2017
Selo:
Hellion Records Brazil
Nacional
Nota:
10,0/10,0
Tracklist:
1. King of
the Ring
2. We the
People
3. The
Killer’s Inside
4. Bleeding
Hands
5. Chasing
Dragons
6. Til the
Head Explodes
7. What You’re
Made Of
8. Raise ‘Em
Up
9.
Ignorance & Greed
10. Blind
Leading the Blind
11. Violent
State of Mind
12. Lords
of Thunder
13. Rebel
Yell
Banda:
Russell Allen - Vocais
Mike Orlando - Guitarras
Erik Leonhardt - Baixo
Jordan Cannata - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://adrenalinemob.com/
Facebook: https://www.facebook.com/adrenalinemob
Twitter: https://twitter.com/AdrenalineMob
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail: kelly@streetsmartmgmt.com (Imprensa)
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
“Nós, o povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União
mais perfeita, estabelecer a justiça, assegurar a tranquilidade interna, prover
a defesa comum, promover o bem-estar geral, e garantir para nós e para os
nossos descendentes os benefícios da Liberdade, promulgamos e estabelecemos
esta Constituição para os Estados Unidos da América.”
Este é o início da Constituição Federal dos E.U.A., que
entrou em vigor em 1789 e perdura até os dias de hoje. Mas as críticas do
próprio povo americano evidenciam o quanto esta parece estar necessitando de
acertos em vários pontos. Por isso, o quarteto de Nova York ADRENALINE MOB resolveu
batizar seu mais recente disco como “We the People”, usando de uma ironia clara.
E a Hellion Records bancou o desafio e lançou a versão nacional dele!
O quarteto volta com seu estilo de sempre, a força e técnica
do Metal moderno praticado pela Nova Escola norte-americana, com muito peso,
timbres instrumentais bem oleosos e boa dose de técnica. Mas obviamente, o
traço que valoriza as melodias é evidente. E a banda está coesa, mostrando uma
musicalidade bem pessoal.
Simplificando: a gangue de Russel Allen retornou com todo
pique!
A produção de “We the People” é ótima, evidenciando os
timbres modernos e gordurosos da banda, mas dando suporte para que os mesmos
soem claros e compreensíveis, e com a devida dose de peso. Aliás, peso é o que
não falta ao disco, mesmo quando as melodias bem delineadas dão aqueles toques
de acessibilidade musical que as bandas dos E.U.A. adoram.
E mais uma vez, Mark Sasso fez o trabalho gráfico, e a capa
não poderia ser mais icônica: o esqueleto-símbolo do grupo protegido por guarda
costas, com o bem e o mal a seu lado, em uma pose que remete ao Tio Sam, mas ao
mesmo tempo, a atual chefe do poder executivo do país. Uma clara alusão que o
poder não flui do povo para o povo, mas ratifica os erros de um único
indivíduo.
Moderno, azedo e com belíssimas melodias que remetem ao Hard
americano e mesmo ao Rock ‘n’ Roll mais cheio de energia, “We the People” é um
disco excelente, cheio de boas mudanças rítmicas, variações melódicas excepcionais
e tudo muito bem arranjado. É ouvir e gostar. É algo quase mágico, para ser bem
franco.
O disco é muito bem nivelado, mas destacamos as seguintes
canções para as primeiras audições:
“King of the Ring” - Faixa de abertura do CD, onde se
percebe que o Groove abrasive do grupo dá escopo às melodias grudentas do
quarteto. E Mike despeja riffs azedos e bem feitos, que grudam em nossos
ouvidos, fora o capricho nos solos.
“We the People” - Os mesmos elementos da canção anterior
estão de volta, apenas com melodias bem mais evidenciadas, com aquela pegada
ganchuda do Hard Rock americano anexada ao estilo pesado do grupo. Ponto para o
trabalho dos vocais, que estão excelentes (Russel é um dos grandes vocalistas
do Metal atualmente).
“The Killer’s Inside” - Belíssimos tempos, com uma pegada
bem pesada e muita dinâmica rítmica, mostrando que o baixo de Jordan Leonhardt e
do baterista estreante Jordan Cannata estão muito bem entrosados.
“Chasing Dragons” - Lindas melodias surgem nessa canção
empolgante e bem arranjada. É onde doses generosas de acessibilidade musical
aparecem, mas som comprometer o lado pesado do grupo. Elegante e bem feito, em
sua forma pesada de ser, com belíssimos riffs e arranjos vocais.
“What You’re Made Of” - Novamente a banda lança mão de ritmos
bem feitos, passagens ganchudas bem arranjadas, e muita força de baixo e bateria
no meio dessa pancada. Mas reparem como o refrão resgata elementos do Hard
Farofa americano.
“Raise ‘Em Up” - Groove e pegada envolvente se misturam mais
uma vez para gerar uma música densa e bruta, mas com belas linhas melodiosas e
uma harmonia rítmica incrível. Ponto para a técnica de baixo e bateria, que
mostram momentos virtuosos, mas sem destoar do restante da banda.
“Blind Leading the Blind” - Melodias mais amenas dão um
toque de classe interessante à canção. Se o peso deu uma diminuída, a banda
ganha em elegância, especialmente pelo trabalho das guitarras (o solo é muito
bonito e bem feito) e pelo refrão grudento.
“Lords of Thunder” - Sabem aquele jeitão envolvente e bem
feito do USA Metal dos anos 80, de bandas como FATES WARNING, OMEN e tantos
outros? Pois bem, ele dá as caras aqui, criando um contraste entre momentos
mais etéreos e melódicos com outros mais agressivos, que valorizam os vocais.
“Rebel Yell” - Uma versão bem pesada e azeda para a velha
canção de BILLY IDOL, cantor Pop famosos nos anos 80. A banda impôs mais peso e
pegada em sua versão, mantendo as linhas harmônicas originais, onde os vocais
se mostram ótimos.
Mostrando letras mais azedas, o ADRENALINE MOB faz sua parte
e mostra que “We the People” é um disco de primeira.