22 de jul. de 2013

Unificando o Mundo por meio do Metal - Entrevista com o Orphaned Land


O nome dispensa maiores explicações, pois o ORPHANED LAND é um nome bem conhecido na cena Metal na atualidade, plea grandiosidade de sua música, cheia de elementos étnicos e orquestrais e corais, e também por sua mensagem de união entre os povos do mundo inteiro.



Após alguns shows no Brasil para o lançamento de “All is One” (que a Shinigami Records colocará em breve no mercado nacional), tivemos a oportunidade de falar com Chen Balbus, guitarrista da banda.


Metal Samsara: Shalom, meu caro, e agradecemos muito pela oportunidade de falar com você, então, comecemos: o ORPHANED LAND começou nos anos 90, lançou o “Sahara” em 1994, e o “El Norra Alila” em 1996, mas tivemos que esperar 8 anos até o lançamento de “Mabool”. O que aconteceu com a banda nessa época?

Chen Balbus: Olá, o prazer é todo meu. :)
No período entre “El Norra Alila” e “Mabool”, os caras não sabiam realmente se o ORPHANED LAND iria continuar, cada um seguiu seu rumo. Kobi abriu uma loja de CDs, Yossi se casou e se tornou especialista em tecnologia, Matti estava viajando... Até que Kobi e Uri sentiram falta de fazer música com o ORPHANED LAND, e todos eles se reuniram e criaram o “Mabool”.


Metal Samsara: Ainda falando sobre o “Mabool”, ele trazia um novo “approach” a seu trabalho: mantendo a personalidade e elementos étnicos mostrados em “Sahara” e “El Norra Alila”, a música se tornou mais complexa e elaborada. Poderia dizer-nos qual o motivo por trás disso?

Chen: O ORPHANED LAND sempre quis ser  mais que uma banda simples, então pegamos todos os instrumentos tradicionais de nossas raízes, e combinamos nossa música com a música tradicional, ou orações, ou o que fosse, e isso se tornou uma mistura perfeita, criando todo um gênero novo, que hoje se chama Oriental Metal. Sempre buscar um som único, e temos nossos próprios sons e elementos.


Metal Samsara: Falando de “All is One”: o álbum Fo lançado, então, o que pode nos contar sobre o processo de composição? Foi um processo mais natural, ou houve alguma pressão durante este período? E me permita dizer: vocês estavam inspirados mais uma vez!

Chen: “All is One” está do jeito que queríamos fazê-lo, nos sentimos bem em fazer este disco após dois álbuns complexos como “ORwarriOR' e 'Mabool' . Este disco é mais natural, e mais focado na mensagem de “todos são um só”.

Acreditamos que é nosso melhor disco já lançado. Eu, Bobi e Uri estávamos compondo as músicas juntos dia e noite, até que ele estava totalmente pronto para ser gravado, e tudo ocorreu de forma fantástica, desde que estávamos todos dedicados e comprometidos com a banda.

Chen no show no RJ (foto: Daniel Croce).

Metal Samsara: As músicas em “All is One” são mais curtas que nos últimos discos, bem como os vocais urrados quase desapareceram, mas a variedade de instrumentos e vocais usados é maior que antes, em um estranho paradigma. Como foi trabalhar com um grande número de músicos desta vez? E você acredita que “All is One” é musicalmente mais acessível a um público maior?

Chen: Foi uma experiência fantástica trabalhar com todos aqueles músicos maravilhosos que acreditaram em nossa música e deram seu melhor para fazer deste um álbum excepcional. E definitivamente, acho que “All is One” é mais acessível que os álbuns anteriores, pois ele é mais cativante, com canções e títulos mais curtos. 

“All is One” foi concebido para se um disco mais acessível e com uma mensagem mais simples.


Metal Samsara: E como tem sido a recepção da imprensa especializada em Metal e do público a “All is One”? Já tem algum retorno por agora?

Chen: Até o momento, os comentários são surpreendentes, este álbum está recebendo ótimos comentários. Existem resenhas de fãs, da imprensa por todo o mundo com muitas dizendo que esse é o álbum da semana, do mês, do ano, uma verdadeira obra-prima. A Metal Hammer inclusive mandou uma equipe especial para cobrir o show de lançamento de “All is One” em Israel.


