Enquanto alguns acreditam que só os grandes nomes do Heavy Metal internacional fazem diferença na vida dos músicos brasileiros, existe outra corrente que pensa de forma diferente. "Eu ouvia Sepultura e Angra com a mesma admiração e intensidade que Iron, Judas, Sabbath e Metallica. Sei que esses últimos são ícones internacionais e pais do Heavy Metal mundial, mas não foram mais importantes para minha formação que o Angra e o Sepultura", revela Fabio Schneider, frontman do DREADNOX.
O grupo carioca foi formado em 1993, época de ouro do Sepultura, às vésperas do lançamento do icônico álbum "Chaos A.D" e do aguardado "Angels Cry", 'debut' do Angra. "Eu estava lá, no Garage, ansioso para ver Andre Matos ao vivo. Lembro-me que naquele show o Rafael Bittencourt passou mal e o Kiko Loureiro administrou com maestria a apresentação", conta o vocalista.
O DREADNOX está prestes a lançar seu terceiro álbum de estúdio, "The Hero Inside", produzido por Renato Tribuzy, e que no momento está sendo mixado por Roy Z (Halford, Bruce Dickinson, Sepultura). Embora busque um padrão de qualidade internacional, Fabio deixa claro o respeito pelos ícones do Metal brasileiro: "Os músicos do Angra são fantásticos, e reconhecidos na cena Metal de todo o mundo. O talento do Kiko o levou a gravar e excursionar com a Tarja. Ele é idolatrado no Japão. O Tobias Sammet já declarou ser fã do Andre Matos, muito antes de conhecê-lo. O Andreas fez shows até com o Anthrax, e é respeitado por músicos de todos estilos. Bateras como Aquiles e Eloy são referências no exterior. E os irmãos Cavalera influenciaram e são tidos como ídolos por bandas gigantes como Slipknot, por exemplo. Como eu, sendo headbanger e brasileiro, não teria orgulho e influência desses caras?", revela o vocalista. "Por isso, mesmo não sendo exatamente o nosso estilo, sempre tocamos algo do Sepultura nos shows do DREADNOX", acrescenta.
A cultura do povo brasileiro em pensar que o que vem de fora é melhor, não é unânime. Além de Sepultura e Angra, bandas como Krisiun e atualmente o Hibria, levam a bandeira do Brasil para os quatro cantos do mundo. No entanto, representantes de todos estilos do Heavy Metal "made in Brazil" estão honrando nosso nome lá fora. Mas a valorização da cena nacional começa dentro do nosso próprio país: "Me considero um grande fã do Metal feito no Brasil. Para mim não tem essa de Angra com Andre Matos ou Edu Falaschi, pois adoro as duas formações e acho os dois vocalistas incríveis. O Sepultura idem. Acho a fase com o Max maravilhosa, mas a fase Derik tem trabalhos ótimos também. E também acho foda o que o Max faz hoje no Soulfly, e o Edu no Almah. Sem falar nas várias outras bandas excelentes que temos aqui, como o Hibria, Tribuzy e Dark Avenger, só para citar algumas. Temos músicos e bandas brasileiras com tanto talento e competência quanto de qualquer lugar do mundo. O que nos falta é apoio e estrutura", conclui Fabio Schneider.
Confira o DREADNOX tocando Sepultura, em duas diferentes fases da carreira:
- "Refuse Resist", em 2012:
- "Territory", em 1997:
Site relacionado:
Fonte: BMU/ASE Press Music