2009
Nacional
Nota: 9,0/10,0
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
Existem bandas que, mesmo nunca atingindo o status de
gigantes do Metal, também nunca ficaram relegadas aos porões do undeground. E
um dos exemplos disso é o quarteto norte americano W.A.S.P., que mesmo tendo
experimentado um sucesso assombroso em seu início (que era o auge da era Hard
Rock nos E.U.A., ou seja, a década de 80), não manteve seu status de monstro.
Mas mesmo assim, o grupo é considerado uma lenda no cenário, um ícone.
E como tal, vemos em "Babylon", que a Shinigami
Records acaba de lançar no Brasil, o motivo de ainda ser uma banda tão
respeitada e cultuada mundo afora.
Nesse disco, a banda continua com seu estilo bem definido de
sempre: uma mistura de Hard Rock com Heavy Metal pessoal, criada ainda nos
tempos de "The Headless Children" e "The Crimson Idol".
Vemos peso e agressividade nas medidas certas, mas em um trabalho musical de
bom gosto e bem feito. E isso resulta em uma pesada e de qualidade, mas
melodiosa e envolvente nas medidas certas. E como é bom ouvir a gangue de
Blackie Lawless em plena forma.
"Babylon" é mais um álbum produzido pelas mãos de
Blackie Lawless, tendo Marc Moreau e Mike Dupke na engenharia. Mas o
diferencial é mesmo a mixagem e masterização de Logan Mader, que fez com que o
disco soe com um peso evidente e limpo, sem que o lado mais acessível e
envolvente da música do W.A.S.P. fosse deixado de lado. E a sonoridade ganhou
um alinhavo moderno.
Arranjos bem feitos, músicas bem pensadas, o W.A.S.P. já se
mostra em uma zona de conforto. Mas isso não é nenhum pecado, já que o grupo já
fez sua parte e criou discos clássicos, mesmo porque "Babylon" é um
discão, com uma qualidade excelente.
O que "Babylon" nos oferece: a grudenta "Crazy"
(uma faixa de abertura no estilo do quarteto, com equilíbrio entre peso e
melodia bem balanceado, apresentando guitarras ótimas e um refrão de primeira),
a cheia de energia e boas doses de melodias "Live to Die Another Day"
(mais uma com ótimo refrão, e certo toque de despojamento, mas sem soar
relaxado. E que belo trabalho da base rítmica), a pesada à lá American Metal
"Babylon's Burning" com seu jeito mais moderno e acessível (e outra
em que baixo e bateria se mostram firmes), a balada pesadona "Into the
Fire" (que é bem melodiosa e introspectiva, mas que ganha mais
agressividade e peso no refrão. E é ótimo ver como os vocais se encaixam bem em
todos os momentos), as mais voltadas ao Hard'n'Heavy comercial "Thunder Red"
e "Seas of Fire", e a baladíssima "Godless Run" (outra em
que peso e sofisticação se encontram perfeitamente, mostrando um trabalho de
guitarras de primeira, especialmente nos solos). Agora, interessante é ver como
a banda lidou com dois covers em "Babylon": uma versão pesada e bem
feita para "Burn" do DEEP PURPLE (e assim podemos ver como o quarteto
absorveu de influências dos ingleses, já que em termos de peso e elegância, o
PURPLE é uma referência absoluta), e a versão despojada e descompromissada de
"Promised Land" de CHUCK BERRY (que mesmo sendo um Rockão de primeira,
aqui ganhou uma bela dose de agressividade e peso, fora os vocais estarem
mostrando uma bela versatilidade).
Se "Babylon" é um disco antigo (pois foi lançado
originalmente em 2009), por outro lado se mostra atual e uma jóia que o
W.A.S.P. nos oferece.
Músicas:
1. Crazy
2. Live to
Die Another Day
3.
Babylon's Burning
4. Burn
5. Into the
Fire
6. Thunder
Red
7. Seas of
Fire
8. Godless
Run
9. Promised
Land
Banda:
Blackie Lawless - Vocais, guitarra base, teclados
Doug Blair - Guitarra
solo
Mike Duda - Baixo, backing vocals
Mike Dupke - Bateria
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