2017
Selo:
Independente
Nacional
Nota: 9,1/10,0
Tracklist:
1. Voices
from the Deep (Intro)
2. About
None Guilty
3. Screams
4.
Sacrifice to the Evil One
5. Satan II
6. Silver
Razor
7. The
Ancients
Banda:
Miss Aileen - Vocais, sussurros, gritos
Iossif - Guitarras, efeitos
Theophylactus - Baixo
Saenger - Bateria, percussão
Contatos:
Site Oficial:
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Bandcamp: https://theevildm.bandcamp.com
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
A escuridão do Satanic Rock anda se tornando mais e mais
evidente nos últimos anos. Focadas em um som sujo, arrastado e tenebroso, mais
aparatos teatrais, muitos bons grupos estão surgindo e desafiando as concepções
de muitos. E não é diferente com o quarteto mineiro THE EVIL, que veio para nos
deixar aterrorizados com seu primeiro testemunho, “The Evil”.
Focados em um som bem lento, de tempos bem lentos,
instrumental sujo e cheio de peso, vocais femininos, uma óbvia referência seria
o THE DEVIL’S BLOOD, embora o quarteto prefira uma sonoridade ainda mais densa
e sombria, sem nenhum tipo de concessão à acessibilidade. Mas mesmo assim, esse
som soturno e azedo que eles fazem é bem pessoal e altamente envolvente, se
ouve e não se esquece mais.
É ouvir e amar, ou se você tiver medinho do capiroto, se
apavorar e mijar nas calças!
Gravado no Engenho Studio, tendo mixagem e masterização de André
Cabelo e do próprio quarteto, a qualidade sonora de “The Evil” é ótima, casando
perfeitamente com o tipo de trabalho que eles fazem. Mas uma diferença é
sensível: mesmo com um som tão tenebroso e abrasivo, a banda optou por uma
qualidade que permita que cada instrumento seja ouvido claramente. É sujo em termos
de timbres sonoros dos instrumentos (justamente para soar mais orgânico), mas
tudo está claro e muito bem definido.
A arte da capa é de Fernando Drowned (da The Most
Destructive Art), e o visual casa perfeitamente com tudo que o quarteto faz
sonoramente. E assim, vai causar pesadelos em muitos bobões metidos a trevosos.
Mesmo sendo um grupo ainda bem jovem e tendo nesse seu
primeiro lançamento, o THE EVIL mostra uma personalidade única, sedutora e que
é cheia de charme. Mesmo que a idéia principal não seja soar inovador ou criar outra
vertente dentro do Doom Metal, eles criaram algo próprio, que é cheio de vida e
energia. E mesmo sem usar nada tecnicamente complicado, eles mostram um
trabalho não muito trivial mesmo porque eles optam por canções bem longas.
Seis faixas nos aguardam (já que “Voices from the Deep” é
apenas uma introdução climática), e todas são ótimas. Mas não citar como a
classe suja e orgânica da abrasiva “About None Guilty” (que belíssimos riffs de
guitarra, com esses timbres “sabbathianos” azedos e envolventes), o azedume
infernal da atmosfera que permeia “Screams” (tempos bem regulares, mas como
esse baixo distorcido marca presença com essa bateria lenta, criando assim uma
base absurdamente pesada), o pesadelo soturno como o inferno de “Sacrifice to
the Evil One” (adornada com belíssimos vocais, que tanto usam timbres mais
brandos e outros bem intensos, fora corais fúnebres muito bem colocados), e
pegada mais dinâmica e trabalhada de “Satan II”, o amargor de doer os ouvidos
causados pelos riffs distorcidos de “Silver Razor” e seus arranjos extremamente
insanos (mas com um trabalho ótimo em termos de acabamento), e a sombria e
distorcida “The Ancients” (outra com belas partes de vocais, onde o clima ora é
fúnebre, ora mais cheio de distorção e peso).
Desta forma, o THE EVIL se mostra mais um excelente nome de
nosso cenário, merecendo aplausos.
Que venham mais discos, e essas entidade do Mal continuem
nos brindando com enxofre, absinto e Metal!