2016
Importado
Nota: 10,0/10,0
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
E eis que um dos nomes mais celebrados do Thrash Metal
mundial da atualidade retorna à carga, sem ter piedade de quem quer que seja!
Sim, o quarteto grego SUICIDAL ANGELS retorna, nos brindando
com seu mais recente disco, o recém lançado "Division of Blood", e
com um detalhe: eles estão dispostos a não deixar pedra sobre pedra, ou
pescoços intactos!
Musicalmente, o quarteto continua apostando na fórmula que
delinearam há tempos: Thrash Metal puro e simples, que mescla a agressividade
intensa da escola germânica, com a técnica, noção melódica e refinamento
musical da escola americana do gênero. Mas diferentemente de muitas bandas
atuais que buscam soar como os gigantes do passado, o SUICIDAL ANGELS está cada
vez mais consolidando uma personalidade própria, bem agressiva e trabalhada,
mais ainda assim, sabendo fazer uso das tecnologias modernas de gravação para
criar algo abusivamente pesado, brutalmente agressivo, mas sempre de bom gosto.
Suicidal Angels |
Gravado na Alemanha, nos Soundledge studios, tendo na
produção Jörg Uken (que já trabalho com DEW-SCENTED, GOD DETHRONED, SINISTER, e
que já trabalhou antes com o quarteto, fazendo a mixagem e masterização de
"Bloodbath"), que ficou de primeira, resgatando um pouco da sujeira
essencial à música do grupo de seus tempos mais antigos. Mas é bom que se diga
que a gravação está bem limpa, mas mantendo a agressividade e força da música
da banda intacta. Ou seja, o SUICIDAL ANGELS volta a soar mais sujo e pesado,
mas sem abrir mão da qualidade, e os timbres escolhidos para cada instrumento
são ótimos.
A capa do CD é uma arte de Ed Repka (que já fez trabalhos
para MEGADETH, DEATH, MUNICIPAL WASTE), deixando claro as intenções do grupo:
estamos contra tudo e todos que tolham a liberdade alheia, e somos uma divisão
sangrenta!
Se a produção sonora leva o grupo um pouco ao passado, o
refinamento musical de "Divide and Conquer" continua presente, ou
seja, eles deram mais um passo adiante. Os arranjos estão de primeira, a
dinâmica entre os instrumentos é excelente, logo, é bom tomarem cuidado. Eles
não estão para brincadeiras!
Capital of War - Uma música rápida, cheia de riffs de
primeira, mostrando que eles estão muito bem. Mas ao mesmo, a bateria de
Orpheas está mostrando peso e uma boa técnica, especialmente nos bumbos e nas
viradas.
Division of Blood - A velocidade é mediana, mas a
agressividade musical do grupo flui de forma espontânea. O trabalho das
guitarras do veterano Nick e do novato Gus está ótimo, com riffs intensos e bem
trabalhados, além de solos que esbanjam melodia.
Eternally to Suffer - A velocidade está de volta, com aquela
levada que causa moshpits instantâneos, com Nick cantando e mostrando que andou
evoluindo bastante em aspectos como dicção e impostação, usando muito bem os
tons mais normais e agressivos de sua voz.
Image of the Serpent - Aqui, temos uma faixa bem curta, mas
onde o ritmo muda bastante, com uma exibição de gala tanto de Orpheas quanto de
Agellos (baixista da banda). Mas cuidado com o pescoço, pois é impossível ficar
parado.
Set the Cities on Fire - Em termos de adrenalina e
características, vai lembrar bastante a primeira faixa do disco, mas com mais
variações de ritmo, apelando para uma velocidade intensa em alguns momentos e
outros um pouco mais cadenciados. E é bom repararem como os solos são insanos!
Frontgate - Aqui, o grupo lança mão de uma faixa mais
cadenciada, mais azeda, pesada, mas climática e cheia de ótimas nuances
instrumentais, especialmente de baixo e bateria, fora vocais de primeira e um
refrão excelente.
Bullet in the Chamber - Cuidado com os ouvidos, pois a faixa
é rascante e agressiva, mas veloz e com aqueles tempos cativantes de sempre. O
grupo realmente sabe criar riffs e momentos bem marcantes, algo de assustar os
mais incautos.
Cold Blood Murder - Mais trabalhada, mostrando um lado um
pouco mais técnico por parte da banda, os tempos são em velocidade mediana até
certo ponto, onde a banda inteira ataca com velocidade empolgante e riffs cada
vez melhores!
Of Thy Shall Bring the Light - Encerra o disco com chave de
ouro, um murro de pura brutalidade opressiva nos tímpanos de quem não entende o
que é ter raízes no passado, mas que mantém os pés no presente e caminha para o
futuro. O andamento é refreado, cativante e extremado pelo trabalho de baixo e
bateria (é abusivamente pesado, acreditem), fora as guitarras estarem bem e os
vocais, mais uma vez, de alto nível.
Ouçam em volume alto, pois "Division of Blood"
veio não só para coroar o grande momento do SUICIDAL ANGELS, mas também para
preparar os fãs para a tour no Brasil que está chegando!
Venham logo!!!! Brazil Awaits you!!!!
Músicas:
1. Capital
of War
2. Division
of Blood
3.
Eternally to Suffer
4. Image of
the Serpent
5. Set the
Cities on Fire
6.
Frontgate
7. Bullet
in the Chamber
8. Cold
Blood Murder
9. Of Thy
Shall Bring the Light
Banda:
Nick Melissourgos - Vocais, guitarras
Gus Drax - Guitarras solo
Aggelos Lelikakis - Baixo
Orpheas Tzortzopoulos - Bateria
Contatos: