mesmo debaixo de tanta agressividade, uma
forma mais distinta de se fazer música, com bela técnica e um trabalho fantástico
das guitarras e teclados. Em “Unholy Ungodly”, faixa do primeiro vídeo de
divulgação do CD, temos mais um festival de agressividade ríspida mixada a um
requinte absurdo, onde os vocais se alternando entre timbres rasgados mais
agudos e alguns guturais mostram bastante o quanto eles buscam ter
personalidade na hora de criar música (e reparem como a bateria é monstruosa). “Psalm
of the Deceiver”, apesar da velocidade inicial, mostra um trabalho bem
tenebroso e sinistro, mas com guitarras melodiosas incríveis. Também mais
climática e com lindas melodias soturnas é “Devouring the Forsaken”, com vocais
bem assentados e uma bateria absurdamente matadora. Já “Contorted Utopia”
possui alguns traços mais tradicionais em termos de Black Metal sinfônico,
embora não abra mão de incrível agressividade elegante (sim, isso existe, pois
eles conseguem tal conceito!). Iniciando com teclados mais climáticos, temos “Aethereum”,
uma música que puxa mais para o lado melodioso e macabro, onde as guitarras em
seus riffs sinistros se sobressem, mas percebam que os vocais usam de um timbre
narrativo ótimo, fora o andamento um pouco mais cadenciado ser absurdamente
excelente. E fechando, vem “Waking Death”, também iniciada com belas
orquestrações de teclado, é mais bruta e ríspida, com vocais e riffs insanos.
Brilhante, é o que nos resta dizer, sem contar que o ETHEREAL,
mesmo logo no início do ano, dá sinais que estará em muitos Top 10 dos
felizardos que ouvirem seu trabalho. E podem ser o próximo grande nome do Black
Metal, se tiverem a chance devida, pois música o quinteto tem, e muito!
Músicas:
1. Nomicon
2.
Overwrite the Archetype
3. Unholy
Ungodly
4. Psalm of
the Deceiver
5.
Devouring the Forsaken
6.
Contorted Utopia
7.
Aethereum
8. Waking
Death
Banda:
Naut – Vocais
Iyaan – Guitarra
base
M-Inanz – Guitarra
solo
Volf – Baixo
Mordrath – Bateria
Contatos: