2016
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Texto:
Marcos "Big Daddy" Garcia
Toda vez que sai um disco novo de certas bandas, dois grupos
distintos surgem: os que amam, e aqueles que não gostam do trabalho do grupo.
Sim, em alguns casos, não há meio termos, é paixão ou repulsa, e em ambos os
casos, são sentimentos bem extremos. E mesmo nomes já firmes acabam no meio do
tiroteio.
E digamos de passagem: no Brasil, poucas bandas podem
traduzir isso muito bem como o RHAPSODY OF FIRE. Sim, toda vez que o quinteto
italiano bota um disco novo no mercado, é sempre assim. Mas digamos de
passagem: todos devem reconhecer o valor de seu trabalho, que sempre é de muita
qualidade. E agora, eles chegam com seu novo álbum, "Into the
Legend", que acaba de sair no Brasil pela Shinigami Records.
Antes de tudo, é preciso dizer que o estilo pomposo e forte
da banda não mudou muito, apenas ganhou maior diversidade rítmica. Ainda temos
todos os elementos de seus trabalhos anteriores presentes neste disco, mas o
lado orquestral está bem evidenciado, graças ao uso muito bem pensado de belos
corais e orquestra. Mas ao mesmo tempo, o peso está claro, graças aos timbres
usados pela banda. Todos estão muito bem, com Alex Starapoli muito bem nos teclados,
pianos e cravos, sendo o criador de grandes momentos épicos no CD; Roby De
Micheli está muito bem nas seis cordas, sejam nos riffs ou nos solos, e não se
sente falta de seu antecessor; O estreante Alessandro Sala (baixo) se mostra
muito bem, e forma com o já veteranos Alex Holzwarth (bateria) uma base rítmica
pesada e técnica, conduzindo muito bem a banda; mas falar de Fabio Lione é um
prazer, pois mais uma vez, ele mostra um vocalista soberbo, com enorme
diversidade de timbres e uma interpretação excelente, não sendo um pecado
considerá-lo o melhor vocal do Power Metal da atualidade. Agora, imaginem esses
instrumentistas juntos, formando uma música coerente e de bom gosto?
Pois é: bem vindos ao mundo maravilhoso que é "Into the
Legend".
A produção do disco é de Alex Starapoli mais uma vez, tendo Alberto
Bravin (mixagem, edição, engenharia de som) e Maor Appelbaum (masterização). O resultado é uma qualidade
sonora bem limpa, com aquela dose de peso necessária, e bons timbres
instrumentais. Podemos dizer que é um disco em que o peso, a sinfonia e a
técnica se encontram e se equilibram bem.
E a arte de Felipe Machado Franco ficou ótima, com a capa muito
bem trabalhada, deixando claro que o quinteto não mudou sua essência musical,
mas está linda e elegante, o que é a essência mais primordial do trabalho do
grupo.
Em "Into the Legend", temos uma lista enorme de
convidados, que poderão conferir no encarte do CD, bastando avisar que são 29 músicos
e mais a F.A.M.E.'S. Macedonian Radio Symphonic Orchestra. O RHAPSODY OF FIRE
realmente conseguiu, pois o CD soa grandioso, pomposo e com uma gama de
sentimentos que poucas vezes usaram até os dias atuais.
No meio de tantas músicas, chega a ser covardia destacar
esta ou aquela, apenas por mero preciosismo ou para que o ouvinte tenha uma
referência. Sinto muito, mas "Into the Legend" é um disco que
funciona como um todo, do início ao fim. Tudo é precioso, cada arranjo mínimo
tem sua motivação de existir, e tudo se encaixa em perfeita harmonia. Mas vai
lá, se precisam de alguma referência, creio que a aula de interpretação de Fabio
em "Distant Sky", a técnica "Into the Legend" e sua bela
mostra de técnica instrumental e grandes orquestrações e corais, e a longa e
muito bem trabalhada "The Kiss of Life", cheia de mudanças de ritmo, grandes
e ótimas guitarras, orquestrações perfeitas e tudo no mais alto nível, e isso sem contar com vários momentos progressivos/étnicos que encaixaram como uma luva.
No mais, ouçam e adquiram suas cópias de "Into the
Legend", pois é mais uma jóia preciosa que o RHAPSODY OF FIRE nos
concedeu.
Músicas:
1. In
Principio
2. Distant
Sky
3. Into the
Legend
4. Winter's
Rain
5. A Voice
in the Cold Wind
6. Valley
of Shadows
7. Shining
Star
8. Realms
of Light
9. Rage of
Darkness
10. The
Kiss of Life
Banda:
Fabio Lione - Vocais
Roby De Micheli - Guitarras
Alessandro Sala - Baixo
Alex Staropoli - Teclados, pianos, cravo
Alex Holzwarth - Bateria, Percussão
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