11 de jul. de 2014

Resenha: Semblant - Lunar Manifesto (CD)

Nota 9,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


E a criatividade de certas bandas realmente parece sera tônica em uma país cada vez mais rachado entre as tendências do Metal como um todo (quando as pessoas vão entender e aceitar que é tudo Metal, no final das contas?), especialmente em estilos que já foram tão erodidos por momentos de evidência que os fãs acabaram desaparecendo? Sim, é fato que os períodos de "modas" no Metal causam estragos, mas ao mesmo tempo, revelam boas ótimas, como o septeto SEMBLANT, de Curitiba (Paraná) volta a aparecer com seu segundo disco, "Lunar Manifesto", lançado pela Shinigami Records.

O grupo faz uma mistura de Dark Metal bem soturno com Metal sinfônico com muita melodia, peso, mix de vocais femininos e masculinos (estes últimos em timbres guturais, rasgados e normais), belas bases e solos de guitarras (percebe-se um esmero muito grande neles), teclados muito bem colocados, base rítmica de baixo-bateria com boa pegada e técnica, que mesmo sem ser algo extremamente original, mostra bastante personalidade e bom gosto. Me perdoem, mas este autor se recusa a usar o termo "Gothic Metal", por acreditar que ele é inexistente.

Semblant
A produção de "Lunar Manifesto" ficou nas mãos de Adair Daufembach (o mesmo que produziu bandas como COMMAND6, A RED NIGHTMARE, HANGAR, PROJECT46, entre outros), sendo gravado, mixado e masterizado no Daufembach Studio, em São Paulo. E Adair caprichou, deixando a produção sonora em um nível muito bom, limpa, com boa timbragem instrumental, mas com peso e bem intensa, além de um toque de sofisticação extremamente necessário ao trabalho do grupo. Já a arte, bem feita, é trabalho de Calos Fides, que soube captar a essência da música do grupo e colocar em forma visível. 

O grupo mostra que o tempo entre "Last Night of Mortality" (de 2010) e "Lunar Manifesto" foi muito bem usado e justificado, já que em termos de composição o grupo soube caprichar nas músicas, bem como arranjar e absorver influências musicais mais novas e colocá-las em prática. O grupo soube colocar para fora o que eles tem de melhor em forma de música: personalidade, mostrando-se mais agressivo, mas sem deixar sua elegância de antes de lado.

Ponto altos: a ríspida e modernosa "Incinerate" (os duetos de vocais estão ótimos, especialmente a alternância bruta dos vocais rasgados e guturais masculinos com a elegância e beleza da voz feminina, e isso sem falar o trabalho ótimo das guitarras, especialmente nos solos), a bem trabalhada "Dark of the Day" (mais uma vez, as guitarras mostram um trabalho fantástico), a belíssima "What Lies Ahead" (novamente os vocais mostram um trabalho bem diferenciado, fora baixo e bateria estarem fantásticos), a variada "Bursting Open" (as guitarras e arranjos de teclados roubam a cena aqui), "The Hands That Bleeds" e sua pegada mais suave e moderna (devido ao trabalho da bateria e teclados), a mais ríspida e terrorosa "Selfish Liar" (os vocais e arranjos de teclado conduzem a música por momentos bem soturnos, quebrados apenas com vozes normais que ajudam a alternar o clima denso da canção) e a encorpada e trabalhada "Scarlet Heritage (Legacy of Blood Part III)".

Saber diferenciar-se é preciso no mundo atual, e o SEMBLANT mostrou que isso sabe fazer com maestria.



Tracklist:

01. Incinerate  
02. Dark of the Day  
03. What Lies Ahead  
04. The Shrine  
05. Bursting Open  
06. Mists Over the Future  
07. The Hand That Bleeds  
08. Selfish Liar  
09. Ode to Rejection  
10. The Blind Eye  
11. Scarlet Heritage (Legacy of Blood Part III)


Banda:

Sergio Mazul - Vocais
Mizuho Lin - Vocais
J. "Gutto" Augusto - Teclados
Sol Perez - Guitarras
Juliano Ribeiro - Guitarras
João Vitor - Baixo
Welynton "Thor" Sikora - Bateria


Contatos:

Brasil Music Press (Imprensa)
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