Nota 8,5/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
Certo, já compreendi que estamos em meio a um renascer do metal oitentista. E sim, é um movimento válido, pois como o Pai Marcão aqui já comentou muitas vezes, é preciso que muitas sonoridades ótimas da época não sejam perdidas. O novo e o velho podem (e DEVEM) coexistir em paz, sem competitividades toscas alimentadas pelo gosto pessoal de fulano ou beltrano. E Metal também não é catequese, logo, quem define se algo é bom ou ruim para você é seu ouvido, não monges True Metal ou seja lá a que segmentos tais pseudo doutrinadores estejam ligados. E dando um belo "dane-se" para muitos, lá vem novamente o excelente quarteto canadense SKULL FIST, chegando com tudo e disposto a conquistar mais e mais espaço com "Chasing the Dream", seu novo CD.
Esses quatro arqueólogos do Metal desenterraram um estilo de Speed/Heavy Metal muito melodioso e forte, ganchudo (é impossível ficar parado quando começa a tocar), pesado e forte, com tudo em seus devidos lugares, com ótimos refrões de fácil assimilação. E não, o trabalho deles não tem cheiro de mofo em momento algum, pois o grupo não está copiando quem quer que seja, por mais que influências da NWOBHM e do Metal germânico 80 estejam presentes. Há um algo mais, um diferencial de quem coloca sua personalidade, seu coração e sua alma em um trabalho. Ótimos vocais agudos, uma dupla de guitarras afiada em bases chapantes e melodiosas, solos inspirados, e uma cozinha rítmica pesada e sem complicar muito, mas também sem ser extremamente simplista. Só que cada um desses aspectos se funde em uma música que se destaca pelo todo, cheia de energia, ora mais rápidos, ora mais cadenciados, mas sempre de bom gosto. Podemos dizer, inclusive, que a banda ganhou mais peso em relação ao ótimo "Head öf the Pack", de 2011. E isso em um disco onde a banda teve problemas (falta de grana para a gravação, o vocalista/guitarrista Zach quebrando um osso do pescoço andando de skate).
A produção sonora ficou justa, pesada e bem limpa, soando como um todo, sem evidenciar nenhum instrumento e sem, ao mesmo tempo, deixar alguma coisa escondida. Um trabalho muito bom mesmo de Eric Ratz (mixagem) e Harry Hess (masterização). A arte de Philip Bernard é bem legal, simples, resgatando alguma coisa das capas dos anos 80, mas ao mesmo tempo, tem lá suas nuances modernas.
Skull Fist |
Melhores momentos: a pesada e forte "Hour to Live" (de cara, é uma pedrada bem rápida e melodiosa, com ótimos vocais, belo refrão e riffs de guitarra bem fortes e sinuosos), a não tão veloz e mais focada em peso e melodia "Bad for Good" (com cozinha perfeita, belos solos e arranjos vocais muito bons), a mais melodiosa e ganchuda "Call of the Wild" (é uma faixa mais acessível, mas sem deixar de ter sua dose de peso), "Sign of the Warrior" (outra faixa mais rápida, mostrando a força e diversidade de baixo e bateria), a contagiante "You're Gonna Pay" (faixa do vídeo, com bases muito boas), e a melodiosa e veloz "Don't Stop the Fight" (essa chega a esbarrar no Power Metal).
Sim, é um disco muito bom, a banda pode melhorar um pouco nas letras (os temas ainda são um pouco ingênuos), e tende a evoluir. Mas verdade seja dita: como é bom ouvir uma banda com uma música que realmente nos deixa bem dispostos e nos alivia das preocupações diárias. E nada de Old, New, NWOTHM, nada disso. É tudo Metal, PONTO FINAL!
E uma ótima pedida, já que esses quatro maníacos estão vindo ao Brasil para uma série de shows, graças à Cronos Produções!
Tracklist:
01. Hour to Live
02. Bad for Good
03. Chasing the Dream
04. Call of the Wild
05. Sign of the Warrior
06. You're Gonna Pay
07. Don't Stop The Fight
08. Shred's Not Dead
09. Mean Street Rider
Banda:
Zach Slaughter - Vocais, guitarras
Jonny Nesta - Baixo, guitarras
Casey Slade - Baixo
Chris Stephenson - Bateria (músico convidado)
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