6 de jun. de 2017

TANKARD - One Foot in the Grave (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 10,0/10,0

Tracklist:

CD 1 (One Foot in the Grave):

1. Pay to Pray
2. Arena of the True Lies
3. Don’t Bullshit Us!
4. One Foot in the Grave
5. Syrian Nightmare
6. Northern Crown (Lament of the Undead King)
7. Lock ‘Em Up!
8. The Evil that Men Display
9. Secret Order 1516
10. Sole Grinder

CD 2 (Rock Hard Festival 2016):

1. Intro
2. Zombie Attack 
3. The Morning After 
4. Fooled by Your Guts 
5. Rapid Fire (A Tyrant’s Elegy) 
6. Rules for Fools 
7. R.I.B. (Rest in Beer) 
8. Metal to Metal 
9. Not One Day Dead 
10. Chemical Invasion 
11. A Girl Called Cerveza 
12. Rectifier 
13. (Empty) Tankard


Banda:



Gerre - Vocais
Andy - Guitarras
Frank - Baixo
Olaf - Bateria

Convidados:

C - Vocais em “Secret Order 1516”


Contatos:

Instagram: 
Bandcamp: 
Assessoria: 

E-mail: florian.milz@nuclearblast.de (imprensa)

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Escondam seu estoque de cerveja, tranquem suas filhas e preparem-se para a diversão, pois um dos grupos mais divertidos do Thrash Metal mundial chega mais uma vez dispostos a não deixarem pedra sobre pedra, e nem mesmo pescoços e fígados inteiros.

Sim, o quarteto alemão TANKARD, de Frankfurt, vem para mais uma rodada, e detona ouvidos com “One Foot in the Grave”, seu mais recente disco, que saiu pela parceria da Nuclear Blast Brasil com a Shinigami Records.

Mas o que o TANKARD, depois de tantos anos de CDs ótimos, tem a nos dar com “One Foot in the Grave”?

Absolutamente NADA de novo, mas justamente por isso o CD é animal!

Sim, pois o quarteto já tem seu estilo mais que consolidado, o bom e velho Thrash Metal alemão: agressivo, pesado, com boas melodias nas guitarras, e como sempre, com um toque de ironia. Sim, pois o propósito da banda é ser divertida, com suas letras irônicas e cheias de bom humor. Mas tudo isso sobre uma base bem trabalhada e firme, com um som realmente impactante e atualizado. Se você quer ver fidelidade às raízes e honestidade, falou em TANKARD, sem sombra de dúvidas!

Martin Buchwalter produziu “One Foot in the Grave”, dando uma sonoridade sólida e pesada ao disco, mas fluida e clara ao ponto de se compreender o que eles estão fazendo e tocando. E soa renovado e vigoroso sempre, e isso para o trabalho do quarteto é muito importante, pois os timbres dos instrumentos e vocais são marcas registradas do som desses alemães pés de cana!

E a capa é do artista Patrick Strogulski já deixa claro que o que ouvirá no disco é diversão pura, e do mais alto nível. 

Apesar de não mudar seu estilo, o TANKARD soa atualizado e cheio de tesão, algo que se transforma em energia crua que flui pelos falantes, e vai provocar pogos e porres antológicos nas mesmas medidas. E se preparem, pois “One Foot in the Grave” tem poder de fogo musical para se equiparar aos grandes clássicos deles.

Uma rifferama absurda e intensa vem logo de cara em “Pay to Pray”, uma canção de típicas características Thrash germânicas (e reparem nas melodias dos solos). A crítica aos confrontos digitais nas mídias sociais é o tema da bruta e azeda “Arena of the True Lies” (e que belo trabalho de baixo e bateria, mantendo o ritmo firme e coeso). Um recado direto e reto é ditado nas linhas Thrashers mais tradicionais da pesadíssima “Don’t Bullshit Us!”, outro desfile de ótimos riffs de guitarras e refrão memorável. Introduzida por lindas melodias nas guitarras vem “One Foot in the Grave”, que logo vira um inferno de velocidade capaz de levar o ouvinte ao moshpit sem clemência, e uma aula dos vocais em termos de agressividade e intepretação. Com um andamento não tão veloz e certo toque de revolta vem “Syrian Nightmare”, cujo tema central das letras trata dos confrontos na Síria e mortes em vão de todos os dias, e isso fica evidente nos vocais rasgados e impostação da voz de Gerre.  As guitarras de Andy soam pesadas, com riffs “Sabbáthicos” e andamento lento no início de “Northern Crown (Lament of the Undead King)”, que logo ganha uma pegada um pouco mais tradicional em termos do estilo, e com belas intervenções e temas das seis cordas. Um faixa mais trabalhada e com boas mudanças de ritmo é “Lock ‘Em Up!”, com um jeitão da German Old School of Thrash Metal forte, onde o baixo de Frank e a bateria de Olaf estão de primeira. A descontração surge na divertida e bem agressiva “The Evil that Men Display”, que é seguida pela longa e brutal “Secret Order 1516”, uma paulada nos ouvidos e cuja a agressividade é intensa, com a participação de C. (do DICKCUTTER, DISINFECT, e DOOM OF LILITH) em alguns vocais limpos. Mas a diversão volta a ser a tônica em “Sole Grinder”, recheada de riffs bem agressivos, e é uma homenagem do grupo ao manager Buffo Schnädelbach (que de acordo com Gerre, é “a pessoa má humorada mais engraçada da Alemanha”). Ah, sim, deixe a música tocar mesmo com o silêncio, e se prepare para dar gargalhadas desses sujeitos, pois eles são demais!

A versão nacional é dupla, trazendo no disco 2 a apresentação do quarteto no Rock Hard Festival de 2016. E assim, se percebe que esses quatro pinguços estão longe da aposentadoria, já que canções clássicas como “Zombie Attack”, “The Morning After”, “Chemical Invasion” e “(Empty) Tankard”, tem-se temas mais novos como “R.I.B. (Rest in Beer)”, “Fooled by Your Guts” e “A Girl Called Cerveza”. Ou seja, o quarteto mostra que quem vive de passado é arqueólogo, e que eles ainda tem energia de sobra nos discos atuais para garantirem um bom show.

Não pergunte, compre. Sim, compre, pois “One Foot in the Grave” é um disco de primeira, uma ressaca certa, e tenha certeza: com o TANKARD, o Metal é de primeira e a diversão mais que garantida!

Aliás, se esses caras estão achando que estão com o pé na cova, tocando desse jeito e fazendo um dos melhores discos de Thrash Metal de 2017, quando pinguços perceberam que não estão, haja energia e cerveja!




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