13 de out. de 2014

Resenha: Ut Opia - Sem Direção (EP)

Independente
Nota 8,5/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


Um estilo que, para muitos, é um tanto quanto estranho, é o J-Rock, ou seja, o Rock feito nas terras do Japão, onde a esmagadora maioria dos fãs tem seu primeiro contato nas séries televisivas que passam em nossas TVs. Mas o Brasil já mostrou várias vezes em um passado não tão recente sua queda para o estilo, já que muitoss foram os desenhos animados nipônicos exibidos aqui que receberam versões de seus temas de abertura e encerramento. Que nos lembremos de "Shurato", "Dragon Ball" e "Dragon Ball Z", onde apenas a letra de cada uma foi trocada. Mas se falarmos em Metal, quem de nós esqueceu a ótima versão de "Pegasus Fantasy" cantada por EDU FALASCHI, na época do retorno áureo de "Cavaleiros do Zodíaco" na TV? 

Pois é, mesmo esses temas sendo um pouco mais voltados para o J-Pop, isso dá suporte ao trabalho ótimo do UT OPIA, de Belém (Pará), mostrando em sua EP "Sem Direção".

Na realidade, vemos uma mistura do J-Rock com aspectos alternativos e mesmo toques do Pop Rock, com temas cantados em português, onde a banda destila uma música extremamente acessível ao grande público, pois a força de seu trabalho são as melodias de fácil assimilação e refrões ganchudos. Mas não fiquem esperando apenas suavidade, pois a banda possui alguns momentos mais agressivos (com vocais extremos, inclusive). Vemos vocalizaçõess suaves e bem cuidadas (mas lembre-se que alguns vocais mais guturais aparecem aqui e ali), riffs de guitarra bem melodiosos e ganchudos (com alguns solos bem legais), baixo e bateria com boa técnica e formando uma base sólida. E a fusão de tantos elementos nos dá uma música muito boa, agradável e charmosa, pulsando com vida.

Ut Opia
Produzido por Ivan Jangoux e co-produzido por João Lucas Neves, com tudo gravado no estúdio Quarto Amarelo, se por um lado a gravação não é um primor em termos de qualidade sonora, não chega a ser danosa. Está seca, o baixo bem evidente, mas pena que os timbres dados às guitarras poderiam ser melhores. Não está ruim ou inaudível, longe disso, mas a banda acabou ganhando um certo clima Punk Rock. Mas pode ser que seja intencional, logo, vamos adiante.

Em quatro faixas próprias e um cover, vemos uma banda que soube criar sua música em uma base mais melodiosa e envolvente, daquelas que nos pegam pelos ouvidos nas primeiras audições, mostrando que a banda sabe o que quer de sua música.

"Memórias Mortas" mostra o lado mais acessível e Pop do grupo, com um andamento não tão veloz, guitarras com belo trabalho (vejam os solos, inclusive com as famosas guitarras "dobradas"), baixo presente (e muito técnico), e bons corais. Em "Intolerância", a banda já mostra uma pegada mais pesada e rápida, bem Hard, com corais fortes, bons arranjos vocais. "Salvação" segue o lado mais comercial e quase Pop, mas com qualidade e ótimos arranjos nas guitarras e cozinha rítmica. "Epidemia" começa melodiosa, mas é onde surgem vocais extremos fortes, sem destoar, mas dando um contraste e tanto entre os dois lados do trabalho musical da banda. E fechando, o cover para "Yami Yori Kurai Doukoku no Acapella To Bara Yori Akai Jounetsu no Aria", da banda japonesa de J-Rock D, que ganhou uma roupagem mais agressiva e forte, inclusive com vocais extremos.

Uma boa banda, que surge com um trabalho não convencional muito bom.



Tracklist:

01. Memórias Mortas
02. Intolerância
03. Salvação
04. Epidemia
05. Yami Yori Kurai Doukoku no Acapella To Bara Yori Akai Jounetsu no Aria (D cover)


Banda:

Luã Couto - Vocais, guitarras, teclados
Paulo Henrique - Guitarras
Raoni Joseph - Baixo, backing vocals
Marty Nery - Bateria, percussão


Contatos:

Soundcloud
Heavy and Hell Press (Assessoria de Imprensa)
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