15 de nov. de 2015

DIVISION HELL - Bleeding Hate (CD): Brutalidade não convencional de primeira

Músicas:

1. Army of the Dead
2. The Fable of Salvation
3. World Khaos
4. Bleeding Hate
5. The Last Words
6. Holy Lies
7. Bleak
8. Waiting for the Exact Time
9. Crossing the Line
2015
Nacional

Nota 8,5/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Contatos:

Island Press (assessoria de imprensa)


Se fossemos fazer um mapeamento de como cada região e estado do Brasil se comporta em termos de Metal, seria algo assombroso em alguns aspectos, já que muitas cidades se caracterizam por uma produção de bandas mais brutais, sempre mais chegadas aos estilos mais extremos do Metal. Curitiba, no Paraná, tem uma longa e maravilhosa tradição nesse aspecto desde a segunda metade dos anos 80. E agora, vemos chegar mais um bom nome de lá, o quarteto DIVISION HELL, que chega com "Bleeding Hate", um disco que merece o nome que tem.

Destilando um Death Metal bruto e bem na linha das bandas dos anos 90, o grupo ainda usa algumas influências um pouco menos ortodoxas, como alguns vocais com tons não muito guturais (como vemos em "The Fable of Salvation"), melodias bem colocadas em alguns solos e riffs, os tempos usados pela banda não são extremamente velozes (embora algumas partes mais rápidas apareçam vez por outra), e a banda soa bem coesa, forte e agressiva. Mas o ponto forte é a personalidade deles, já que usando elementos não convencionais, expõem a própria personalidade e inconformismo, já que não parecem nem um pouco a fim de serem "mais do mesmo". Ainda bem, e quem ganha com isso é o ouvinte.

Ubour (guitarrista e vocalista do quarteto) junto com Murilo da Rás foram os produtores de "Bleeding Hate", e o segundo ainda fez, com conjunto com Fábio Banks, a mixagem e materização. O resultado foi uma sonoridade que consegue ser limpa e pesada, sem deixar de soar agressivo. E a arte da capa (feita por Mex Guillen) é excelente, mostrando a que o disco vem (não imitem, por favor), enquanto o design usado no encarte é simples, mas muito bom.

O DIVISION HELL merece palmas com "Bleeding Hate", pois mostra-se uma banda disposta a ir mais longe, com arranjos bem feitos, tudo bem certo, mas sempre dando um jeito de fugir do ponto comum, sempre se diferenciando, buscando renovar a si mesmo. E isso, meus caros, não tem preço.

Army of the Dead - Uma canção que já se mostra bruta e explosiva, com vocais em tons guturais firmes, mas mostrando uma estruturação harmônica bem diferente do que se vê por aí. Mudanças de ritmo muito boas e ótimo trabalho de guitarras, diga-se de passagem.

The Fable of Salvation - Outra em que existem ótimas mudanças de ritmo, além de alguns momentos mais soturnos e pesados, onde vocais com tons diferentes (mais amenos e tenebrosos) surgem, além de solos com algumas boas melodias, e um final com acordes limpos bem soturnos.

World Khaos - Uma das mais agressivas, com enfoque na velocidade (embora não seja aquela mais extremada que muitos gostam), apresentando ótimos trabalho da base rítmica, pois baixo e bateria mostram uma pegada e peso absurdos.

Bleeding Hate - Mais cadenciada e azeda, cheia de momentos tenebrosos, solos bem encaixados e baixo aparecendo bastante. Uma canção onde o lado instrumental é muito bem valorizado.

The Last Words - E tome brutalidade explícita e explosiva, focando em boas alternância entre tempos rápidos e outros mais cadenciados, sem contar que os vocais se encaixaram com perfeição sobre a colcha instrumental da banda.

Holy Lies - Novamente, momentos mais soturnos e vocais sussurrados, e guitarras roncando feio para cima do ouvinte, tudo isso em um trabalho bem técnico da cozinha rítmica da banda.

Bleak - Uma pequena instrumental de guitarras limpas que vai preparando o ouvinte para a brutalidade que se aproxima.

Waiting for the Exact Time - A banda usa de uma pegada mais bruta e técnica, com riffs com uma levada herdada do Thrash Metal, além de solos providenciais, com alguns toques de MOTORHEAD antigo aqui e ali neles.

Crossing the Line - Fecha o disco em alto nível, outra mostrando uma técnica não muito convencional ao gênero (com momentos que parecem claramente influenciados por bandas de Thrash moderno, e mesmo alguns toques leves de groove aqui e ali), especialmente no trabalho de guitarras.

Podemos aferir que o DIVISION HELL chega para somar, para ficar e se firmar como um nome forte do cenário nacional. E acreditem: eles podem fazer bem melhor.

Quem viver, verá.

Banda:

Ubour – Vocais, guitarras
Renato Rieche – Guitarras
Hernan Borges – Baixo, backing vocal
Eduardo Oliveira – Bateria


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