18 de jun. de 2016

CANILIVE - PSYCHOSOMATIC SCHIZOPHRENIA (EP)


2016
Independente
Nacional

Nota: 9,0/10,0

Músicas:

1. The Posthumous State of Mind
2. The March for Excellence
3. The Celebration of Ignorance
4. Witnessing Your Fall
5. Modification


Banda:

Gustavo Moreira - Vocais
Alcindo Neto - Guitarras
Raphael Dizus - Guitarras
Caio Planinschek - Baixo
Alberto Armada - Bateria


Contatos:





O estado do Rio de Janeiro é, desde muitos anos, um autêntico celeiro de bandas de Metal extremo.

Nomes como UNEARTHLY, LACERATED AND CARBONIZED, MYSTERIIS, REPUGNANT GORE, DARKTOWER, ÁGONA, VOCIFERATUS e tantos outros atestam o quanto as terras cariocas são férteis em termos de bandas esporrentas. E mais um nome forte se projeta: finalmente, depois de uma longa espera, chega o EP "Psychosomatic Schizophrenia", uma aula de como deixar pescoços doendo e ouvidos dando sinal de ocupado, mas com qualidade e bom gosto.

O quinteto faz um Death Metal extremo, brutal e pesado, mas cheio de nuances diferenciadas, muitas mudanças de ritmo, e boa técnica. E já se mostram em um nível de maturidade elevado, pois apesar desse EP ser seu primeiro registro, o grupo já possui 10 anos de muita luta no currículo. E já chegaram por cima, já que "Psychosomatic Schizophrenia" mostra um trabalho que em pouco precisa ser lapidado. Sim, a banda mostra um trabalho que beira a perfeição. E digamos de passagem: é bem personalizado, mesmo não sendo original.

A produção é de Phillip Leander (guitarrista da banda RECKONING HOUR), e a engenharia de som é de Murilo Pirozzi, e digamos de passagem: eles souberam deixar o trabalho do grupo soando bruto e agressivo, mas sem perder a qualidade sonora. Sim, é possível perceber a força e técnica do grupo devido ao som mais limpo, mas os timbres brutais deixam tudo soando ríspido e bruto, sem dó dos ouvidos alheios.

Canilive
Além disso, a arte de Marcus Lorenzet se encaixou como uma luva no conceito musical do quinteto, doentia, esquizofrênica e perturbadora, mas feita com excelente qualidade gráfica, e detalhes que se percebe quanto mais se observa a arte.

Fundindo o gutural peculiar e cheio de timbres de Gustavo Moreira (que sabe utilizar muito bem gritos rasgados à lá "porco-sendo-destroçado" da mesma forma), as guitarras insanas de Alcindo Neto e Raphael Dizus (sinceramente, a idéia que temos é que ambos constroem uma sólida muralha de riffs sujos e brutos), e a base rítmica técnica e opressiva criada por Caio Planinschek (Baixo) e Alberto Armada (Bateria), o CANILIVE constrói composições bem arranjadas, com um trabalho técnico acima da média. E me perdoem pelas palavras, mas esses sujeitos têm nível musical para encararem muitas bandas bem estabelecidas do exterior. E não, não estou exagerando.

The Posthumous State of Mind - Um tétrico tique-taque e risadas introduzem a música, que logo explode em uma saraivada de riffs e urros ótimos. Mas reparem como o ritmo da banda muda bastante, dando diversidade bem difícil de ser encontrada no gênero no Brasil.

The March for Excellence - Mais uma vez, a velocidade alterna entre momentos velozes e brutos, e outros mais cadenciados, exibindo um trabalho perfeito dos vocais (sim, a diversidade de timbres de voz usada por Gustavo é bem grande), fora Caio e Alberto estarem muito bem, impondo técnica e peso aos borbotões.

The Celebration of Ignorance - Esta já não é tão veloz, ficando a maior parte do tempo com andamentos medianos, embora haja alguns momentos onde a rapidez entra em cena. O nível técnico é alto, mas os riffs de Raphael e Alcindo esbanjam peso e ótima técnica. Chega a ser causticante.

Witnessing Your Fall - Mais brutalidade aliada a um ótimo nível técnico. É uma surra nos ouvidos menos acostumados, e reparem como baixo (que tem seus momentos quase Jazzísticos) e bateria (muito bem nas conduções e bumbos) criam momentos técnicos ótimos, sabendo mudar os ritmos sem medo de ousar.

Modification - É bom preparar os tímpanos, porque a última tem alguns toques de Thrash Metal e Hardcore aqui e ali. É Slam Dancing certo, com um trabalho ótimo mais uma vez dos vocais, que usam bem o contraste dos urros rasgados e berros guturais.

O EP é ótimo, e digo mais: com esse nível, o CANILIVE já pode pensar em novas possibilidades, como gravar um álbum e shows fora do país.


Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia




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