7 de jan. de 2017

SONATA ARCTICA – The Ninth Hour (Álbum)


2016
Nacional


Tracklist:

1. Closer to an Animal
2. Life
3. Fairytale
4. We Are What We Are
5. Till Death’s Done Us Apart
6. Among the Shooting Stars
7. Rise a Night
8. Fly, Navigate, Communicate
9. Candle Lawns
10. White Pearl, Black Oceans (Part II: By the Grace of the Ocean)
11. On the Faultline (Closure to an Animal)
12. Run to You (Bryan Adams cover)


Banda:


Tony Kakko - Vocais, teclados, programação
Elias Viljanen - Guitarras
Henrik Klingenberg - Teclados
Pasi Kauppinen - Baixo
Tommy Portimo - Bateria


Contatos:

Facebook (Sonata Arctica Brasil)


Nota:

Originalidade: 8
Composição: 10
Produção: 10

9/10


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Desde que o chamado Power Metal melódico ganhou o mundo na segunda metade dos anos 90, muitas bandas surgiram e deram segmento a longas carreiras, com oscilações de qualidade em seus discos. Mas isso é normal, já que quanto mais velha a banda, mais ela comete erros, mas apenas os mais preparados aprendem com eles e acumulam acertos. 

E um dos nomes que mais dividem opiniões é mesmo o do quinteto finlandês SONATA ARCTICA. Poucas vezes se viu uma banda tão amada e odiada em proporções tão próximas na história do Metal. E eles estão de volta com “The Ninth Hour”, seu mais recente trabalho, que ganhou versão nacional graças à dupla Shinigami Records e Nuclear Blast Brasil.

Mas o que os fãs podem esperar do disco?

Antes de tudo, é preciso dizer que fãs ocasionais de músicas como “Weballergy” ou “San Sebastian” e outras canções rápidas com dois bumbos galopantes o tempo todo irão se decepcionar (embora existam momentos à moda antiga), pois a banda não aposta mais em andamentos velozes constantes. Pelo contrário, os tempos estão mais amenos, e embora o peso costumeiro da banda esteja presente, eles preferiram algo mais econômico (embora com um nível técnico ótimo), chegando a ser bem acessível, com melodias simples de serem assimiladas (algumas beirando o Pop). Outra diferença clara é a maior presença das guitarras, uma vez que os teclados estão mais comportados (mas sempre presentes), e os vocais apostam em tons não tão altos como antes (algo mais simples de ser reproduzido ao vivo). 

No fundo, é o bom e velho estilo da banda, apenas de um ponto de vista diferente. E assim, eles mostram-se prontos para ir adiante.

A produção do disco está de alto nível, mostrando que o trabalho de Pasi Kauppinen (baixista da banda e que fez a mixagem) e de Svante Forsbäck (masterização) foi feito com esmero. A sonoridade está vibrante, limpa como deve ser, mas com os devidos toques de peso. Tudo está no devido lugar, soando com timbres muito bem escolhidos.

A arte da capa é linda, algo que o quinteto sempre apresentou. Janne “ToxicAngel” Pitkänen caprichou, e tudo isso em um belíssimo formato Digipack, e que a versão nacional reproduz fielmente.

Em “The Ninth Hour”, sem fazer muitos experimentos ou se aventurar por caminhos diferentes, o quinteto mostra amadurecimento musical e sobriedade, algo que lhes renderá mais tempo em atividade. Mas ao mesmo tempo, a estética do SONATA ARCTICA não é trivial, é madura e de bom gosto, além do capricho em termos de arranjos. O nível de composição realmente é alto, e melhora ainda mais com os convidados especiais Troy Donockley tocando flauta em “We Are What We Are”, aron Newport na parte narrada em “Closer to na Animal”, e Mikko P. Mustonen nas orquestrações em “White Pearl, Black Oceans (Part II: By the Grace of the Ocean)”.

O disco é bem homogêneo, mas não se pode deixar de citar a força acessível e envolvente de “Closer to an Animal” (ótimos arranjos nos vocais e backing vocals bem como dos teclados), a bela e cheia de lindos arranjos de teclados e guitarras “Life” (nela, se percebe uma acessibilidade enorme, especialmente no refrão), a bela balada “We Are What We Are”, a força macia e encorpada de “Till Death’s Done Us Apart” (baixo e bateria mostrando um trabalho de primeira no comando da base rítmica do grupo), a forte e mais rápida “Rise a Night” (aqui, alguns elementos da fase mais clássica da banda aparecem, como bumbos duplos rápidos e refrão recheado de backing vocals, mas sem exagerar nos tons altos de voz), e a longa e trabalhada “White Pearl, Black Oceans (Part II: By the Grace of the Ocean)” (que é cheia de orquestrações, mudanças de ritmo, indo do suave ao rápido sem nenhum problema). E para os fãs brasileiros, a dobradinha da Shinigami Records/Nuclear Blast Brasil ainda os presenteia com um bônus: a versão da banda para “Run to You”, do cantor Pop Bryan Adams, que ganhou uma roupagem mais melodiosa e com boa dose de peso, embora respeite a versão original.

Em suma: quem ama, continuará amando; quem odeia vai continuar arrancando os cabelos do traseiro com os dentes. Mas não se pode negar que “The Ninth Hour” é um discão.


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