2015
Shinigami Records
Nacional
Nota 8,5/10,0
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
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O tempo é a melhor prova de todas para uma banda de Metal ou Rock.
Sim, pois como nos fala um velho dito popular, "o tempo é senhor de tudo", logo, é uma questão de ver como a banda evolui e se mantém pelos anos, se é capa de se manter relevante à música após anos, e em alguns casos, ao sucesso. E um exemplo de que o tempo pode ser um aliado precioso é o quinteto inglês DEF LEPPARD, tão marcado por tragédias e sucessos, que chega com seu mais recente álbum, "Def Leppard", que ganhou versão nacional pela Shinigami Records.
Após o dueto de sucesso de "Pyromania" e "Hysteria" (álbum que vendeu mais de 25 milhões de cópias no mundo todo e que emplacou sete Singles na época), a banda teve altos e baixos, com discos de relativo sucesso, outros que passaram meio que desapercebidos, mas sempre mostrando que o quinteto ainda não havia desistido de fazer música. Em "Def Leppard", o que ouvimos é o bom e velho DEF LEPPARD buscando ser aquilo que são: uma banda de Hard Rock/Rock and Roll com alguns elementos de AOR, só que sem a pretensão de atingir o sucesso dos tempos áureos. E mesmo assim, o disco é um tesão de bom!
Sim, pois "Def Leppard" ainda mostra que o grupo sabe fazer músicas que nos envolvem na primeira ouvida, com ótimos refrões, arranjos muito bons, e de certa forma, não tão engessadas em termos de estilo, ou seja, não estão preocupados se vai soar Pop, Rock, Metal, Hard ou o que seja. Apenas fazem o que fazem, e é de alto nível mais uma vez.
Produzido pelo próprio grupo, a sonoridade como um todo é clara, com aquela dose de peso essencial, mas soando orgânica, firme e se encaixando ao que cada uma das músicas pede. Um trabalho bem feito, embora nada muito super-produzido.
Talvez a maior de todas as vantagens de "Def Leppard" é o fato dele ser um disco despretensioso. Sim, pois após a banda já ter experimentado tantos dissabores e sucessos, o que resta é apenas a vontade de continuar fazendo música. E para uma banda que está a quase 40 anos na estrada, isso não é pouco, já que cada música tem uma personalidade, um valor a agregar.
Let's Go - Primeiro Single, com um andamento ganchudo não muito rápido, ótimo refrão, que lembra bastante os tempos mezzo AOR, mezzo Hard Pop de "Hysteria" e "Adrenalize". Reparem bem nos backing vocals mais melodiosos e macios, e na voz bem postada de Joe Elliot.
Dangerous - Outra com uma queda para o AOR/Hard Pop, mostrando um trabalho muito bom nas guitarras. Óbvio que quem conhece Phil Collen e Vivian Campbell, sabem o quanto eles podem render.
Man Enough - Aqui, uma faixa um pouquinho mais pesada, mas recheada com um groove muito bom, aquele jeitão mestiço que o Hard herda do Blues e do Soul americanos. E basta uma olhadinha na cozinha de Rick Savage (baixo) e Rick Allen (bateria) para ver que eles dão conta do recado.
We Belong - Uma baladinha Rocker muito boa, e quem conhece o quinteto, sabe que isso é um de seus pontos fortes. Um belíssimo e envolvente refrão, backing vocals caprichados e arranjos com guitarras limpas muito bons. Um dos melhores momentos do disco
Invincible - Bem mais pop, apesar das guitarras com uma distorção mais marcante, é uma canção ótima, belos andamento e mais uma vez, belos vocais (apesar de Joe não usar mais os tons agudos do passado).
Sea of Love - Mais pesada e direta, tem aquele jeitão Hard de músicas que ouvimos em "High'n'Dry", ou seja, não muito elaborado, mas muito boa, com uma pegada mais intensa.
Energized - Recheada por backings mais melodiosos, é uma canção um pouco mais despretensiosa, quase Pop, mas mostra seu valor no trabalho de vozes.
All Time High - Os solos são uma coisa fantástica nessa música mais pesada, mais Rocker, mas adoçada com belo trabalho de vocais. É uma canção que levanta até defuntos.
Battle of My Own - Meio Rock e meio Country no início, é uma canção diferente do geral do disco, pois 75% levada somente apenas por violão e vozes, até que baixo e bateria entram arrebentando tudo pela frente.
Broke'n'Brokenhearted - Aqui, mesmo com a roupagem mais Hard, a banda revisa um pouco (só um pouco) uma de suas influências iniciais, o AC/DC, com riffs mais diretos e solos envenenados.
Forever Young - Outra com um molho Southern/Country, onde a base baixo-bateria mostra sua força e peso, conduzindo bem a canção que é entremeada por um trabalho muito bom de guitarras.
Last Dance - Nesta, temos uma quase balada, desta vez usando violões e vocais muito bem colocados, quase uma referência ao que o BON JOVI fez em "Wanted Dead or Alive", apenas um pouco mais elegante.
Wings of an Angel - Mais Rock and Roll direto, uma canção em que peso e melodia se aliam bem, cheia de momentos mais lentos e climáticos, e outros um pouco mais rebeldes e cheios de energia.
Blind Faith - Aqui, uma balada mais climática, alguns arranjos de teclados, guitarras com timbres mais amenos (às vezes alguns mais intensos aparecem, é claro), tudo em seu lugar. Apesar de Joe usar timbres mais baixos, soube como fazer a coisa com excelência, de maneira harmoniosa.
Óbvio que não é um clássico, e nem almeja isso. Mas verdade seja dita: "Def Leppard" é um disco que pode constar na discografia de qualquer fã que se preze.
Banda:
Joe Elliott - Vocais
Phil Collen - Guitarras
Vivian Campbell - Guitarras
Rick "Sav" Savage - Baixo
Rick Allen - Bateria
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