5 de mai. de 2016

ABSOLEM - Ravishers of Innocence and Purity (EP)


2016
Independente
Nacional

Nota: 8,5/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Nos dias atuais, um dos maiores desafios é desvincular o lado do convívio da religiosidade. Sim, pois em estados laicos (ou seja, que não privilegiam esta ou aquela religião, e nem as decisões se tomam em bases de cunho religioso), a punição para atos cometidos pelo abuso do poder religioso, como simonia, pedofilia, charlatanismo, extorsão e mesmo proselitismo religioso e político são severamente punidos.

E para dar uma esclarecida no tema, nada melhor que uma banda espancando os ouvidos com temas relacionados a isso. E meus caros, o quarteto de Death/Thrash Metal carioca ABSOLEM se mostra um peso-pesado do gênero, cuspindo verdades em uma embalagem explosiva chamada "Ravishers of Innocence and Purity".

Imaginem o peso e brutalidade do Death Metal com as levadas empolgantes do Thrash Metal e algumas passagens onde a técnica instrumental se mostra apurada, com toques Progressivos/Jazzísticos?

Sim, é por aí que este quarteto ousa, fazendo uma música diferenciada em um estilo já meio erodido pelo uso. Se bem que nada na música do ABSOLEM é trivial, ou cheira a mofo. Não, meus caros, aqui a banda soa cheia de agressividade e vida. E verdade seja dita: a disposição deles em nos deixar com os ouvidos dando sinal de ocupado por horas não é pouca!

O próprio quarteto produziu o EP, tendo na mixagem as mãos de Flavio Pascarillo (em "The Last Stand"), Daniel Escobar (em "The Bringer of Life", "Not Even All Pain" e "Ravishers of Innocence and Purity"), e Nando Thorn (também em "Ravishers of Innocence and Purity"). O resultado é uma sonoridade bruta e seca, mas deixando cada arranjo da banda claro aos ouvidos, com a dose exata de peso. E nessa qualidade (mesmo não sendo perfeita), o grupo expõe uma musicalidade que, se não veio inovar, veio para somar, pois tem personalidade de sobra.

A banda caprichou nas quatro canções do EP. Todas soam muito bem acabadas, mas sem perder aquela aura de espontaneidade tão necessária às bandas de Rock'n'Roll como um todo. E vale citar que a bateria em "The Last Stand", "The Bringer of Life" e "Not Even All Pain" foram gravadas por Antônio Djafre.

Em "The Last Stand", a banda mostra uma aula de mudanças de andamentos, com uma boa dose de técnica (especialmente na bateria e no baixo), mas sendo aquela faixa que gruda nos ouvidos pelas melodias (sim, elas são bem sutis, mas estão presentes). O lado mais técnico da banda se mostra mais uma vez em "The Bringer of Life", graças a ritmos alternando entre momentos violento e outros mais opressivos, o que mostra a força das guitarras do grupo (em especial nesses solos melodiosos e cheios de feeling, algo que é inesperado nesse gênero, mas que encaixou bem na proposta do quarteto. E a influência de MERCYFUL FATE/KING DIAMOND nos solos é bem nitida). A típica faixa onde a agressividade se torna mais abrasiva é encontrada em "Not Even All Pain", onde o andamento não é tão veloz, e os vocais com tons normais quase rasgados mostram como se destacam, mesmo em momentos mais técnicos e encorpados (onde a influência do Jazz fica bem clara). Um pouco mais tradicional (em termos de Death/Thrash Metal) é a explosiva e trabalhada "Ravishers of Innocence and Purity", recheada de riffs insanos, vocais abusivamente agressivos e uma cozinha rítmica em alto nível.

Podemos dizer que "Ravishers of Innocence and Purity" mostra que o ABSOLEM tem um grande futuro pela frente, e que merece a ouvida com cuidado.

Mas cuidados com os tímpanos, e segurem os pescoços!



Músicas:

1. The Last Stand
2. The Bringer of Life
3. Not Even All Pain
4. Ravishers of Innocence and Purity


Banda:


Marcelo Coutinho - Vocais
Marcus Fraga - Guitarras, vocais
Fabio Azevedo - Baixo
Jean Falcão - Bateria


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