2016
Independente
Nacional
Nota 9,0/10,0
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
No dia 19/01/2009, fui ao Circo Voador (célebre casa de
shows da cidade do Rio de Janeiro), para ver a apresentação de BLAZE BAYLEY,
que estava divulgando o CD "The Man Who Would Not Die". Mas quem mais
me chamou a atenção foi uma das bandas de abertura.
E hoje, como é bom poder ouvir o primeiro álbum do quinteto
carioca SEPTERRA (justamente a banda da qual falo acima), "Freedom of the
Dark One". Concordo que levou anos para ficar pronto, mas a espera valeu a
pena.
O que a banda nos concede sonoramente: uma mistura muito bem
feita da técnica do Prog Metal com a força e agressividade do Metal
tradicional. E o diferencial do trabalho do grupo, meus caros, é como eles
conseguem soar tão pesados e melodiosos, mas sem deixar de lado uma técnica individual
muito boa. E sim, o disco gruda nos ouvidos de tal forma que ouvir repetidamente
"Freedom of the Dark One" é algo quase automático.
Gravado estúdios Musark e Locomotiva (Rio de Janeiro), a mixagem
e a masterização ficaram nas mãos de Sidney Sohn. O resultado é uma qualidade
sonora de primeira, que consegue juntar todos os elementos musicais do grupo de
forma que consigamos compreender a música do quinteto, mas sempre mantendo o
peso e a agressividade. E a arte gráfica é de muito bom gosto, trabalhada em
tons de azul, dando um toque de classe e refinamento extra ao trabalho do
grupo.
Vocais de primeira linha (que trabalham muito bem os timbres
mais graves de voz, e alguns momentos em tons mais agudos), ótimos riffs e
solos de guitarra, teclados etéreos muito bem postados, e uma cozinha rítmica que
consegue ser pesada e técnica ao mesmo tempo são os elementos que o grupo
mostra saber trabalhar muito bem, e com personalidade. Fora isso, a banda sabe até
onde pode ser técnica ou pesada, mas sem nunca deixar de refinada.
Melhores momentos?
"Freedom of the Dark One" é um disco bem homogêneo,
mas podemos destacar a pesada e técnica "Nightmare (The Terror from
Within)" (com um jeitão meio DREAM THEATER de ser, só que mais pesada e
com ótimo refrão, além de ser recheada de belas vocalizações, excelentes
backing vocals, além de arranjos de teclados ótimos); a climática e intensa
"The Awakening" (onde mais uma vez, o peso e a elegância se aliam
muito bem, fora a base rítmica estar muito bem); a variada e cheia de mudanças
rítmicas "The Well of Nothingness" (onde novamente baixo e bateria
estão muito bem, pois a canção transita de momentos suaves e introspectivos
para outros mais agressivos sem destoar), "Keeper of Dreams" e suas
mudanças entre o suave e o agressivo (além dos vocais estarem ótimos, inclusive
com alguns urros guturais), "Freedom of the Dark One" (que soa mais
técnica e etérea, e com um ritmo mais ameno), e a melodiosa "River
Red", mostrando uma diversidade de momentos ótima.
Não diria que o SEPTERRA é uma promessa, mas uma realidade.
E "Freedom of the Dark One" veio para mostrar que eles podem se destacar
no cenário como um dos nomes mais promissores.
Quem viver, verá.
Músicas:
01.
Nightfall
02.
Nightmare (The Terror from Within)
03. The
Awakening
04. The
Well of Nothingness
05. Forlorn
Hope
06. Beneath
My Skin
07. Sacred
Gates
08. Keeper
of Dreams
09. Freedom
of the Dark One
10. Dark
Symphony
11. River
Red
Banda:
Filippe ZK - Vocais
Márcio Fernandez - Guitarras
Diego Felix - Teclados
Marcio Kendi - Baixo
Anderson Miranda - Bateria
Contatos:
TRM Press (Assessoria de Imprensa)