2016
Nacional
Tracklist:
1. Drained
2. The End
3. Like Sand
4. The Truth
5. In My Room
6. Before I Fall
7. Through My Eyes
8. Battles
9. Here Until Forever
10. Underneath My Skin
11. Wallflower
12. Save Me
13. Greatest Greed *
14. Us Against the World *
* Faixas extra da versão nacional
Banda:
Anders Fridén - Vocais
Niclas Engelin - Guitarras
Björn Gelotte - Guitarras
Peter Iwers - Baixo
Joe Rickard - Bateria, programação
Contatos:
Nota:
Originalidade: 8
Composição: 7
Produção: 9
8/10
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Ser inovador e diferente pode cobrar um preço de algumas bandas em longo prazo. Mesmo que a banda continue buscando diferentes formas de fazer música, nem sempre o preço que se paga é barato. E uma das bandas que sempre apostou alto na eterna mutabilidade musical como o IN FLAMES tem seus momentos, já que “Battles” seu mais recente disco, mostra que o quinteto sueco ainda está bem, mas é preciso tomar cuidado.
Os suecos sempre apostaram na modernidade e evolução, mas “Battles”, que é um bom disco, parece ser muito influenciado pelas críticas negativas que “Siren Charms” (o álbum anterior) sofreu. A banda deu uma reformatada, buscando incorporar influências de Metalcore e mixando-as à sua sonoridade moderna característica, e forte carga emotiva/melancólica que permeia cada uma das músicas. Óbvio que isso não retira os méritos de “Battles”, mas mostra que o grupo está precisando repensar algumas coisas sobre como eles podem abordar sua música.
Em termos de produção, o disco é caprichado. Howard Benson fez um trabalho muito bom nesse ponto, tendo a mão de Mike Plotnikoff na coprodução (e que ainda trabalhou na engenharia de som e na mixagem), fora o trabalho de Tom Coyne na masterização. Soa pesado o tempo todo, mas limpo ou abrasivo conforme a necessidade. E a arte gráfica de Blake Armstrong ficou de primeira, verdade seja dita.
Há momentos em que o quinteto rebusca alguns toques do Death Metal melódico que ajudou a fundar, outras impera o lado mais limpo, moderno e emotivo que tem despontado há alguns álbuns, e mesmo toques de Metal Industrial aparecem (uma sacada em “Wallflower” mostra isso com muita clareza) . Ou seja, o grupo fez um bom disco, com músicas boas, mas abaixo do nível de quem já fez obras como “Jester’s Race”, “Clayman”, “Come Clarity” e outros que são clássicos.
Mas mesmo não estando em perfeita forma, o quinteto é capaz de criar músicas ótimas, como “Drained” (carregada de emoção e com riffs de primeira), “The End” (onde em alguns momentos, sente-se a clara essência da banda a que estamos acostumados, especialmente nos momentos em que os riffs remetem ao passado recente do grupo, além de um refrão muito bom), a forte e cheia de complexidades “In My Room” (reparem como baixo e bateria estão em forma, mostrando peso e energia sob esse grove abrasivo que a banda usa), “Through My Eyes” (reparem como no início, a banda rememora seu passado glorioso, com uma pegada rápida cheia de energia e agressividade), a forte e pesada “Battles”, a clara influência setentista presente em “Underneath My Skin”, os elementos industriais de “Wallflower” (onde os vocais estão muito bem) e “Save Me”. E a versão nacional que a parceria Shinigami Records/Nuclear Blast Brasil nos proporciona ainda possui dois bônus: as ótimas “Greatest Greed” e “Us Against the World” (nesta, certa dose de Punk melódico se faz presente junto com as melodias agressivas características do quinteto).
Ou seja: se “Battles” está longe dos discos clássicos da banda, ainda é IN FLAMES suficiente para os fãs do quinteto.