Promoter: No Class Agency
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Fotos: Thomas Abrantes
O calor do verão carioca começa a dar espaço à temperatura ameno do outono. E com esse clima agradável, a cidade recebeu o primeiro show do BORKNAGAR em suas terras. Sim, após anos de expectativas frustradas, de possibilidades que terminaram em nada, enfim, o sexteto veio à cidade para a divulgação de seu mais recente álbum de estúdio, “Winter Thrice”, e para deleite dos seus fãs.
O público nas dependências do Teatro Odisséia foi bom, mas poderia ser bem melhor. Bem, é hora do headbanger carioca parar de omissão e mimimi na internet, e realmente abraçar os shows da sua cidade, prestigiando-os para que possa existir uma sequência.
Um pouquinho depois da hora marcada, com as luzes do palco apagadas e com uma introdução tocando ao fundo, o grupo começa a subir no palco e é efusivamente aplaudido por todos os presentes, e logo de cara, detonam “The Rhymes of the Mountain” (faixa de abertura de “Winter Thrice”, onde a interação entre os vocais de Athera, Vortex e Lars foi perfeita) e “Epochalypse”, levando os presentes ao delírio.
É preciso dizer que o BORKNAGAR ao vivo é uma experiência maravilhosa, pois além de conseguirem reproduzir muito bem o que fazem em estúdio (mesmo com aquela complexidade que já é bem conhecida dos que os acompanham há um tempo), existe uma energia pesada e forte, algo que somente uma banda bem entrosada e com calos da experiência consegue fazer. E sem ser algo mecânico.
A dupla de guitarras de Øystein G. Brun e Jéns F. Ryland é perfeita, com riffs bem cuidados e solos com melodias nas horas certas, em uma solidez raramente vista ou ouvida com esse nível de técnica; ICS Vortex não é apenas um baixista com ótima técnica, mas ao mesmo tempo, um vocalista fenomenal em seus tons mais limpos de voz (especialmente quando ele cantou “Universal” e “Colossus”); Lars “Lazare” Nedland não é só um tecladista de primeira, mas tem um vocal excelente e uma atitude no palco ótima; Baard Kolstad é um baterista de peso, tocando com técnica e uma pegada muito intensa; e muito se temia por Pål “Athera” Mathiesen (do CHROME DIVISION, ex-SUPERIA), uma vez que a responsabilidade de substituir Andreas “Vintersorg” Hedlund não é pequena; mas ele não só conseguiu a façanha, e sua voz se encaixa perfeitamente no som da banda, sem contar sua interação com o público. E juntem a isso tudo o carisma e vontade de tocar, de fazer esse show.
Não tinha como dar errado! E uma banda com esse nível técnico e solidez ao vivo existe, e atende pelo nome de BORKNAGAR.
A qualidade do som estava muito boa, embora algumas vezes o microfone sem fio de Athera falhasse (algo resolvido quando a pane foi definitiva). De resto, tudo na paz.
No setist, músicas de vários discos da banda, com 3 delas vindas de “Winter Thrice”, “Oceans Rise” é uma das velhas favoritas do público, assim como “Ad Noctum”, e a clássica “Universal”, onde Vortex cantou-a inteira, enquanto Athera tocava guitarra e Jéns pegava outra guitarra. Houve um momento em que ele chegou a estar nos vocais com Vortex, enquanto Athera saiu um pouco de cena.
Vieram “The Eye of Oden”, “Icon Dreams”, a clássica “Ruins of the Future, e mesmo “Dauden”, do primeiro CD deles. Assim, encerraram o show com “The Dawn of the End”. Em algum momento, Athera mostrou-se humilde, e falou sobre a ausência de Vintersorg, e pediu uma salva de palmas para o vocalista, que infelizmente não pôde fazer a tour sul-americana.
Depois de alguns minutos, com o público pedindo por canções, a banda voltou e cumprimentou os fãs com um de seus maiores clássicos, a épica “Colossus”, que a platéia cantou com o sexteto. Eles prometeram que da próxima vez tocariam a música pedida, e então fechando a noite com chave de ouro, veio a climática “Winter Thrice”. E assim, foram aplaudidos por todos os presentes, e Athera, Øystein, Jéns, Vortex, Lars e Baard vieram a frente e interagiram o público.
Depois de alguns minutos, a banda desceu do camarim e veio interagir com o público que pacientemente os aguardava, autografando CDs e posters, conversando, tirando fotos, enfim, dando atenção àqueles que são o motivo da existência de qualquer band no mundo: os fãs.
Setlist:
1. The Rhymes of the Mountain
2. Epochalypse
3. Oceans Rise
(Outro playback)
4. Cold Runs the River
5. Ad Noctum
6. Universal
7. The Eye of Oden
8. Frostrite
9. Icon Dreams
10. Ruins of the Future
11. Dauden
12. The Dawn of the End
Encore:
13. Colossus
14. Winter Thrice
No mais, o Metal Samsara agradece à No Class Agency por trazer o grupo para a cidade do Rio de Janeiro, e por nos conceder credenciamento; à Talent Nation Agency, que possibilitou a tour pela América do Sul, e a Thomas Abrantes por ter nos cedido gentilmente as fotos desse review.
Agora, é esperar pelos próximos shows!