4 de jul. de 2016

[MAUA] - UNCONSCIENCE (Álbum)


2016
Independente
Nacional

Nota: 10,0/10,0


Músicas:

1. Intro/Disperse
2. Resist
3. Volatile
4. Stay With Me a Little Longer
5. Breakthrough
6. The Prey
7. Leave the Coin, Get the Dice
8. Warhead
9. Liar


Banda:

Erico Groman - Vocais
André Cabral - Guitarras
Adriano Santana - Guitarras
Marcel Freitas - Baixo
Afonso Ramalho - Bateria


Contatos:

Metal Media (Assessoria de Imprensa)

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


E depois de um sumiço de alguns anos desde "Conscience", o EP que apresentou o [MAUA], quinteto de Technical Death Metal de Aracaju (SE), eis que eles retornam com tudo em seu primeiro álbum, chamado devidamente de "Unconscience". E isso só prova uma tese que este autor tem: o Nordeste do Brasil tem MUITO a dar ao cenário brasileiro.

O trabalho do quinteto foge ao convencional: antes de tudo, é bruto, agressivo e explosivo, mas ao mesmo tempo, é muito bem trabalhado, com um ótimo nível técnico. Mas o que os diferencia é que o balanço entre os dois lados se equilibra muito bem, e sem mencionar que o grupo ainda é capaz de adicionar pontualmente algumas melodias que acabam fazendo com que suas músicas fiquem marcadas em nossas mentes, algo raro em termos de Metal extremo. Ou seja, parece que o grupo soube se renovar em sua proposta, sem perder suas raízes. É excelente, marcante, cheio de energia e o melhor de tudo: diferente e com muita personalidade.

A produção é de Alex Prado Souza e do próprio quinteto, que souberam dar aquele toque a mais de classe ao som do quinteto, fugindo das gravações convencionais do gênero. A sonoridade é cheia, brutal e opressiva, mas com ótima definição em termos instrumentais (pois assim, se entende o que eles estão tocando), além de buscarem timbres mais agressivos e voltados ao Death Metal, sem contar que houve uma busca por timbres instrumentais mais atuais. E meus caros, é um murro dos tímpanos, mas com muito bom gosto.

A arte gráfica é de Said Wajid Shaikh, com direção de Marcelinho Hora. A apresentação (usando um formato Digipak ótimo e bem pensando) é muito boa, usando a simplicidade de tons de preto, branco e cinza para mostrar algo mais opressivo. Já a capa é uma arte que se emparelha bem com o título e letras do grupo.

Com a temática versando sobre o inconsciente do ser humano e suas loucuras e atos, ela se encaixa no trabalho técnico e de bom gosto do grupo, que também é muito bem arranjado. Mas cuidado: não pense que isso deixou as músicas menos agressivas. Garanto que muitas bandas tradicionais não chegam a ter a mesma agressividade explícita do [MAUA].

Não sei se caberia destacar esta ou aquela faixa, pois o quinteto caprichou. O disco está excelente, de primeira, e cada uma tem seus méritos próprios.

"Disperse" - Após uma introdução calma (sempre o prenúncio de uma tempestade), as guitarras da banda já começam uma saraivada de riffs e solos de primeira. Se notarem, existem melodias de primeira nos solos.

"Resist"- Agora, é à vera! A banda já entra com um trabalho de baixo e bateria poderoso, com tempos quebrados muito bem conduzidos, e belas mudanças de ritmo. É bem diversificada em termos de arranjos, verdade seja dita!

"Volatile" - mais uma vez, baixo e bateria esbanjam nível técnico, enquanto os vocais capricham em mudanças de timbres, indo do gutural ao rasgado sem pudores, fora alguns momentos declamados no início. E como o ritmo fica se alternando entre momentos mais brutais e outros mais bem trabalhados (e até mesmo melodiosos).

"Stay With Me a Little Longer" - É direta no queixo, com direito a muitas alternâncias de harmonias bem ricas em detalhes. O grupo esbanja categoria, com guitarras ferozes em riffs de primeira. Mas reparem como baixo e bateria criam momentos muito técnicos ótimos.

"Breakthrough" - Uma introdução opressiva dá a partida, com guitarras em arranjos bem sinistros. Mas elas mesmas começam uma avalanche de peso e tempos quebrados, para logo ficar rápida e brutal. E que solos (mais uma vez, reparem que algumas melodias aparecem de forma bem sutil neles).

"The Prey" - Algo mais tribal e orgânico permeia esta canção que tem na cadência sua força. É azeda de doer, mas é justamente em meio a tanta agressividade que eles mostram um trabalho diferente, cheio de mudanças rítmicas que nos deixam boquiabertos.

"Leave the Coin, Get the Dice" - Outra repleta de variações de tempo, mas sempre mantendo a coesão e o peso. Há algo de melancólico em certo alinhavo melódico de fundo. Mas os tempos são, na maioria, mais cadenciados, onde os vocais se mostram perfeitos nessa versatilidade de tons agressivos.

"Warhead" - Mesmo bem trabalhada, é uma das mais simples do CD. Mas mesmo assim, o que baixo e bateria fazem na base rítmica é algo memorável, digno de louvor. E que riffs (esses caras são muito criativos, verdade seja dita).

"Liar" - O fechamento com chave de ouro. Mais uma vez, o andamento é muito bem trabalhado, com um festival de bumbos duplos, baixo técnico e guitarras insanas. Mas uma vez mais, os vocais mostram sua versatilidade, usando alguns tons limpos em meio a urros guturais e rasgados de primeira.

O [MAUA] é uma banda corajosa, e caprichou no disco. E quem ganhou com "Unconscience" fomos nós, fãs de boa música.

Um dos melhores discos nacionais do ano, sem sombra de dúvidas!


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