2 de set. de 2014

Resenha: No Remorse - Killing Ground (EP)

Independente
Nota 9,0/10,0


E os Workaholic Thrashers cariocas estão de volta!

Eis que o agora trio NO REMORSE, depois de uma longa maratona de shows, visando divulgar seu trabalho (em especial o primeiro trabalho, o Demo EP "DemoHATE"), agora chega com seu EP "Killing Ground", um murro do mais puro Thrash Metal na cara e dentes de tudo e todos.

Antes de tudo, é preciso ressaltar que a banda se tornou um trio nesse meio tempo, o que não diminuiu em nada sua fúria musical, muito pelo contrário. Parecem ainda mais raivosos e agressivos que antes (as coisas que o excesso de cerveja não causa!), ainda com bastante influência de bandas como TESTAMENT, TANKARD (óbvio, não?) e umas pitadas de MOTORHEAD, ou seja, o trabalho é composto de vocais normais com timbres mais agressivos, riffs de guitarra bem fortes e pesados, bons solos (estão melhorando), baixo e bateria em uma cozinha bem pesada e que sabe manter os ritmos firmes e coesos. Resultado: uma verdadeira overdose de Thrash Metal ganchudo, pesado e envolvente.

Gravado nos Estúdios HCS e Pyro-Z, com Marcos Anvito cuidado da gravação da bateria e Murilo Pirozzi das de baixo, vocais e guitarras (e que ainda mixou e masterizou o EP), óbvio que a gravação ficou pesada, seca e bem ácida, sem deixar espaços vazios, e uma escolha sábia de timbres, o que deixou o trabalho com uma sonoridade ótima aos ouvidos, mas ao mesmo tempo, limpa para que os instrumentos apareçam cada um em seu devido espaço, sem se embolarem ou se sobreporem. 

Já a arte, de Renatvs, por si só já merece um parágrafo só para ela, é algo de absurdamente legal, já que aparenta ser uma arte de HQ, e é baseada em uma foto em que o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva (conhecido como Lampião, o Rei do Cangaço), junto a esposa Maria Bonita e o bando haviam sido tocaiados e mortos na madrugada do dia 28 de julho de 1938, em Angicos (sertão de Sergipe) pela polícia, e as cabeças decepadas do bando foram disponibilizadas nas escadarias da prefeitura da cidade de Piranhas, em Alagoas. Há muitas suposições que cercam esta execução, principalmente que eles haviam sido entregues (e envenenados) por um traidor no bando, e somente na década de 70, a família teve permissão de reaver as cabeças e de conceder a elas um sepultamento digno. Coisas de um governo historicamente comprometido apenas com os mais ricos e gananciosos.

A mensagem está clara na letra de "Killing Ground", e é muito bom ver mais uma banda do país valorizando sua história (e a foto original se encontra abaixo).

Fonte: Wikipedia. Lampião é o primeiro de baixo, e logo acima, está Maria Bonita.

Um dos pontos fortes do grupo é criar uma música pesada, com trabalho e agressividade bem expostos, mas com arranjos dinâmicos, evitando que os fãs fiquem entediados em sua execução.

No Remorse
O EP é composto de duas músicas: a explosiva e ácida "Killing Ground" (introduzida pela fala "Tava me desafiando, Cabra Safado?", provavelmente retirada de algum filme ou documentário sobre Lampião, personagem central da letra. E a canção possui um andamento não tão rápido, mas abrasivo, e é recheada com excelentes riffs que empolgam e levam o ouvinte a balançar a cabeça, belos trabalho de baixo e bateria, e vocais firmes), e a rápida, curta e rasgada "Trap House", mais uma vez com ótimos riffs, bateria e baixo bem entrosados na base, e vocais azedos.

E mais uma vez, o NO REMORSE mostra que na base da raça, da vontade, de uma boa pesquisa história para letras (mentes pensantes ajudam DEMAIS em uma cena já meio desgastada), e de muita cerveja, é possível se dar vida a um bom trabalho por aqui. Agora, baixe o EP aqui (ou clicando na capa do disco na resenha, Cabra Safado!) e se divirta, enchendo o seu vizinho de som agressivo, já que ele não se sacia de encher os nossos de lixo!

"Quando cubro um macaco na mira do meu rifle, ele morre porque Deus quer; se Ele não quisesse, eu errava o alvo." (Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião).


Tracklist:

01. Killing Ground
02. Trap House


Banda:

Igor Rodrigues - Vocais, guitarras
Pedro Pellacani - Baixo, backing vocals
Erick Mamede - Bateria 


Contatos:

Heavy and Hell Press (No Assessoria de Imprensa)
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário.
Liberaremos assim que for analisado.

OM SHANTI!

Comentário(s):