3 de jul. de 2017

ADRENALINE MOB - We the People (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 10,0/10,0

Tracklist:

1. King of the Ring
2. We the People
3. The Killer’s Inside
4. Bleeding Hands
5. Chasing Dragons
6. Til the Head Explodes
7. What You’re Made Of
8. Raise ‘Em Up
9. Ignorance & Greed
10. Blind Leading the Blind
11. Violent State of Mind
12. Lords of Thunder
13. Rebel Yell


Banda:


Russell Allen - Vocais
Mike Orlando - Guitarras
Erik Leonhardt - Baixo
Jordan Cannata - Bateria


Contatos:

Bandcamp:
Assessoria:

E-mail: kelly@streetsmartmgmt.com (Imprensa)

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


“Nós, o povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União mais perfeita, estabelecer a justiça, assegurar a tranquilidade interna, prover a defesa comum, promover o bem-estar geral, e garantir para nós e para os nossos descendentes os benefícios da Liberdade, promulgamos e estabelecemos esta Constituição para os Estados Unidos da América.”

Este é o início da Constituição Federal dos E.U.A., que entrou em vigor em 1789 e perdura até os dias de hoje. Mas as críticas do próprio povo americano evidenciam o quanto esta parece estar necessitando de acertos em vários pontos. Por isso, o quarteto de Nova York ADRENALINE MOB resolveu batizar seu mais recente disco como “We the People”, usando de uma ironia clara. E a Hellion Records bancou o desafio e lançou a versão nacional dele!

O quarteto volta com seu estilo de sempre, a força e técnica do Metal moderno praticado pela Nova Escola norte-americana, com muito peso, timbres instrumentais bem oleosos e boa dose de técnica. Mas obviamente, o traço que valoriza as melodias é evidente. E a banda está coesa, mostrando uma musicalidade bem pessoal.

Simplificando: a gangue de Russel Allen retornou com todo pique!

A produção de “We the People” é ótima, evidenciando os timbres modernos e gordurosos da banda, mas dando suporte para que os mesmos soem claros e compreensíveis, e com a devida dose de peso. Aliás, peso é o que não falta ao disco, mesmo quando as melodias bem delineadas dão aqueles toques de acessibilidade musical que as bandas dos E.U.A. adoram.

E mais uma vez, Mark Sasso fez o trabalho gráfico, e a capa não poderia ser mais icônica: o esqueleto-símbolo do grupo protegido por guarda costas, com o bem e o mal a seu lado, em uma pose que remete ao Tio Sam, mas ao mesmo tempo, a atual chefe do poder executivo do país. Uma clara alusão que o poder não flui do povo para o povo, mas ratifica os erros de um único indivíduo.

Moderno, azedo e com belíssimas melodias que remetem ao Hard americano e mesmo ao Rock ‘n’ Roll mais cheio de energia, “We the People” é um disco excelente, cheio de boas mudanças rítmicas, variações melódicas excepcionais e tudo muito bem arranjado. É ouvir e gostar. É algo quase mágico, para ser bem franco.

O disco é muito bem nivelado, mas destacamos as seguintes canções para as primeiras audições:

“King of the Ring” - Faixa de abertura do CD, onde se percebe que o Groove abrasive do grupo dá escopo às melodias grudentas do quarteto. E Mike despeja riffs azedos e bem feitos, que grudam em nossos ouvidos, fora o capricho nos solos.

“We the People” - Os mesmos elementos da canção anterior estão de volta, apenas com melodias bem mais evidenciadas, com aquela pegada ganchuda do Hard Rock americano anexada ao estilo pesado do grupo. Ponto para o trabalho dos vocais, que estão excelentes (Russel é um dos grandes vocalistas do Metal atualmente).

“The Killer’s Inside” - Belíssimos tempos, com uma pegada bem pesada e muita dinâmica rítmica, mostrando que o baixo de Jordan Leonhardt e do baterista estreante Jordan Cannata estão muito bem entrosados.

“Chasing Dragons” - Lindas melodias surgem nessa canção empolgante e bem arranjada. É onde doses generosas de acessibilidade musical aparecem, mas som comprometer o lado pesado do grupo. Elegante e bem feito, em sua forma pesada de ser, com belíssimos riffs e arranjos vocais.

“What You’re Made Of” - Novamente a banda lança mão de ritmos bem feitos, passagens ganchudas bem arranjadas, e muita força de baixo e bateria no meio dessa pancada. Mas reparem como o refrão resgata elementos do Hard Farofa americano.

“Raise ‘Em Up” - Groove e pegada envolvente se misturam mais uma vez para gerar uma música densa e bruta, mas com belas linhas melodiosas e uma harmonia rítmica incrível. Ponto para a técnica de baixo e bateria, que mostram momentos virtuosos, mas sem destoar do restante da banda.

“Blind Leading the Blind” - Melodias mais amenas dão um toque de classe interessante à canção. Se o peso deu uma diminuída, a banda ganha em elegância, especialmente pelo trabalho das guitarras (o solo é muito bonito e bem feito) e pelo refrão grudento.

“Lords of Thunder” - Sabem aquele jeitão envolvente e bem feito do USA Metal dos anos 80, de bandas como FATES WARNING, OMEN e tantos outros? Pois bem, ele dá as caras aqui, criando um contraste entre momentos mais etéreos e melódicos com outros mais agressivos, que valorizam os vocais.

“Rebel Yell” - Uma versão bem pesada e azeda para a velha canção de BILLY IDOL, cantor Pop famosos nos anos 80. A banda impôs mais peso e pegada em sua versão, mantendo as linhas harmônicas originais, onde os vocais se mostram ótimos.


Mostrando letras mais azedas, o ADRENALINE MOB faz sua parte e mostra que “We the People” é um disco de primeira.



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