Metal Samsara: Em todos os seus discos, o centro de sua mensagem é o mesmo: a união das três religiões do mundo em um esforço comum pela paz, usando aspectos culturais das três religiões, e muitas vezes, as pessoas tendem a rotular vocês como uma banda cristã como aquelas da chamada cena “White Metal”. Para este escritor, essa acepção está claramente errada, mas o que pode nos dizer sobre isso?

Chen: Bem, não acho que sejamos uma banda de “White Metal” ou algo relacionado a isso. O ORPHANED LAND é uma banda israelense que tem inspiração de culturas diferentes e combna elementos das três religiões. Não somos uma banda religiosa, só buscamos mostrar ao mundo que todos somos um só, não importado o quê. Somos apenas simples homens.

Yossi e Kobi no show do RJ (foto: Daniel Croce).

Metal Samsara: Ainda falando das letras: Em “Mabool” e “The Never Ending Way of ORWarriOR”, vocês usaram de um “approach” conceitual, mas em “All is One”, vocês preferiram deixar isso de lado. Esse aspecto é temporário, ou o ORPHANED LAND continuará como está agora?

Chen: Já que 'All Is One'  era para ser um álbum mais acessível e cativante, nós não sentimos mais vontade de fazer outro álbum complexo como 'Mabool' ou 'ORwarriOR.

Cada um dos nossos álbuns nunca vai soar igual ao outro – mas todos eles têm o som característico do ORPHANED LAND. Tudo depende do que sentimos, em como queremos fazer. Nunca fazemos a nossa música de acordo com algumas diretrizes, ou qualquer coisa para atingir determinado mercado. Nossa música é sempre pura de coração.


Matan no show do RJ (Foto: Daniel Croce).

Metal Samsara: Por falar nisso, existe uma letra que realmente causou uma forte comoção neste autor: “Brother”, pois ela relembra a história dos dois filhos de Abraão (Isaque e Ismael, em língua latina), e obviamente, lembra-nos da raiz do conflito entre os povos islâmicos e judaicos (e, obviamente, os cristãos), e que por meio dos filhos de Abraão (legítimos e adotados), a paz pode finalmente chegar ao mundo. Esta interpretação está correta, ou vocês possuem outra visão? E como tiveram essa idéia a princípio?

Chen: Kobi é o mentor por trás das letras e idéias para as estórias por trás das canções. “Brother” mostra que os dois lados possuem a mesma estória, mas com versões diferentes. Os Árabes acreditam que Abraão levou Ismael para a montanha, enquanto os Judeus acreditam que Abraão levou Isaque à montanha (Nota do Redator: este evento é narrado no livro do Gênesis. A montanha falada fica na terra de Moriá, próxima a Salém). Nós estamos dizendo que não importa qual versão está certa – o que é certo é que eles são irmãos, que acima de tudo são irmãos, e que não precisam lutar um com o outro.


Metal Samsara: Vocês tocaram no Brasil há alguns meses, tanto no RJ quanto em SP. O que pode dizer do público de Metal brasileiro? E como estávamos em um dos shows, pudemos ver sua simpatia e gentileza com todos nós. Por favor, voltem logo!!!!

Chen: Verdadeiramente nos apaixonamos pelo Brasil e por toda a América do Sul. Recebemos muito amor dos fãs de lá e os shows foram fantásticos, cada momento foi excitante como a primeira vez para nós. E desejamos voltar ao Brasil de novo para um período mais longo e poder aproveitar o amor quente dos fãs brasileiros.

Uri e Chen no show do RJ (foto: Daniel Croce).

Metal Samsara: Basicamente, todos os discos do ORPHANED LAND foram lançados no Brasil, então, o que acha disso? E a Shinigami Records lançou aqui “The Never Ending Way of ORWarriOR” e “The Road to OR-Shalem”, bem como está para lançar “All is One”.

Chen: É ótimo ter nossa música espalhada em novos lugares por todo mundo. Tenho certeza que isso abrirá novas portas para o ORPHANED LAND, e irá ajudar a tornar-nos mais conhecidos, e a tocar com mais freqüência para nossos fãs brasileiros.

ORPHANED LAND no show do RJ (Foto: Daniel Croce).

Metal Samsara: Agradecemos muito por sua gentileza, então, deixe sua mensagem para nossos leitores.

Chen: Esperamos ver vocês todos o mais rápido possível e nos divertimos juntos, compartilhar da melhor religião, que é a música, e mostrar que todos somos um só.

All Is One,
Chen. 

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