21 de out. de 2015

VÁLVERA - Mundo Em Caos (CD): Excelente "First Coming"


2015
Nacional

Nota 9,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Há momentos em que encaramos bandas cuja música não é muito simples de ser rotulada. Ainda bem que estas experiências existem, pois é algo incômodo ter que lidar com rótulos. O melhor é sempre ouvir o disco, e dizer a si mesmo "gostei" ou "não gostei", simples assim. Quem gosta de rótulo é cachaceiro que já amanhece o dia no botequim da esquina, e fãs mais radicais, que vivem conforme o rótulo.

Ainda bem que bandas como o VÁLVERA existem, pois são bandas assim que nos fazem acreditar que o futuro do Metal (e mesmo do Rock) não será ruim. Basta ouvir o coice em forma de disco chamado "Cidade em Fúria", primeiro álbum do grupo.

Pesado, denso, às vezes grosseiro e rude como o MOTORHEAD dos anos 70 (especialmente nos solos de guitarra), outras com levadas que beiram o Thrash Metal, mas sempre com melodias firmes e ganchudas, a banda não se furta em usar de tudo para criar seu estilo bem pessoal de fazer música. Sim, é bem pesado, com doses equilibradas de agressividade e melodia, fora uma pegada mais Rock'n'Roll, excelentes refrões (daqueles que se ouve uma vez e não se esquece mais), e com letras em português para dar aquele gostinho especial ao trabalho do grupo. E sim, é um trabalho ótimo.

"Cidade em Caos" foi gravado no estúdio Mr. Som, em São Paulo, e a produção ficou nas mãos de Marcelo Pompeu e Heros Trench, uma dobradinha muito conhecida e experiente. O resultado: a qualidade sonora do grupo é ótima, com boa dose de peso e agressividade, mas sem deixar de soar limpo e claro. Assim, podemos ter o melhor dos dois mundos sem problemas. E a arte é ótima, apesar de simples, deixando claro o conteúdo musical do grupo.

Podemos dizer que a música é uma tela em que o VÁLVERA é intensa e caprichada, mas é tão espontânea e despretensiosa que nos envolve, e a assimilação é garantida, pois a gana e energia que esbanjam é absurda. Fruto de um trabalho em que os arranjos foram bem pensados, e as músicas são excelentes.


Válvera
Pra Baixo dos Pneus - A banda já abre o CD metendo o pé na porta, com uma música intensa e com aquele jeitão Rock'n'Roll agressivo, onde o trabalho das guitarras é ótimo, fora os solos caprichados. E a faixa foi usada em um dos vídeos de divulgação, logo, já sabem que é uma das mais quentes do CD.

Cidade em Caos - Outra bem pesada, mas com o andamento um pouco mais dinâmico, apresentando boas mudanças rítmicas e assim, baixo e bateria mostram o quanto são importantes no trabalho do quarteto. Sim, a base rítmica é pesada na medida.

O Miserável - Novamente, alguns arranjos mais bem burilados aparecem, com guitarras excelentes e com riffs agressivos, contrastando bastante com o trabalho dos vocais, que oscilam entre vozes mais agressivas e mais melodiosas sem pudores.

Escravo do Acaso - Aqui, temos uma canção mais feroz, intensa e agressiva em seu início, mas logo alguns duetos de guitarra à lá JUDAS PRIEST dão as caras, mas logo o andamento se torna menos veloz, mas a canção mostra peso absurdo e alguns momentos mais limpos e melodiosos ótimos, onde os vocais mostram toda sua versatilidade. Inclusive o refrão da música é bem forte, e o assimilamos facilmente.

Sangue e Ouro - Mais uma vez, a banda mostra que criar andamentos que aliam muito bem peso e empolgação é um de seus pontos mais fortes. Mas reparem como baixo e bateria capricham no peso, sem deixar de ser empolgante. 

O Céu Pode Esperar - Outra com bastante peso e melodias muito bem aliados, uma canção bem pesada, o ritmo é um pouco mais lento que antes, dando aquele toque essencial de azedume que a música merece. E que solos de guitarra!

Redenção - Aqui, o lado mais Rock'n'Roll despojado e beirando o Hard aparece, assim, vemos uma faixa um pouco mais acessível, e com um refrão excelente. É um dos sucessos certos da banda.

Hora do Show - Uma bateria bem pesada e riffs à lá AC/DC dão o ponto de partida da canção, e a música segue sendo uma pancada, mas novamente um refrão intenso e de assimilação instantânea aparece.

Extinção - Outra em que o baixo se destaca, e aqui, aquele lado mais Thrash Metal do trabalho do grupo fica evidente, ao mesmo tempo em que uma dose de MOTORHEAD também está bem clara.

O VÁLVERA tem um longo caminho pela frente, óbvio, mas verdade seja dita: já chegaram pondo a casa abaixo e mostrando um trabalho de primeira.




Músicas:

1. Pra Baixo dos Pneus
2. Cidade em Caos
3. O Miserável
4. Escravo do Acaso
5. Sangue e Ouro
6. O Céu Pode Esperar
7. Redenção
8. Hora do Show
9. Extinção


Banda:

Glauber Barreto - Vocais, guitarras
Rodrigo Torres - Guitarras, backing vocals
Jesiel Lagoin - Baixo
Vini Rossignolo - Bateria


Contatos:

ASE Press Music (Assessoria de Imprensa)
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