2016
Nacional
Tracklist:
1. Another Day of Torment
2. Rise of a New Age
3. Burning Like 1000 Suns
4. Noble Thief
5. Strong Empire
6. Souls of Purgatory
7. Supremacy Never Dies
8. Obscure Desire
9. Convincing Pain
10. Burning Like 1000 Suns
Banda:
Max Vorax - Vocais
Marco Bueno - Guitarras
Osmar Boreu - Guitarras
João Vitor - Baixo
Thiago Mussi - Bateria
Contatos:
Nota:
Originalidade: 7
Composição: 10
Produção: 8
8/10
O Sul do Brasil tem uma cena extremamente fértil, com bandas e mais bandas surgindo e se lançando em busca do seu lugar ao sol, algo difícil em termos de Metal na atualidade (não só no Brasil, diga-se de passagem). Mas na cara e na coragem, as bandas encaram o desafio, mostrando os dentes e com sangue nos olhos. E esse é o caso do CROMATHIA, quinteto de Curitiba (Paraná), que após alguns anos de labuta no underground curitibano, chega com seu primeiro álbum, “Another Day of Tormnent”, lançado pela parceria entre a Eternal Hatred Records e a Voice Music.
O quinteto faz o que poderíamos chamar de Death Metal tradicional, bruto, pesado e muito agressivo, mas sempre com muito boa técnica instrumental, bastante inspirada na escola europeia do gênero, em especial a sueca. Há alguns toques de Death/Black e mesmo de Thrash Metal em alguns momentos, e a banda realmente conseguiu criar algo de quebrar pescoços, com uma música envolvente em todos os momentos.
Preparem para os pescoços!
A produção sonora é de primeira. A mixagem é da banda em conjunto com Maiko Thomé Araújo (que também masterizou o disco), e souberam deixar a sonoridade suja e crua na medida certa. Mas ao mesmo tempo, a clareza é absurda, pois cada arranjo pode ser ouvido sem dificuldades, e os timbres instrumentais foram bem escolhidos.
O trabalho em termos de arte gráfica é de Carlos Fides da Artside, e ficou ótima, criando uma ponte entre o passado e o presente do Death Metal, e se enquadrando perfeitamente no que a banda expõe em suas letras.
Urros guturais entremeado com vocais esganiçados, riffs de guitarra brutais (e solos feitos com boa dose de harmonia), baixo e bateria estão sólidos na base rítmica e com boa técnica, o trabalho do grupo é ótimo, e mesmo algumas melodias bem subjetivas aparecem vez por outra (como ouvido em “Strong Empire”). Ou seja, a banda é bem madura, sabendo o que deseja fazer de sua música, fazendo de “Another Day of Torment” um ótimo trabalho!
Embora seja bem homogêneo, podemos destacar as seguintes músicas como referências para as primeiras audições do disco: a sinuosa e bem arranjada “Rise of a New Age” (reparem como baixo e bateria possuem uma boa técnica, permitindo que guitarras e vocais se mostrem muito bem); a brutal e trabalhada “Burning Like 1000 Suns” (que rifferama dos infernos, uma aula de como se tocar Death Metal); a refreada e opressiva “Noble Thief” (os vocais estão muito bem, se encaixando perfeitamente na diversidade de arranjos da canção); a criativa e ríspida “Souls of Purgatory” (aqui fica clara a noção de escolas mais modernas em termos de Death Metal, graças ao alinhavo um pouco mais melodioso sob toda a brutalidade musical do quinteto); e a raçuda “Convincing Pain” (onde se percebe alguns leves toques de Thrash Metal nas estruturas dos riffs, mais um peso absurdo de baixo e bateria). E de bônus, temos “Burning Like 1000 Suns”, em uma versão que possui algumas orquestrações muito interessantes e pontuais.
Uma excelente banda, mas que tende a ser cada vez melhor. Mas por agora, “Another Day of Torment” é uma excelente pedida!
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia