2 de mar. de 2016

DESBRAVA - A Cidade Pulsa (Álbum)


2016
Nacional

Nota: 8,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Bem, o Rock nacional (muitas vezes chamado de "Rock Brasil", embora este rótulo contenha bandas mais voltadas ao Pop do que ao Rock propriamente dito) anda melhorando. Sim, pois apesar da falta de exposição de bandas em grandes mídias, vemos surgindo alguns grupos com trabalhos interessantes. Um deles é o do quarteto DESBRAVA, de Santo André (SP), que vem chegando e pedindo passagem com "A Cidade Pulsa".

A banda, no fundo, faz um trabalho híbrido: a mistura de alguns aspectos mais diretos e cheios de energia do Rock, certo alinhavo de acessibilidade musical, e alguns elementos que nos lembram o Fusion (reparem o trabalho de Cezar nas guitarras, especialmente em seus solos) e outros estilos (até mesmo certas doses de Soul e Funk acabam dando as caras). É bem diferente da sobrevida dada ao estilo que a grande imprensa radialista e televisiva parecem insistir em alimentar. 

Desbrava
Gravado no estúdio Nação Musical, com produção, mixagem e masterização de Oscar Gonzalez, o trabalho tem uma sonoridade bem interessante, limpa e bem ajustada à proposta do grupo. Soa clara e limpa, mas com aquela sujeira essencial ao Rock. E o trabalho gráfico de Fábio Diniz é bem legal, com um visual mais limpo e bem feito, focado na banda.

O DESBRAVA se destaca pelo ecleticismo do background musical de seus componentes, o que resulta em um verdadeiro caldeirão de influências. E como tudo foi feito de forma espontânea, a música do grupo pode soar agradável e agressiva ao mesmo tempo, feita com melodias mais simples, mas que contagia e empolga o ouvinte graças aos ótimos refrões. E nas 12 músicas do disco, a banda se sai muito bem em sua proposta.

Melhores momentos:

Trinta - Melodiosa e bem acessível, vemos boas mudanças rítmicas e transições entre momentos mais suaves e outros mais elétricos. E reparem como baixo e guitarras mostram um trabalho de primeira.

Fantoches - Com um jeito um pouco mais moderno e certa dose de Soul/Funk, algumas variações musicais bem ecléticas, a banda se sai bem. Os vocais mostram o quanto podem ser versáteis em meio a essas mudanças.

Becca - Mais uma vez, temos uma dose de Soul e Funk, que estão mais evidentes. Mas como baixo e bateria evoluem bem em meio à acessibilidade musical desta canção. Há um toque de complexidade, mas nada muito extremo.

Entre o Céu e Você - Aquela música bem acessível e de fácil assimilação por um público mais amplo, com ótimas melodias e clima ameno. Aqui, os vocais mostram bastante o equilíbrio entre seus tons, ao mesmo tempo em que o uso de guitarras limpas ficou ótimo.

Vazio Metal - Uma mistura de Rock e Funk que nos leva diretamente ao estilo que conhecemos no final dos anos 80, algo que nos lembra o que bandas como FAITH NO MORE e RED HOT CHILI PEPPERS faziam então. Ou seja, baixo e bateria estão em grande forma.

Daquilo que Eu Vou Perder - Outra bem melodiosa e acessível, mas permeada por um feeling mais moderno, e com uma miscigenação entre Rock e Funk bem interessante.

Só esclareço que quando falo em Funk, remeto à vertente do Soul americano, não aquilo que é feito no Rio de Janeiro (que não faço a mínima idéia de onde tiraram que é música ou mesmo cultura).

No mais, o DESBRAVA é uma banda muito boa, com um trabalho de respeito.





Músicas:

01. Trinta
02. Fantoches
03. Última Carta
04. Becca
05. Entre o Céu e Você
06. Humores Passageiros
07. Noticia Alguma Acalma
08. Vazio Metal
09. Daquilo que eu vou perder
10. Noite em Claro
11. Nada
12. Notas no Ar


Banda:

Ruggero Bonaldi Rogati - Vocais
Cezar Batistão - Guitarras
Eric Cary - Baixo
Bruno Buscarioli - Bateria


Contatos:

Youtube
MS Metal Agency Brasil (Assessoria de Imprensa)
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