2016
Independente
Nacional
Nota: 9,0/10,0
Músicas:
1. The Posthumous State of Mind
2. The March for Excellence
3. The Celebration of Ignorance
4. Witnessing Your Fall
5. Modification
Banda:
Gustavo Moreira -
Vocais
Alcindo Neto -
Guitarras
Raphael Dizus -
Guitarras
Caio Planinschek -
Baixo
Alberto Armada -
Bateria
Contatos:
O estado do
Rio de Janeiro é, desde muitos anos, um autêntico celeiro de bandas de Metal
extremo.
Nomes como UNEARTHLY, LACERATED AND CARBONIZED,
MYSTERIIS, REPUGNANT GORE, DARKTOWER, ÁGONA, VOCIFERATUS e tantos outros
atestam o quanto as terras cariocas são férteis em termos de bandas
esporrentas. E mais um nome forte se projeta: finalmente, depois de uma longa
espera, chega o EP "Psychosomatic
Schizophrenia", uma aula de como deixar pescoços doendo e ouvidos
dando sinal de ocupado, mas com qualidade e bom gosto.
O quinteto
faz um Death Metal extremo, brutal e pesado, mas cheio de nuances
diferenciadas, muitas mudanças de ritmo, e boa técnica. E já se mostram em um
nível de maturidade elevado, pois apesar desse EP ser seu primeiro registro, o
grupo já possui 10 anos de muita luta no currículo. E já chegaram por cima, já
que "Psychosomatic
Schizophrenia" mostra um trabalho que em pouco precisa ser
lapidado. Sim, a banda mostra um trabalho que beira a perfeição. E digamos de
passagem: é bem personalizado, mesmo não sendo original.
A produção é
de Phillip
Leander (guitarrista da banda RECKONING
HOUR), e a engenharia de som é de Murilo Pirozzi, e digamos de passagem:
eles souberam deixar o trabalho do grupo soando bruto e agressivo, mas sem perder
a qualidade sonora. Sim, é possível perceber a força e técnica do grupo devido ao
som mais limpo, mas os timbres brutais deixam tudo soando ríspido e bruto, sem
dó dos ouvidos alheios.
Canilive |
Fundindo o
gutural peculiar e cheio de timbres de Gustavo Moreira (que sabe utilizar
muito bem gritos rasgados à lá "porco-sendo-destroçado" da mesma
forma), as guitarras insanas de Alcindo Neto e Raphael Dizus (sinceramente,
a idéia que temos é que ambos constroem uma sólida muralha de riffs sujos e
brutos), e a base rítmica técnica e opressiva criada por Caio Planinschek (Baixo)
e Alberto
Armada (Bateria), o CANILIVE
constrói composições bem arranjadas, com um trabalho técnico acima da média. E
me perdoem pelas palavras, mas esses sujeitos têm nível musical para encararem
muitas bandas bem estabelecidas do exterior. E não, não estou exagerando.
The Posthumous State of
Mind - Um tétrico
tique-taque e risadas introduzem a música, que logo explode em uma saraivada de
riffs e urros ótimos. Mas reparem como o ritmo da banda muda bastante, dando
diversidade bem difícil de ser encontrada no gênero no Brasil.
The March for Excellence - Mais uma vez, a velocidade alterna
entre momentos velozes e brutos, e outros mais cadenciados, exibindo um
trabalho perfeito dos vocais (sim, a diversidade de timbres de voz usada por Gustavo
é bem grande), fora Caio e Alberto estarem muito bem, impondo
técnica e peso aos borbotões.
The Celebration of
Ignorance - Esta
já não é tão veloz, ficando a maior parte do tempo com andamentos medianos,
embora haja alguns momentos onde a rapidez entra em cena. O nível técnico é
alto, mas os riffs de Raphael e Alcindo esbanjam peso e ótima técnica.
Chega a ser causticante.
Witnessing Your Fall - Mais brutalidade aliada a um ótimo nível
técnico. É uma surra nos ouvidos menos acostumados, e reparem como baixo (que
tem seus momentos quase Jazzísticos) e bateria (muito bem nas conduções e
bumbos) criam momentos técnicos ótimos, sabendo mudar os ritmos sem medo de
ousar.
Modification - É bom preparar os tímpanos, porque a
última tem alguns toques de Thrash Metal e Hardcore aqui e ali. É Slam Dancing
certo, com um trabalho ótimo mais uma vez dos vocais, que usam bem o contraste
dos urros rasgados e berros guturais.
O EP é ótimo,
e digo mais: com esse nível, o CANILIVE
já pode pensar em novas possibilidades, como gravar um álbum e shows fora do
país.
Texto: Marcos
"Big Daddy" Garcia