2016
Nacional
Nota: 9,0/10,0
ZOMBIE COOKBOOK:
Músicas:
01. Grave
Robbers
02. Binge
Eating Disorder
Banda:
Dr. Stinky - Vocais
Horace Bones - Guitarras, vocais
Ed The Dead
- Guitarras
Purgy -
Baixo
Freudstein - Bateria
Contatos:
Metal Media (Assessoria de Imprensa)
RANCID
FLESH:
Músicas:
1.
Violating Tombs
2. Human
Head Eater
3. When The
Corpses Awaken…
Banda:
Laerte Guedes - Vocais
Adriano Sabino - Guitarras, baixo, bateria
Contatos:
Quando a coisa aperta no Brasil, parece que mais e mais
coisas boas vão sendo lançadas. As dificuldades moldam os melhores trabalhos,
verdade seja dita. E não é à toa que estilos extremos parecem ganhar mais e
mais força nessas situações. Não é de se estranhar que bandas como os zumbis do
Death Metal nacional de Joinville (SC) do ZOMBIE COOKBOOK e os Goregrind serial
killers do RANCID FLESH (Natal, no RN e Fortaleza, no CE) tenham unido forças e
posto um Split CD tão bom nas lojas. Sim, "Among the Living... Dead"
é uma aula de podreira extrema, mas de bom gosto e com excelentes pitadas de
humor negro (a capa, uma tiração com a capa do "Among the Living", do ANTHRAX, já mostra isso).
Não há muito que falar de ambas as bandas, que já são bem
conhecidas no cenário: o ZOMBIE COOKBOOK funde Death Metal com pitadas de
Thrash e solta uma podridão musical de primeira qualidade, enquanto o RANCID
FLESH é ainda mais extremado musicalmente falando. Mas ambos mostram trabalhos
bem elaborados, bem feitos e distantes de serem malfeitos e mesmo com
sonoridades que mais nos fazem ficar confusos que entender o que eles querem. E
ambas as bandas nos deixam com dores de ouvido (no bom sentido), mas provocarão
náuseas e ânsia de vômito nos mas incautos.
Não há o que falar da produção sonora de ambos.
O ZOMBIE COOKBOOK preferiu usar um approach um pouco mais
sujo que em seus trabalhos anteriores, mas essa roupagem com timbres mais crus deu um punch ótimo à musicalidade do grupo, mas sem que as canções soe confusa ou um amálgama de sons
confusos. O mesmo se aplica ao RANCID FLESH, que mesmo usando uma gravação um
pouquinho mais tosca, mas que faz parte do trabalho do dueto, e ficou muito bem
encaixada na proposta sonora do grupo (e sem soar incompreensível aos nossos
ouvidos)
Em pouco mais de doze minutos, temos esporreira e podridão
suficientes para muito tempo, sempre mostrando bom gosto e bom acabamento em
termos musicais para ambas as bandas. Sim, eles sabem bem a diferença entre
soar sujo e agressivo de soar embolado. Não, aqui tudo é compreensível, os arranjos
musicais são de primeira. E esses caras realmente sabem o que estão fazendo e o
que querem de sua música (além de fazerem todos vomitarem as tripas, óbvio).
O ZOMBIE COOKBOOK arrasa em suas duas faixas: "Grave
Robbers" é uma amostra e peso e velocidade, com ótimas vocalizações (urros
rasgados e vozes guturais se alternam muito bem) e uma cozinha rítmica de
primeira (basta ver como os ritmos se alternam bastante), enquanto "Binge
Eating Disorder" mostra mais uma vez mudanças de ritmo ótimas, mas com
riffs e solos de guitarra doentios. É esporreira e pacadaria de primeira!!!!
O RANCID FLESH faz algo mais explosivo e direto, evitando
muitas firulas técnicas, e usando de música curtas, mas impactante. Mas é justamente isso que torna a caótica "Violating
Tombs" (cheia de mudanças rítmicas, com um belo trabalho de baixo e
bateria), explosiva "Human Head Eater" (com seus vocais urrados muito
bons), e a raçuda "When The Corpses Awaken…" (uma porrada doentia,
mostrando uma base rítmica sólida e pesada).
Este EP, lançado em vinil e com apenas 333 cópias
disponibilizadas (e numeradas a mão) é uma aquisição de primeira. Mas é preciso
ter um saco de vômitos gigante perto.
No mais, indico sem medo!
Em tempo: o EP pode ser ouvido no Spotify (a parte do ZOMBIE COOKBOOK) e no Bancamp (a parte do RANCID FLESH)
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia