6 de set. de 2013

Wael Daou - Ancient Conquerors (EP)


Independente 
Nacional

Nota 9,5/10

Por Marcos Garcia


Cada vez mais o Brasil está mostrando-se um vasto e grandioso celeiro de grandes trabalhos musicais, tanto no Metal quanto no Rock, contrariando o que se diz no mainstream e na grande imprensa, e alguns trabalhos são sublimes, mostrando-se tão grandiosos que nos leva a crer que qualquer frase dita contra o mesmo é puro preconceito "Gonçalviano", vindo do famoso complexo de vira-latas que muitos carregam. E um trabalho realmente fantástico é o do guitarrista paraense WAEL DAOU, que acaba de soltar o EP 'Ancient Conquerors' de forma independente.

O foco do trabalho é instrumental, sem vocalista, mas antes que os mais apressadinhos digam algo (se ouvir o disco, como sempre), que fique bem claro: o EP é fantástico!

Primeiro de tudo: a técnica de Wael é privilegiada (coisa de quem foi aluno de feras como Ziza Padilha e do libanês Elias Njei), fugindo do ponto comum, já que a diversidade musical que influencia-o é sensível (passagens pesadas e densas se mesclam a momentos de puro Jazz e Fusion, além de momentos que deixam clara a influência de música clássica em seu estilo), mostrando que pode ser muita coisa, menos enfadonho e/ou soporífero. Obviamente, as seis cordas se destacam bastante, assim como vemos baixo e bateria pesados e coesos, e se repararem bem, ouvirão instrumentos de orquestras acompanhando cada uma das músicas, ajudando a ambientá-las conforme a necessidade.

Gravado no Quarto Amarelo Studio, e com produção feita pelo próprio Wael (que compôs e arranjou todas as seis faixas, além de programar a bateria), e com mixagem e masterização de Matheus Zingano, a sonoridade bem feita e brilhante, fazendo com que os instrumentos sejam ouvidos de forma bem nítida, sem necessitarmos de grandes esforços, e cada mínimo detalhe das músicas está bem à mostra. A arte,  um belo trabalho de Gustavo Sazes, é bem cuidada e trabalhada na medida certa, e se preparem, pois cada uma das músicas é baseada em algum consquistador da história, e há explicações sobre cada um deles no encarte. 

As seis músicas mostram-se bem niveladas, com arranjos criados com esmero, e vemos que 'Ancient Conquerors' é fruto de trabalho feito com o coração, pois o "feeling" em cada faixa é quase que tangível.

A primeira é 'Genghis Khan Rise', uma faixa forte e pesada, com bons riffs e conduções nos dois bumbos bem feita, até que entram os solos, mostrando boa técnica e feeling (longe daquela mania de fritação que anda rondando o Metal e o Rock há alguns anos). 'Salah El Dine Arabe' começa introduzida por acordes árabes acompanhando de pianos e violinos, preparando o ouvinte para uma faixa grandiosa, mais cadenciada e forte, e os solos são bem envolventes, e com momentos de maior velocidade. Ritmos compassados de guerra introduzem 'Atilla the Hun', com seus mais de seis minutos de grandiosidade musical, com mais ênfase nos outros instrumentos, tornando-a bem hipnótica. Em 'Xerxes I Fallen', a mais longa (com pouco mais de nove minutos de duração), o foco retorna aos solos bem construídos e cheios de "feeling", em uma música cujo andamento oscila entre momentos rápidos e outros mais lentos. Já 'Domitian' apresenta momentos de "allegro" bem compostos, dando ênfase ao duo guitarra-teclados e melodias, apresentando alguns tempos quebrados ótimos. E para fechar, temos a bela 'Hiram I', com belíssimos arranjos de teclados acompanhando os solos virtuosos de Wael.

Requinte, bom gosto e beleza unidos em um belo trabalho feito em nossas terras, o que é motivo de orgulho para todos nós. E produto para a exportação, diga-se de passagem.




Tracklist:

01. Genghis Khan Rise
02. Salah El Dine Arabe
03. Atilla the Hun
04. Xerxes I Fallen
05. Domitian
06. Hiram I


Formação:


Wael Sami Daou - Guitarras, programação de bateria
Marcos Saraiva - Baixo


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